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Edição 520

Zona da antiga estação vira antro de degradação

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A antiga estação de comboios da Trofa, situada no centro da cidade, foi a alavanca de desenvolvimento da Trofa. Desde agosto de 2011, a zona envolvente entrou num ciclo de retrocesso, encontrando-se num estado de degradação gritante.

A antiga estação de comboios da Trofa vai estar sempre presente na história da Trofa. Foi a partir daqui, que a terra começou a crescer e a desenvolver-se, tendo motivado a construção de empresas ao seu redor, devido ao fácil acesso à estação. Por ser um local de passagem de milhares de pessoas que vinham de concelhos vizinhos ou até mesmo do centro e sul do país, foram criadas estalagens para acolher os “forasteiros”. Um local emblemático da Trofa e cheio de história, mas que desde agosto de 2011 começou a definhar.

Outrora um espaço desenvolvido e cheio de movimento, a antiga estação de comboios deu lugar a um espaço abandonado e degradado, assim como a zona envolvente. A modernidade de outros tempos deu lugar à degradação, que é bem visível no aspeto das casas e empresas fechadas em avançado estado de deterioração.

O edifício da antiga estação serve agora para os mais jovens praticarem técnicas de graffiti ou para testarem a pontaria, atirando pedras contra os poucos vidros das janelas que ainda resistem ao tempo. Onde antes estavam implantados os carris das linhas férreas, por onde já passaram milhares de comboios, serve agora de zona de pasto para ovelhas e cabritas.

Fernanda Matos é mãe de um jovem que estuda na Escola Napoleão Sousa Marques, que fica a poucos metros da antiga estação, fator que motiva a sua constante preocupação. O facto de a escola, frequentada por jovens dos dez aos 15 anos, ficar “a escassos metros” do “quarteirão completamente votado ao abandono”, torna este local atrativo para os mais novos sendo o “espaço fértil em delinquência e atos de vandalismo”. A mãe contou-nos que “os jovens da cidade e que frequentam o ciclo e a Secundária utilizam a zona da estação, principalmente as instalações da fábrica Abílio Lima para passar os tempos livres”, sendo as instalações fabris conhecidas pelos jovens como “a fábrica do sexo”. “Existem autênticos gangues constituídos, que se organizam e rivalizam uns contra os outros, utilizando as instalações da antiga fábrica Abílio Lima. Além de vidros partidos e das paredes grafitadas, tudo é destruído perante a passividade de quem tem obrigação por zelar pelo património”, afirmou, salientando que “há raparigas e rapazes, menores de idade, a utilizar aquele espaço” e relembrou o recente acidente sofrido por um jovem que caiu do telhado da fábrica abandonada.

Também Daniel Cruz, que trabalha perto da estação, descreveu que “às vezes andam aí os miúdos mais rebeldes que se juntam”, o que poderá originar “problemas”, que poderiam “ser evitados”, assim como “vândalos e coisas do género”. “Quase todos os dias tem aí miúdos a atirar pedras ou a partir vidros ou telhas. É o entretenimento deles.

Já temos tentado evitar algumas situações, mas é impossível estar todo o dia aí de volta disso a tentar evitar que alguém estrague. É pena que assim seja”, completou.

Para Daniel é pena que esta zona esteja “tão abandonada e abandalhada”, uma vez que dá “mau aspeto”, enumerando que o espaço podia “ser aproveitado para várias coisas”, como “diversão para os miúdos ou qualquer coisa assim do género”, pois “ao menos reanimava um bocado esta área”.

Já José Moreira afirmou que a zona envolvente “está muito degradada e acaba por ser um bocado perigoso”. “Aquilo tem muito a ver com os nossos presidentes, porque acho que eles não querem melhorar as zonas da Trofa. Olham muito para os interesses deles e nós temos muitas coisas para melhorar e andamos sempre atrás dos outros”, denotou, declarando que se “podia melhorar aquele espaço”, que servia para “fazer uma ciclovia, um espaço de lazer” ou “algo para os jovens andarem de skate”.

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A moradora Mariana Almeida que vive paredes meias com este espaço outrora movimentado, recorda com nostalgia a última vez que o comboio circulou naquelas linhas para agora “ser um espaço abandonado, destruído, utilizado por crianças e jovens para fazer sabe Deus o quê”.

Junto a “esta degradação, com a delinquência e por vezes com o crime, está aqui a nossa Igreja metida neste buraco, sem o mínimo de dignidade que um espaço de culto merece” atirou.

Quase todos os dias o corrupio é testemunhado por moradores e transeuntes. “É só quem vê estes jovens e adolescentes a vir de mochila às costas e a entrar nas instalações da antiga fábrica Abílio Lima pelo lado da antiga linha de comboio”, assegurou Mariana Almeida.

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