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Edição 600

PS abandona Assembleia em protesto com “insultos” do executivo municipal

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“Tanta burrice”. As palavras de António Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal da Trofa, em retaliação à intervenção do socialista Marco Ferreira, fizeram o caldo entornar na sessão de 30 de novembro da Assembleia Municipal.

A reação do autarca surgiu quando o membro eleito pelo PS acusava o executivo de “falhar pontos essenciais do Plano de Ajustamento Financeiro”, durante a discussão do orçamento para 2017.
Considerando que António Azevedo “desrespeitou” os eleitos e o órgão da Assembleia Municipal, os elementos da bancada do PS abandonaram a sessão.
O primeiro a “desertar” após esta reação foi Pedro Ortiga, que já tinha protagonizado um momento “quente” com a presidente da Assembleia, Isabel Cruz, durante um pedido de ordem à Mesa (ver caixa). Após a intervenção de Marco Ferreira e antes que António Azevedo começasse a responder, os restantes elementos seguiram o exemplo e abandonaram a sessão.
Momentos mais tarde, Conceição Paixão, do PS, regressou à sala para reiterar que a saída dos elementos se deveu “à falta de respeito”. “Se queremos que os mais novos procedam com correção, os mais velhos têm de dar o exemplo”, afirmou a socialista.
Isabel Cruz prosseguiu os trabalhos, sublinhando que “não houve nenhum pedido de protesto por parte do líder da bancada que, antes de se ausentar, podia ter feito”.
Em jeito de justificação pela reação assumida, António Azevedo afirmou que “burrice é um adjetivo, não um substantivo, o que quer dizer que ao chamar burrice foi àquilo que ele (Marco Ferreira) afirmou e não a classificá-lo”. O autarca afirmou ainda “compreender esta vergonha que eles (PS) têm”, porque “o líder diz tanta asneira”.

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PS vai fazer queixa à DGAL

Esta terça-feira, a concelhia do Partido Socialista convocou uma conferência de imprensa para condenar o comportamento do executivo municipal e da presidente da Assembleia Municipal.
Pedro Ortiga assinalou que a sessão de 30 de novembro “constitui o culminar de três anos de perseguição política ao PS”. “Às intervenções políticas do PS, o presidente e o vice-presidente da Câmara respondem com ataques pessoais de uma inqualificável baixeza”, asseverou o socialista, que também apontou o dedo a Isabel Cruz. “A presidente da Assembleia foi, por diversas vezes, a líder da perseguição ao PS, incentivando a bancada do PSD a ‘protestar as intervenções do PS, comentando intervenções do PS, fazendo juízos de valor extemporâneos e com o fim de condicionar as intervenções”.
Magalhães Moreira, vereador do PS, foi mais longe e afirmou que “nunca” viu em “50 anos de intervenção política” uma assembleia “a ser gerida nos termos que está a ser dirigida atualmente a Assembleia Municipal da Trofa”. “Nunca na minha vida vi um presidente de uma Assembleia, perante a inércia do grupo parlamentar do partido a que pertence, incentivá-lo a reagir de determinada forma sem se levantar da cadeira de presidente”, afirmou, referindo-se a Isabel Cruz, a quem criticou “a arrogância com que fala”. “Não tem formação democrática”, continuou.
Os acontecimentos que ditaram o abandono dos elementos do PS da Assembleia Municipal serão agora instrumento de uma queixa que a concelhia socialista vai apresentar “à Direção Geral das Autarquias Locais (DGAL), através do envio do vídeo da sessão da Assembleia”.
Para os socialistas, o “descontrolo emocional dos líderes municipais” justifica-se com o facto de a oposição ter “demonstrado o malabarismo político em torno das contas municipais”. Pedro Ortiga referiu-se a um relatório da DGAL, citado por Marco Ferreira durante a intervenção na Assembleia Municipal e que, segundo os socialistas, “denuncia a incapacidade do Município de cumprir o plano de redução de dívida combinado”.
O PS Trofa considera ainda que “a democracia está doente na Trofa” e que o presidente da Câmara tem assumido “um papel de descredibilização do poder político” no concelho. “É um presidente que envergonhou os trofenses quando, em tribunal, aceitou pagar para não ser julgado por agressão a um casal à porta de uma discoteca, quando, em tribunal, admite que, mentindo, exagerou nos valores de gastos do anterior executivo relativos a publicidade e quando demoliu secretamente uma ponte histórica no concelho, depois de, meses antes, ter prometido um referendo sobre a demolição da ponte”, frisaram os socialistas.

“O senhor vai-se calar”

“A presidente sou eu e quem decide sou eu”. Foi desta forma que Isabel Cruz respondeu a uma reclamação do socialista Pedro Ortiga, que invocou o regimento para justificar a legitimidade de Marco Ferreira para protestar a intervenção da social-democrata Sofia Matos, que foi criticar as propostas do partido de oposição para o plano de atividades da autarquia. “Então ensine-me que eu tenho a humildade de aprender, enquanto vocês não têm”, afirmou Isabel Cruz, que logo a seguir foi questionada por Pedro Ortiga a razão pela qual estava a “fazer juízos de valor”. “Vai-me desculpar, mas o senhor vai-se calar e não o vou ouvir. Faça por escrito”, respondeu a presidente da Assembleia.

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