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Edição 541

Crónica: Rescaldo eleitoral na Trofa, ao estilo de um Real Madrid vs Barcelona

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João Pedro Costa

Delírio total na noite eleitoral na Trofa! Era ver os telhados das casas a saltar e as telhas a cair para o meio da rua, os prédios inclinavam de tal forma que pareciam autênticas Torres de Pisa com azulejos a desprender-se e vidros a estilhaçar. O caso não era para menos, era um grande jogo de campeonato, de vida para uns e morte para outros…! Por um instante, os trofenses esqueceram-se dos Impostos que estavam a pagar no máximo, e que continuará nos próximos 15 anos, mas quando se trata de futebol o caso não é para menos. O relato do jogo era em espanhol, uma espécie de português do centro da Europa que poucos percebem, mas o “rolar da bola” deixava todos empolgados. Mesmo não percebendo bem o relato dos comentadores, o importante era o “êxtase” que os golos proporcionavam, de cada vez que saía mais um resultado eleitoral. “Hei”, “boa”, “já está”, “chupa aí”, podia ouvir-se nas salas das habitações e dos cafés transformadas em bancadas improvisadas.

Alberto Fonseca, número 31 na lista da “Coligação PàF” pelo Porto, líder da concelhia da Trofa do PSD, uma das maiores concelhias do país, inicialmente selecionado para o jogo foi deixado de fora pelo treinador, ficando a Trofa definitivamente sem representação “na ponta direita” da Assembleia da República. Esta situação tinha de ser compensada, esperava-se que os adversários sofressem igual baixa.

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O ponto alto da noite, na Trofa, foi a vitória da coligação PàF, que, mesmo perdendo 1750 votos que saíram gravemente lesionados ao ponto de já terem assinado contrato com outra equipa, vivam de um fanatismo, fervorosos como se não houvesse amanhã! O júbilo surgiu no final da noite. A adversária socialista Joana Lima, 16 na lista da sua equipa, sofreu uma (não) entrada inesperada e não faria parte dos 14 titulares para os próximos desafios. A vitória era completa. Também a “ala esquerda” da Assembleia da República ficou desfalcada de trofenses! Os adeptos levantaram-se de braços no ar, gloriosos com o acontecimento. Mas que grande ausência.

As fracas forças políticas da Trofa conseguiram! Não meteram nenhum deputado trofense na Assembleia da República o que foi ótimo para as claques, ninguém ficou a ganhar e “APENAS” a Trofa e os trofenses saíram a perder…

Durante a noite, o “limpinho” e a passagem dos lixeiros encarregaram-se de limpar as ruas do concelho e ficou tudo na mesma – uma Trofa partida pelos partidos! Uma vez mais os concelhos vizinhos ficaram em vantagem, Santo Tirso elegeu 1 deputado para a Assembleia da República, a Maia 3 deputados e Famalicão 3 deputados – a região fica representada por eles… Três dias depois, as claques continuavam felizes e a exibir aquele “orgulho trofense”!

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