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Edição 588

Zurra veio para ficar (c/ vídeo)

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Esmeraldina e Lola chamaram a atenção de todos aqueles que no domingo, 11 de setembro, foram ao encontro da vida campestre, no Coronado. A terceira edição do Zurra – Festa do Burro correspondeu às expectativas e fez dos burros os reis da festa.

A quinta, na Rua do Paiço, em S. Mamede do Coronado, transformou-se num verdadeiro centro de cultura. Ao longo do dia foram muitas as atividades que trouxeram animação ao sítio onde, normalmente, reina a paz. Afastada da confusão citadina, onde os únicos barulhos que se ouvem diariamente são os dos animais, nomeadamente o zurrar dos dois burros que fazem deste o seu lar. Depois da caminhada com os burros e do piquenique, com direito a cerveja artesanal, a tarde foi dedicada às artes. Desde a fotografia, à música ou às esculturas e pinturas, de nada faltou a esta edição do Zurra. A Associação para a Proteção do Vale do Coronado (APVC) queria que a edição de 2016 fosse tão boa como a de 2015. E foi. Foram “muitas as pessoas a entrar e a sair durante o dia todo”, o que se torna “recompensador, porque é um trabalho de equipa”, afirmou o presidente da APVC, André Tomé Ribeiro. O Zurra foi também o pretexto perfeito para proporcionar “o encontro de gerações de artistas do Coronado”, que “prova a vitalidade, a raça e a veia das pessoas” da terra. Alberto Carneiro, De Velasco, Manuel Dias e Martinha Maia juntaram-se ao evento numa tentativa de aproximar a arte às gentes da terra. “Achei que era uma oportunidade incrível”, afirmou Martinha Maia, uma vez que, continuou, “nunca estivemos a expôr todos juntos, somos de diferentes gerações e é um evento na terra”. A artista plástica natural de S. Mamede do Coronado achou que seria uma boa oportunidade “apresentar um bocadinho daquilo que é o seu trabalho”. Mas voltemos aos protagonistas da festa: os burros. Cada vez mais são uma espécie ameaçada, principalmente quando nos referimos à raça mirandesa. “Quando a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) foi criada havia um registo de nascimento de cerca de seis a oito animais por ano e, hoje em dia, com o trabalho que a Associação tem feito em colaboração com outras associações, estamos a ter um registo de cerca de 70 a 80 nascimentos por ano”, sublinhou Joana Braga, da direção da AEPGA, que considera que “o que se procura quer com o Zurra quer com o trabalho que AEPGA está a desenvolver é encontrar um papel atual para este animal que realmente justifique a sua longevidade e a sua perduração no tempo”. “Os burros podem e devem continuar a ser bastante úteis para o homem”, acrescentou. Para garantir a longevidade da raça asinina a AEPGA conta com padrinhos e madrinhas, que contribuem com 30 euros anuais, que “ajudam no apoio aos cuidados veterinários e à manutenção do trabalho” da AEPGA. “O Zurra faz uma coisa que é bastante importante que é a dignificação deste animal. O burro foi sempre o parente pobre do cavalo e urge hoje em dia olharmos para o burro de uma outra forma. É um animal cheio de qualidades que podem ser aplicadas quer na terapia, na educação, na agricultura, no teatro e nas caminhadas com os burros”, concluiu Joana Braga.
A APVC deixa um agradecimento “a todos os que colaboraram”. E, com o sucesso deste ano, já se pensa na próxima edição. “O Zurra vai continuar, seja com esta direção ou com outra”, afirmou o presidente da APVC. Assim sendo, é caso para dizer: ‘para o ano há mais’.

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