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Edição 540

A cumplicidade dos abstencionistas!

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Publicado

em

João Pedro Costa

A primeira abordagem que devemos fazer é recordar a taxa de participação eleitoral em Portugal desde a “Revolução dos Cravos”, que trouxe a democracia a Portugal em 1974: o registo de 91,5% de votos dos eleitores (8,5% de abstenção) nas primeiras eleições após o regime do Estado Novo, em contra ponto com os 58,1% (41,9% de abstenção) das legislativas de 2011 (de acordo com os dados publicados em www.pordata.pt), expressam o retrocesso do ideal que tantos sonharam – O CIDADÃO PARTICIPATIVO.
O que se passou então neste período de liberdade democrática e que levou à queda da participação dos portugueses, com consequente afastamento e desinteresse do “povo” em influenciar e traçar os destinos da nação?!
Por muitos argumentos que se procurem encontrar, poucas justificações poderão ser aceites. Antes de perguntarmos o que os outros fizeram por Portugal (bem ou mal) devemos questionar-nos a nós mesmos qual foi a nossa participação? O que fizemos, no exato dia das eleições?
Quando se argumenta que no dia 4 de outubro, o facto de jogarem as três principais equipas do futebol português – Benfica, Sporting e Porto – ou que o fator do estado climatérico do dia, que prevê chuva, pode afetar a taxa de participação, demonstra o comodismo que se instalou na sociedade portuguesa e do qual os políticos têm perfeita consciência! Aliás é nesta consciência de baixo índice de participação cívica que alicerçam as suas medíocres campanhas eleitorais, muito centradas em episódios mediáticos e pouco esclarecedoras de ideias e de substância dos programas eleitorais – o impacto das suas políticas e decisões nas vidas das pessoas.
A Trofa, alinhada com a estratégia nacional dos partidos que a controla, com igual tendência de aumento abstencionista fruto do afastamento e desinteresse das pessoas pela “coisa pública”, apresenta chagas profundas em obras mal executadas (Parque Nossa Senhora das Dores e Parque das Azenhas), noutras que não passaram de esboços no papel (o caso do Metro) e ainda as que definitivamente não serão solução (nova variante), num concelho com apenas 16 anos, jovem, mas que tarda em deixar de ser tratado como “criança”!
A perigosa “unanimidade” de uma direita portuguesa coligada, com uma estranha amizade “irrevogável” entre Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS) que abdicam das suas bases ideológicas, em troca de acordos pré-eleitorais, ditaram uma única opção às políticas de direita! Por de trás de um slogan de entendimento e de estabilidade, mais não representam do que um render aos interesses já instalados em torno da permanência no poder e continuidade da subserviência aos grandes grupos económicos e aos grandes escritórios de advogados que, fazem, desfazem e interpretam leis em busca do seu próprio lucro e das redes de interesses “lobistas” que pretendem servir.
A esquerda apresenta-se dividida, falando a 3 vozes: António Costa (PS), Jerónimo de Sousa (PCP) e Catarina Martins (Bloco de Esquerda) num sinal de pluralismo de opinião, de luta pela sua identidade (criticando-se inclusive quando assim tem de ser) em claro “jogo limpo” para o eleitorado, com garantia de uma menor influência de forças estranhas aos interesses da generalidade dos portugueses.
A estratégia de debate político, de uma direita unida, que nunca centrou a sua campanha eleitoral pelo que se propõe fazer, mas apenas em instalar um clima de medo, jogando sempre no “campo adversário” comentando (criticando) propostas alternativas, procurando a sua destruição e nunca o seu debate, afastando assim os portugueses do que realmente interessa no ato eleitoral do dia 4 de outubro – o julgamento dos últimos 4 anos de governação e o atual estado de Portugal.
Caro leitor, caro trofense, para todos os que acham que a sua vida e a dos que o rodeiam está bem, devem votar na Coligação PàF, ela garantirá a continuidade da atual política, as pequenas benesses eleitorais serão já retiradas no Orçamento de Estado de 2016. Para todos os que ambicionam uma política alternativa, que possa levar a que uma refeição não seja taxada a 23% de IVA, que aspire a que o Estado continue a cumprir a sua função de garantia de um SERVIÇO PÚBLICO IGUALITÁRIO: na saúde, na educação, na justiça, na segurança social, etc. deve procurar a mudança, onde só nos são dadas escolhas à esquerda – PS, CDU ou Bloco de Esquerda.

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