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Folha liberal: Gestão pública e gestão privada

“O caso da TAP é aliás paradigmático, porque passou de ser fundamental para o país, antes de lá colocarmos uma fortuna, para passar a ser uma empresa de que nos devemos livrar o mais rapidamente possível depois de receber o nosso dinheiro. Era interessante perceber o que mudou tão drasticamente, em tão pouco tempo.”

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Os liberais são muitas vezes acusados de quererem acabar com tudo o que é público, privatizando tudo, desmantelando o estado social.
Na verdade, quando os liberais defendem e propõem a gestão das empresas de forma privada e livre de interferências políticas, é por entenderem que a gestão privada incentiva a competição entre as empresas, aumentando a qualidade dos produtos e serviços e levando a uma redução de preços para o consumidor. Isso gera um ambiente mais eficiente e dinâmico, e traz vantagens para as empresas e para a economia em geral.
A gestão privada das empresas permite uma maior flexibilidade na administração, o que leva a uma resposta mais rápida às mudanças no mercado e às necessidades dos clientes. Isto faz com a que haja maior inovação, maior criatividade, maior investimento em novas tecnologias e processos para melhorar a produtividade.
Além disso, as empresas privadas têm como objetivo o lucro, o que significa que precisam ter uma oferta de produtos e serviços que sejam atraentes para os seus clientes e ao mesmo tempo tenham preços justos.
Quando os liberais querem as empresas na esfera privada, o que pretendem é manter afastado das mesmas o controlo estatal, não por terem algo contra o Estado, mas por saberem que a gestão pública leva muitas vezes à ineficiência e corrupção, já que as empresas estatais não têm a mesma pressão competitiva que enfrentam as empresas privadas.
Além disso, a gestão pública pode levar à interferência política na gestão das empresas, como a nomeação de gestores, por motivos políticos, sem experiência, ou a interferência em decisões comerciais.
Infelizmente, nos últimos tempos temos podido verificar, de forma muito clara, a interferência que o poder político quer ter na gestão das empresas públicas, como por exemplo na TAP.
Os casos de interferência política na TAP são imensos, mas há alguns que me chocaram especialmente, nomeadamente o caso da proibição da renovação da frota automóvel, não porque isso era mau ou bom para a companhia, mas porque a opinião pública não aceitou isso; O caso da tentativa de mudar a data de um voo, apenas para agradar ao Sr. Presidente da República e mantê-lo assim do lado do governo; finalmente, a descoberta de que o Sr. Presidente do conselho de administração esteve oito meses à espera de ser recebido por um dos membros do governo que tem a tutela da empresa. Como é que pode alguma empresa que sofre constantemente este tipo de interferências, sobreviver ou ser rentável?
O caso da TAP é aliás paradigmático, porque passou de ser fundamental para o país, antes de lá colocarmos uma fortuna, para passar a ser uma empresa de que nos devemos livrar o mais rapidamente possível depois de receber o nosso dinheiro. Era interessante perceber o que mudou tão drasticamente, em tão pouco tempo.
E o problema é que não temos apenas a TAP! Temos mais de 470 empresas do setor público em Portugal… Quem quiser acreditar que este tipo de gestão errática e politizada só acontece com a TAP, é livre de o fazer, mas temo que esteja a ser demasiado otimista.
Não quero deixar de referir, ainda que brevemente, a questão da visita do Sr. Presidente do Brasil a Portugal. O Senhor Presidente da República e Presidente da Assembleia da República, com a ajuda do governo, queriam que o Sr. Lula participasse na sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República. Têm todo o direito de o querer e por isso mesmo não precisavam de inventar mais sessões na Assembleia. Bastava assumir o que querem e, eventualmente, aceitar as críticas dos que discordam dessa participação. Entretanto, o Sr. Lula da Silva fez algumas declarações sobre a guerra na Ucrânia absolutamente lamentáveis e que revelam uma visão muito distorcida da realidade. Por esse motivo, não falta quem entenda que devesse ser impedido de falar na Assembleia. Eu entendo que ele deve poder falar, como previsto. O que entendo também, é que o Sr. Presidente da República, da Assembleia da República, os governantes e deputados que intervierem, devem aproveitar a oportunidade para lhe dizerem que o que ele disse, não corresponde à verdade dos factos, e que há apenas um invasor e um invadido que tem todo o direito, eu diria mesmo, que tem a obrigação de se defender.

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