Crónicas e opinião
Memórias e Histórias da Trofa: História de eleições
“A presente crónica não pretende ser um incentivo ao voto no partido x ou y, mas, um incentivo ao voto nesse passo para a legitimidade do poder e também da democracia”, escreve José Pedro Re
Escrever sobre história esta semana, atendendo ao “mundo” que nos rodeia e à bolha mediática em que estamos inseridos, acaba com alguma naturalidade para nos encaminhar para a política e para as primeiras eleições em tempo democrático que decorreram há praticamente meio século.
Estamos nas vésperas de mais umas eleições para a Assembleia Legislativa, alusão para 1975, num país que, em 50 anos, foi chamado a votar inúmeras vezes, mais vezes do que o idealizado, fruto dos vários governos que não perduraram ao longo do seu mandato como seria expectável.
O povo português, após décadas de silenciamento, era chamado a participar num evento político de cariz completamente revolucionário para aquilo que tinham vivido muitos até então, alguns, aliás, passaram décadas de vida sem conhecer o que era uma democracia e uma eleição em tempos livres.
A presente crónica não pretende ser um incentivo ao voto no partido x ou y, mas, um incentivo ao voto nesse passo para a legitimidade do poder e também da democracia que, apesar de todos os defeitos, é sem sombra de dúvidas o melhor regime político.
Nas eleições de 1975, eis que a vitória iria sorrir ao Partido Socialista no distrito do Porto, sendo que no concelho de Santo Tirso votariam aproximadamente 45 mil pessoas, a grande maioria dos eleitores que estavam inscritos para esse ato eleitoral.
Viviam-se seguramente momentos únicos na política nacional, momentos de paixão e grande fervor partidário em que a população em massa iria participar.
No concelho de Santo Tirso, pouco mais de 19 mil pessoas votariam no Partido Socialista, enquanto no PSD seriam 13 mil eleitores, enquanto as restantes forças políticas estariam com resultados mais simples, nomeadamente o CDS, com 5 mil e 700 e alguns votos, e, por último, o PCP, com perto de 1500 votantes.
Poderemos alongar a nossa inquirição histórica a outros partidos, até porque o período em questão foi fértil em movimentos, devendo referir, por uma questão de importância para a época, o MDP/CDE com 2810 votantes, mas que consegue ter um excelente resultado em termos nacionais com a 12.ª maior votação a nível nacional.
Não seria um momento de euforia momentânea, até porque, passado um ano, as eleições eram novamente concorridas em território trofense, com uma análise no concelho de Santo Tirso na sua totalidade, sendo que o PS conseguia novamente vencer estas eleições com pouco mais de 20 mil e 500 votantes, sendo que o PSD teria mais ou menos o mesmo número de votantes.
Aguardaremos agora pelo próximo domingo…
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