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Crónicas e opinião

Memórias e Histórias da Trofa: As estradas romanas em território trofense

José Pedro Reis

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A cultura romana faz parte da história do nosso país e também do imaginário de muitos, sonhando com aquela grandeza que é possível visualizar nos vários livros, séries e até mesmo na tentativa de narrativa que os professores de história iam tentando imprimir nas suas aulas.
O legado dos romanos é bastante extenso e em muitas das localidades do nosso país ainda usamos antigo património de sua edificação no nosso dia à dia, não sendo raras as pontes romanas que são atravessadas pelo trânsito diabólico dos dias de hoje.

Diz o povo, na sua sabedoria que: “Quem tem boca vai a Roma”, ou então: “Todos os caminhos vão dar a Roma”, não deixando de ter razão, aliás, não podemos ignorar que a enorme rede viária foi um dos pilares para sustentar o império romano durante séculos.

A sua organização e planeamento estava a um nível muito superior àquele que viviam, imagine-se só que criaram a primeira rede de áreas de serviço, como também as próprias passadeiras que usamos hoje em dia.

Se falarmos de herança romana na Trofa, não fazendo um grande esforço intelectual a nossa atenção vai recair sobre o Castro de Alvarelhos, esse importante castro que vai tendo promessas de ser valorizado e vai tardando em existir um plano efetivo para o cumprimento dessa missão.

As vias romanas entravam na Trofa pela ponte existente próxima ao lugar da Ponte da Lagoncinha, embora queiram fazer dessa ponte romana na verdade estamos perante uma ponte medieval que existem referências documentais com mais de mil anos da travessia do Ave por uma ponte antiquíssima.

Entraria pela Esprela, seguiria praticamente reto rumo ao lugar onde temos hoje a Capela de Nossa Senhora das Dores, para depois ir transpor o rio de Covelas, ou rio Trofa como seja da sua preferência do estimado leitor na Ponte de Cedões.

Transitava pela antiga estação de caminho de ferro, onde foi encontrado um marco miliário que está desaparecido, sendo que no lugar de Rorigo Velho existiria uma possível necrópole a 500 metros do traçado da via.

Na zona da Peça Má existira um miliário a Constâncio que está na antiga casa do Padre Sousa Maia e um outro fragmento na casa do Dr. António Cruz, demonstrando que a quantidade de herança romana em território trofense não se refere apenas ao Castro de Alvarelhos.

Na freguesia de São Cristóvão do Muro, junto da Venda Velha, existia um miliário de Maximiano que indicava a distância de 23 milhas de Braga que apareceu na Quinta de São Cristóvão que entretanto foi destruído.

O local da Venda Velha do muro deveria corresponder a um dos equipamentos referidos previamente, nomeadamente uma área de serviço, ou então estação viária que seria na base do Castro de Alvarelhos.

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Nas proximidades do Castro de Alvarelhos existiria um “nó rodoviário” como chamamos na atualidade com ligações para várias áreas das redondezas que servia obviamente para ligar os vários castros e as várias comunidades.

Encaramos assim, o Castro de Alvarelhos como ponto central para mercadorias e pessoas, de onde irradiava a circulação para vários pontos da região, reforçando assim a sua importância estratégica para a história da Trofa e das suas gentes.

Sobre a foto:

Os exemplares que aqui podemos observar foram encontrados nos finais do século XIX, na sequência de obras realizadas na antiga estrada real de Porto a Braga, em Santiago de Bougado. Posteriormente, foram colocados junto à ponte da Trofa Velha do mesmo lugar por iniciativa do Abade Pedrosa. Aí permaneceram até ao ano 2000, sendo depois instalados na Casa da Cultura da Trofa em exposição permanente.

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