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O Governo engordou e vestiu nova roupagem

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Ainda não tinha terminado a fase da contagem dos votos dos dois círculos eleitorais da emigração (Europa e fora da Europa), mas já estava a ser anunciada a constituição do XXII Governo de Portugal, num vazio de sentido e num claro desrespeito aos portugueses residentes no estrangeiro, como se os seus votos não tivessem o mesmo significado dos restantes portugueses. E depois os políticos vertem “lágrimas de crocodilo”, a lamentarem as elevadas taxas de abstenção!

O novo Governo Constitucional (o vigésimo segundo em quarenta e quatro anos de democracia), que foi constituído atabalhoadamente tem a particularidade de ter a morte anunciada, pois foi formado a pensar na governação só para dois anos, talvez para respeitar a média de duração dos governos no nosso país. Embora continue a ser chefiado por António Costa (o grande mestre das artes circenses), o novo governo nasce prematuro, fruto de uma imaginação doentia e fantasiosa, mas também enferma de uma sobreposição de poderes e de uma parolice de bradar aos céus, que deriva da inutilidade ao rebatizar os nomes dos ministérios ou na utilização de nomes pomposamente parolos.

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Para além desta “pobreza franciscana”, este novo governo também tem tiques de um “novo-riquismo” confrangedor. O XXII Governo de Portugal é constituído por 70 elementos, muitos deles oriundos da máquina partidária, entre primeiro-ministro, ministros, ministros de estado e secretários de estado, que vão custar ao país 71 milhões de euros por ano, mais 7 milhões de euros que o anterior governo da “geringonça”, o que transforma este novo governo, no maior e mais caro de sempre!

Para acrescer a este esbanjamento de dinheiros públicos, ainda devem ser contabilizados os custos dos respetivos assessores, adjuntos, secretárias e chefes de gabinete. Para além deste “exército” de políticos que vão ser nomeados, também vão ser contratados mais de 1.000 técnicos de diferentes áreas, para apoio dos gabinetes do governo e para colmatar a falta de experiência de muitos ministros e secretários de estado. Vai ser um número recorde de mais de 1.300 nomeações. É obra! Se o sucesso fosse medido em função do número de nomeações, o êxito deste novo governo estava garantido.

O XXII Governo de Portugal, que quer enterrar de vez a “geringonça” está fadado a ter que a ressuscitar e ser de novo um governo “geringonçado”, pois serão os mesmos partidos que viabilizaram o governo anterior que vão viabilizar este governo, pelo menos até 2021. Durante estes próximos dois anos, o país vai viver numa paz artificial e muito teatral, pois nesse ano vamos ter eleições autárquicas e presidenciais, mas também vamos presidir, pela quarta vez e durante meio ano, ao Conselho da União Europeia.

Felizmente vamos deixar de ouvir os governantes a dizer mal do governo anterior, pois a “geringonça” vai continuar a existir para apoiar muitas medidas que vão ser tomadas e votar favoravelmente os orçamentos anuais. A única mudança é que o governo engordou e vestiu uma nova roupagem muito pindérica!

moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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