quant
Fique ligado

Edição 540

Porque é que a coligação PSD/CDS-PP não merece o voto dos portugueses

Publicado

em

Joao mendes
Publicidade
 
Inspirado pelo título da crónica do professor Moreira da Silva na edição de 4 de Setembro deste jornal aparentemente de esquerda, tomei a liberdade de adaptar o título do artigo em questão e fazer aqui uma versão alternativa do dito. Não que queira apelar ao voto no PS, até porque não tenho agendas partidárias. Mas tendo a Trofa um jornal com colunistas tão exímios na arte de defender a coligação PSD/CDS-PP com unhas e dentes – o que significa, em certa medida, atacar o PS e tudo o que mexe à esquerda – e um outro que, apesar de conotado com a esquerda, tem um conservador assumido a apelar ao voto na coligação, achei que devia tentar criar aqui um ponto de equilíbrio. Afinal de contas, e por muito que a propaganda do PSD e do CDS-PP tentem iludir o eleitorado, desrespeitando-o – sim caro leitor/eleitor, estou a falar para si – a verdade é que não é Sócrates quem vai a votos. É António Costa. E António Costa poderá até não ser a melhor opção, mas tenho sérias dúvidas que seja pior que o ilusionista Pedro Passos Coelho ou que o oportunista Paulo Portas, que caso o caro leitor já se tenha esquecido, apresentou a sua demissão para chantagear o PSD e assim conseguir mais poder. Uma decisão teve impacto nos juros da dívida nacional e resultou em perdas avultadas. Que você pagou para satisfazer a ambição de um político de duas caras. Tem a certeza que quer votar nestes indivíduos?
Não perderei muito tempo a falar do passado. Da mesma forma que acho que Sócrates não é para aqui chamado, não me parece que a ruína acumulada por Soares, Cavaco, Guterres ou Durão seja para aqui chamada também. E desenganem-se se acham que algum destes foi melhor ou pior que Sócrates. A diferença em Sócrates foi ter levado com a crise internacional em cima porque até lá não esteve muito diferente dos seus antecessores. Entre as PPP’s socráticas que vêm a caminho e as PPP’s cavaquistas, o banco dos seus amigos, a derrapagem de 600% do CCB ou a destruição das pescas e da agricultura portuguesas, venha o diabo e escolha. Dias Loureiro, amigo, conselheiro e referência de Pedro Passos Coelho, causou mais rombo nas contas públicas do país do que Sócrates. Apesar do silêncio cúmplice e cobarde de alguns, movidos por critérios estritamente partidários e de poder.
É interessante ver os apoiantes da coligação da nossa terra apontarem o dedo do despesismo aos socialistas quando foi a governação dos seus partidos que enterrou o nosso concelho em dívidas, motivo pelo qual continuamos com vários impostos no máximo e sob uma espécie de mini-plano de ajustamento. Fez-se obra? Com certeza. Algumas até foram feitas antes dos concursos públicos serem lançados, motivo que levará, em breve, distintos sociais-democratas trofenses à barra do tribunal. Mas a verdade é que, se somos hoje uma das câmaras mais endividadas do país, devemos o buraco financeiro à governação PSD e CDS-PP. Não é panfletismo anónimo: são factos.

“No dia 4 de Outubro pode votar num dos 3 partidos que conduziram, com iguais responsabilidades, o país à ruína. Mas também pode votar numa das restantes 16 outras forças políticas que não têm qualquer responsabilidade no estado a que isto chegou. Votar no problema nunca será solução.”

Mas os líderes das “claques” da direita trofense, sempre tão moralistas e agarrados a uma subespécie de maturidade democrática enviesada, lá do alto da sua superioridade senatorial, nada dizem sobre as “traições” dos seus pares instalados em São Bento. No outro jornal desta cidade, onde impera o colunismo pró-coligação, podemos ler todo o tipo de ataques contra a esquerda, mentiras e manipulações incluídas. É lá com eles. Deste lado, no suposto jornal de esquerda pró-PS, temos um colunista a desferir ataques cerrados ao PS e a elogiar em permanência o trabalho deste governo há várias semanas. É legítimo. Como legítimo é aquilo que tenho para convosco partilhar. Aqui vão os 7 motivos – poderiam ser mais – para não votar na coligação PSD/CDS-PP:
1. Porque lhe mentiram na campanha de 2011 quando lhe disseram que não cortavam salários e pensões, que não aumentavam impostos e que não iriam vender património do Estado, e cito Pedro Passos Coelho, “como quem vende os anéis para ir buscar dinheiro”. E porque lhe voltaram a mentir quando lhe disseram que não sabiam ao que iam;
2. Porque promoveram, como nenhum outro governo, a cultura do tacho e da clientela, tendo conseguido nomear mais boys em 4 anos do que Sócrates em 6. Entre amigos, familiares e militantes a quem foram pagos favores, chegou-se ao cúmulo de contratar militantes com idades a rondar os 20 anos como especialistas para integrar uma comissão de acompanhamento ao plano de ajustamento;
3. Porque falharam todas as metas a que se foram propondo, nomeadamente no que ao défice diz respeito, sendo que estão novamente a tentar enganar os portugueses dizendo-lhes que irão conseguir cumprir a meta de 2,7% em 2015 quando o acumulado do primeiro semestre é de 4,7%, o que obrigaria a que o défice no segundo semestre se mantivesse num valor médio de 0,7%, uma pura e simples utopia;
4. Porque prometeram uma reforma do Estado que afinal se resumiu a cortes e aumentos de impostos, tendo as famosas gorduras crescido e se multiplicado com desnecessárias renovações de frotas automóveis, apaniguados imunes a cortes e aumento da despesa da administração central apesar dos despedimentos e das reduções salariais à arraia miúda;
5. Porque fizeram da intervenção externa uma questão ideológica, afirmando e cumprindo a intenção de ir além da Troika, impondo sacrifícios aos portugueses que nem as instituições internacionais exigiram;
6. Porque Portugal é hoje um país com mais pobres e desprotegidos, onde o fosso entre pobres e ricos cresceu em todos os anos da governação da coligação sem excepção, ao mesmo tempo que os pobres e os muito ricos se multiplicavam, perante o esmagamento da classe média;
7. Porque, sob a bandeira de liberalizar as leis laborais e criar emprego, este governo banalizou a precariedade e tornou a nossa vida mais instável e insegura, falseando as contas do desemprego através de estágios remunerados sem garantias de empregabilidade, CEI’s e acordos com empresas privadas a quem pagam uma parte do salário do trabalhador sem que este tenha qualquer tipo de protecção.


Honestamente, entre este governo e o governo anterior, a única diferença que vislumbro é que um deles levou com o choque financeiro da crise internacional. De resto são dois clones, escravos da vontade de Angela Merkel, onde muitos favorecem clientelas com o nosso dinheiro e se envolvem em esquemas impróprios para gente séria. Se Sócrates teve a Operação Marquês, podem ter a certeza que, assim que Passos Coelho cair do “poleiro”, agora ou quando a maioria relativa que aparentemente o espera sucumbir como sucumbiu a de Sócrates, teremos muito que falar sobre as suas actividades na Tecnoforma. E ainda temos o irrevogável Paulo Portas, que se demitiu apenas e só para emergir com mais poder. Se, tal como chegou a afirmar, tivesse recuado na sua intenção por “imperativo patriótico”, teria voltado às suas funções anteriores. Mas não foi isso que aconteceu pois não caro leitor?
No dia 4 de Outubro pode votar num dos 3 partidos que conduziram, com iguais responsabilidades, o país à ruína. Mas também pode votar numa das restantes 16 outras forças políticas que não têm qualquer responsabilidade no estado a que isto chegou. Votar no problema nunca será solução.
Termino, parafraseando Pedro Passos Coelho, que em Março de 2010 fez aquela que é para mim a afirmação mais acertada da sua existência política: “Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?”. Irónico, não acham?

Continuar a ler...
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Edição 540

Limites entre Trofa e Santo Tirso levados à Assembleia

Publicado

em

Publicidade


“Politicamente, estamos a falar de um ato criminoso”. Foi desta forma que Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa, se referiu ao acordo assinado a 21 de maio de 2010 entre Joana Lima, então autarca da Trofa, e Castro Fernandes, ex-edil tirsense, referente aos limites dos concelhos, assinado no Tribunal de Penafiel na sequência de uma ação judicial interposta pela Câmara Municipal de Santo Tirso para tentar travar o projeto da Área de Localização Empresarial da Trofa.
O assunto foi levado à Assembleia Municipal (AM) por Alberto Fonseca, do Partido Social Democrata, que quis saber qual “o ponto de situação” do acordo “do qual nenhum trofense, além da ex-presidente (Joana Lima), tinha conhecimento”. “Pior do que vender os terrenos, é que se esteja a dar terrenos a outros concelhos, quando sabemos que cada metro quadrado da Trofa tem muito mais valor do que cada metro quadrado de outro concelho”, referiu.
No Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel foi celebrado um acordo em 2010, em que na cláusula primeira ambos os presidentes de câmara “declaram aceitar que continue a vigorar e até à fixação dos definitivos, os limites provisórios fixados pelo Instituto Português de Cartografia e Cadastro, em cumprimento pelo Despacho conjunto nº542/99 de 31 de Maio, proferidos pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e do equipamento e da Administração do Território e do Ambiente publicado em Diário da Republica de 07/07/1999” (ver caixa).
Sérgio Humberto reforçou que com o acordo foram “cedidas várias propriedades” a Santo Tirso, o que “pode comprometer financeiramente a autarquia da Trofa em milhões de euros fora a redução do território”. O autarca enumerou que a Trofa está a fazer “17 anos de autonomia (administrativa) ”, mas que mesmo assim ainda “hoje há dez toneladas de processos de obras particulares que ainda não chegaram ao Município da Trofa” e “cerca de 90 propriedades no nome da Câmara Municipal de Santo Tirso”.
O edil trofense mencionou que “não é por falta de diálogo e de tentativas que não se tem chegado a um acordo” sobre “os processos” e as “propriedades que estão no território trofense e ainda no nome da Câmara de Santo Tirso”, assim como “os limites que nunca foram decididos”. “Estamos a encetar há vários meses, ações que já entraram em tribunal contra o Município de Santo Tirso”, adiantou, apelando para que “todos” estejam “no mesmo barco nesta luta para defender o território que muito custou a adquirir”.
Já no período de intervenção do público, Luís Pinheiro, referiu-se ao acordo como “ruinoso” e acusou  o presidente da Câmara de Santo Tirso de andar “a aliciar os industriais da Zona Industrial de Fontiscos para procederem ao registo na Conservadora do Registo Predial, mudando a localização”, assediando-os “com uma série de baixas no IMI e derrama e ainda os ajuda a tratar desse processo de mudança”. Sérgio Humberto respondeu que “além do presidente de Santo Tirso ter enviado cartas aos donos das empresas e aos proprietários de terrenos e casas a pedir para pagar lá os seus impostos e de ter enviado cartas a outras entidades,a requerer os impostos anteriores ao acordo assinado”, também “imputou à Câmara Municipal da Trofa uma dívida de 5,9 milhões de euros”. “Se a Trofa representava 40 por cento da população de Santo Tirso e se representava cerca de 60 por cento de receita, todos os impostos que foram pagos pelos trofenses, depois do 25 de Abril, e que não foram investidos neste território, então Santo Tirso vai ter que pagar muitas dezenas e centenas de milhões de euros ao Município da Trofa”, terminou.

Limites só foram definidos “provisoriamente” em 1999

Sérgio Humberto mandou distribuir pelos membros da AM a documentação com o acordo  e ao qual o NT teve acesso. Segundo o acordo assinado a 21 de maio de 2010, os municípios da Trofa e de Santo Tirso “declararam aceitar que continue a vigorar, e até à fixação dos definitivos, os limites provisórios fixados pelo Instituto Português de Cartografia e Cadastro”, Com este acordo, os municípios “reconhecem que esses limites valem até à fixação dos definitivos para efeitos de todos os procedimentos administrativos” e, “em consequência”, o Município de Santo Tirso “desiste do pedido de suspensão da deliberação da AM da Trofa de 26 de julho de 2006”, que aprovou por unanimidade a proposta do Plano de Pormenor da Zona Industrial da Trofa.
No final da sessão, Marco Ferreira, enquanto presidente da Comissão Política Concelhia do PS da Trofa, em declarações exclusivas ao NT/TrofaTV afirmou não ter tido durante a sessão da assembleia “oportunidade” de “emitir qualquer espécie de opinião devidamente fundamentada”, porque “mais uma vez o senhor presidente da Câmara traz um assunto com documentação sem ter sido abordado com a antecipação devida e sem o devido esclarecimento”. “Não é a primeira vez que vemos o presidente da Câmara a referir-se como atos criminosos a situações do passado e também não é a primeira vez que, depois de adjetivá-la dessa forma, vemos, após uma análise mais fina, que não se tratam de atos criminosos, mas de decisões políticas tomadas no momento e que defenderam a Trofa”, explicou. O presidente da Concelhia declarou que “o senhor presidente da Câmara não pode atuar neste aspeto de guerrilha política e partidária, colocando partidos uns contra os outros sobre assuntos tão sensíveis e que merecem a melhor atenção”. “Os limites entre Trofa e Santo Tirso é um assunto urgente e que nos merece o melhor empenho apartidário e político de defesa do concelho para que, definitivamente, possamos resolver esta situação que dura desde a criação do município.
 O PS está na defesa da Trofa e para que não retirem um metro quadrado àquilo que historicamente e por justiça lhe é devido”, concluiu.

Continuar a ler...

Edição 540

Foi ao banco e roubaram-lhe 9 mil euros

Publicado

em

Publicidade


Eram quase 13 horas, na passada terça feira, quando Pedro Braga se dirigiu à Caixa Geral de Depósitos para levantar “nove mil euros” para pagar ao empreiteiro responsável pelas obras da sua casa. Depois de “cerca de meia hora” à espera para “poder levantar o dinheiro”, uma vez que “os cofres estavam fechados”, Pedro foi atendido numa das primeiras caixas, tendo o funcionário “colocado o dinheiro dentro de um envelope”. O homem voltou para o veículo e no caminho para casa, situada na Rua Almirante Gago Coutinho, em S. Martinho de Bougado, guardou o envelope “dentro do porta-luvas”. Quase dez minutos depois, Pedro voltou à sua viatura, tinha o vidro do lado do passageiro partido, vidros pelo chão e o envelope tinha desaparecido. “Quem foi estava no banco, isso é certo. Ninguém parte um vidro e vai direto ao porta-luvas e sabe que tem ali dinheiro, sem mexer em nada”, referiu.
Uma senhora que estava no café perto de sua casa, viu “uma pessoa a espreitar” para a sua viatura, mas que entretanto “arrancou no seu veículo de cor cinza” e de marca “Audi”. “A senhora do café afirmou que a senhora que esteve de volta do carro era loira e bem vestida e pela descrição, também esteve no banco. Se quem furtou foi a pessoa descrita, conheço-a de vista de passar por ela na Trofa”, adiantou o homem.
No local esteve a GNR da Trofa e o Núcleo de Investigação Criminal da GNR do destacamento de Santo Tirso a recolher indícios, que possam levar à identificação dos autores do crime.

Continuar a ler...

Edição Papel

Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 23 de março de 2023

Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 23 de março de 2023

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Facebook

Farmácia de serviço

arquivo

Neste dia foi notícia...

Ver mais...

Pode ler também...