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Edição 518

Peregrinação da Juventude Sem Fronteiras do Muro a Santiago de Compostela

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Ao recuarmos um ano, deparar-nos-íamos com dois ou três membros do grupo Juventude Sem Fronteiras do Muro que, com entusiasmo no olhar, se atreviam a lançar a ideia, a sugerir a aventura. O que não sabiam na altura é que a ideia não só seria tão amplamente apoiada pela nossa comunidade, como seria tão dedicadamente concretizada pelos membros do grupo. Assim, dia 27 de março, às 6 horas, depois de uma Cerimónia de Bênção do Peregrino, na igreja do Muro, atenciosamente dirigida pelo Padre Rui Miguel Alves, a Juventude Sem Fronteiras do Muro partiu em peregrinação pelo Caminho Central Português de Santiago.

De mochilas às costas, paus de caminhada e Credencial de Peregrino no bolso, caminhámos rumo a Vilarinho, onde entramos oficialmente no caminho de Santiago, respetivamente sinalizado com as famosas setas amarelas. Estas guiaram-nos, então, até Barcelinhos, onde pernoitamos a primeira vez. Seguiu-se Ponte de Lima e Rubiães, depois de subir o famoso monte da Labruja. Ao quarto dia estávamos a acertar os relógios pela hora espanhola e a pernoitar em Tui. Depois de completarmos os primeiros 100 quilómetros, chegamos a Redondela. Faltavam duas etapas. Chegamos a Barro e daí partimos para Valga, onde nos encontramos com o Sr. Carlos Martins, Presidente da Junta de Freguesia, que amavelmente nos veio visitar e dirigir algumas palavras de incentivo. Era a última etapa antes de Santiago e todo o apoio é bem-vindo.

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Entre todos os quilómetros que os nossos pés percorreram, os mais difíceis foram os que percorremos em solo português. Os nossos pés não estavam habituados a caminhar mais de 30 quilómetros por dia e rapidamente sentimos isso. Contudo, a entreajuda e espírito de companheirismo entre todos permitiu que estas adversidades fossem contornadas da melhor forma possível, de maneira a que dor física e o cansaço fossem substituídos pela boa disposição e amizade. E assim, dia 3 de abril, Sexta-feira Santa, 18 membros da JSF, completavam 210 quilómetros e chegavam a Santiago de Compostela.
Ao longo desta caminhada, não faltaram também momentos de introspeção e de oração em grupo, que, reforçados pelas paisagens e monumentos que vimos e visitamos, contribuíram para o aprofundamento da nossa fé. Desta jornada, levamos aventuras, experiências, pessoas que conhecemos pelas aldeias e que, atenciosamente, partilharam um pouco das suas vidas connosco, peregrinos estrangeiros que íamos encontrando com o mesmo percurso que nós desejando-nos “bon camiño”… E levamos, sobretudo, uma relação mais forte com todos os membros do grupo, um autoconhecimento enriquecido e uma visão da natureza e do mundo mais pura, sem superficialidades.

Para que este sonho se concretizasse não dependíamos só do nosso trabalho. Toda a Comunidade de São Cristóvão do Muro acabou por ser o apoio determinante para que nos pudéssemos fazer ao Caminho com a certeza de que todos chegariam bem a Santiago de Compostela. Recebemos dezenas de mensagens de apoio e de alento, tivemos a disponibilidade de várias empresas que puseram à nossa disposição alguns recursos que fariam toda a diferença e tivemos ajudas monetárias de várias entidades e pessoas, que, percebendo que o nosso projeto traria um enorme retorno para a nossa ação na comunidade, ajudaram a que, juntamente com as atividades que desenvolvemos para angariação de fundos, tivéssemos tudo o que precisávamos para os 210 quilómetros que percorremos. Neste sentido, em muito temos de agradecer à paróquia de São Cristóvão do Muro, à Junta de Freguesia do Muro, à Graja do Ave, à De Bois de la Roche, à Electrum Trofa e a cada paroquiano que esteve nas nossas actividades e, de uma forma ou de outra, contribuiu.

O Caminho de Santiago fez-nos sentir a essência do ser humano na sua relação com elepróprio, com a natureza e com os outros. Apercebemo-nos que as comodidades que temos diariamente são-nos dispensáveis. Este quebrar da rotina e o explorar ao máximo o que a natureza e o que o ser humano que caminha connosco tem para partilhar, faz com que todo o esforço que o caminho implique, valha, incrivelmente, a pena. Como repetimos vezes sem conta ao longo da última semana: “O Caminho é a meta”. É assim mesmo que pretendemos manter a nossa ação na Comunidade. Cada passo é uma enorme meta. Regressamos prontos para novos desafios, atividades e ideias. Dentro de algumas semanas juntamos no nosso Centro Paroquial cerca de uma centena de jovens num seminário de formação relacionado com diversas áreas, vamos peregrinar a Fátima, vamos estar na ExpoTrofa e no BeLive, vamos ajudar a dinamizar a Festa de Rua e as Festas em honra de São Cristóvão e São Pantaleão e muito mais! Se tudo correr bem, daqui por um ano estamos a ultimar preparativos para as Jornadas Mundiais da Juventude em Cracóvia. E assim vamos caminhando aos poucos até cada pequena meta, conscientes de que devemos “estar onde a nossa presença possa ser uma ajuda.”

Testemunho do Grupo Jovens Sem Fronteiras do Muro

 

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