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Edição 605

Ele continua a andar por aí…

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Já lá vão quase cinco anos que deixou de ser primeiro-ministro, provavelmente o pior primeiro-ministro que Portugal teve em quarenta anos de democracia, depois de Vasco Gonçalves, mas tem estado sempre na ribalta, mesmo com os imensos acontecimentos graves em que esteve envolvido e que, em muitos deles passou por entre os pingos da chuva, sem se molhar. Já há muito tempo que deveria ter sido incriminado e punido exemplarmente, em termos políticos e judiciais.
O rol de acontecimentos graves em que esteve envolvido é imenso. Como ele próprio se definia é um perigoso «animal feroz». É um homem perigoso, que não olha a meios para atingir os seus fins. Assim o demonstrou no exercício do poder, quer como secretário-geral do seu partido, quer como secretário de estado, quer como primeiro-ministro.
Eu não esqueci! Eu não esqueço! E ninguém se deveria esquecer, só que ele continua na ribalta e o seu próprio partido continua a dar-lhe o palco, para ele poder continuar a brilhar e a branquear o seu passado. Ele continua a andar por aí…
Não me esqueci, não nos devemos esquecer que ele, nos tempos que ainda não exercia cargos oficiais, quando passou pela Covilhã assinou vários projetos, sem ser o autor deles e sem estar capacitado para tal, pois a Ordem dos Engenheiros não o reconhecia como tal.
Já no exercício de um cargo oficial, secretário de estado do ambiente, obteve a sua licenciatura a um «domingo», através da Universidade Independente, que acabaria por fechar de modo compulsivo e o seu reitor ter sido detido por suspeitas de corrupção. Também nesse cargo esteve envolvido no «Caso Freeport», em que a construção deste «outlet» em Alcochete, em área protegida, foi aprovada por ele.
Já no cargo de primeiro-ministro, foram tantos os casos em que ele esteve envolvido, que não cabem todos nesta Crónica, mas vou tentar enumerar o máximo que puder: foi a compra dos andares de luxo, seu e da sua mãe, a uma empresa offshore; foi o caso «face oculta» que abalou o seu partido e levou à prisão do seu amigo e camarada, Armando Vara, condenado por tráfico de influências, e o empresário de sucatas, Manuel Godinho, condenado por corrupção; foi o seu envolvimento, conjuntamente com o banqueiro, do BES, Ricardo Salgado, no caso «Monte Branco», que é um processo de fraude fiscal e branqueamento de capitais; foi o seu envolvimento e dos seus camaradas de partido, Rui Pedro Soares e Paulo Penedo no caso polémico da tentativa da compra da TVI pela PT, que fazia parte de um plano que ia para além do controlo da comunicação social, pois também queria controlar a banca (privada e pública), o sistema de informações e a justiça. Esta era, e ainda é, a sua estratégia para controlar os quatro pilares principais da sociedade moderna, que lhe daria um poder quase absoluto. Foi também o seu envolvimento na «Operação Marquês», que o levou à prisão fez há pouco tempo dois anos, por suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. São tantos os casos em que esteve envolvido!
Obviamente estou a falar de um dos maiores «artistas», da maior «fraude política», do homem mais perigoso da cena política portuguesa, de seu nome José Sócrates, que deixou de ser primeiro-ministro em 2011, não sem antes ter pedido ajuda externa ao FMI, BCE e Comissão Europeia, que abriu as portas para a entrada da «troika» no nosso país.
Mesmo depois de deixar de ser governante continuou a estar envolvido em casos altamente polémicos, como foi o caso do apartamento de quase 3 milhões de euros, comprado em Paris; da publicação do «seu» livro “A Confiança no Mundo”, que segundo relatos públicos, que nunca foram desmentidos, foi escrito por um seu amigo jornalista, a quem pagou principescamente, para além de ter distribuído dinheiro por colaboradores seus, para comprarem centenas de exemplares de uma só vez, para colocar o livro no top de vendas; assim como do anúncio do «seu» novo livro, com o título “Carisma”, que já se fala ter sido escrito por um seu amigo juiz, a quem pagou 100 mil euros, para o escrever. Agora quer passar a imagem de intelectual, igualmente falsa. Tudo nele «cheira» a falso!
Embora algumas pessoas estejam convencidas que José Sócrates jamais regressará à vida política, a minha opinião é contrária a essa, suportada pela realidade que ele nunca fez outra coisa na vida, não sabe fazer mais nada e tem muito dinheiro (como diz o ditado popular: “Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem”). É minha convicção que ele vai continuar a andar por aí, vai continuar em alta neste ano que agora começou, como aconteceu no ano que agora findou. Mesmo quando preso, ele tem conseguido estar sempre em alta!
Uma pessoa com estes atributos no poder constitui um perigo para a liberdade, para a democracia e para Portugal.

moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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