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Edição 586

Viagem ao interior da Capela Nossa Senhora das Dores

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De portas escancaradas e com a porta principal (Porta Santa) aberta – pois a Capela é uma das igrejas jubilares da diocese do Porto neste Ano Santo da Misericórdia -, este templo abre-nos o livro das angústias, dores e tristezas por que terá passado a Virgem Maria durante a sua vida, desde o nascimento até à morte do seu Filho, Jesus.
Estas “dores” estão representadas na capela-mor (seis em azulejos e a sétima corresponde à imagem que está na tribuna central).
1.ª Dor: Profecia do Velho Simeão: “Uma espada trespassará a tua alma”.
2.ª Dor: Fuga para Egipto: “Levanta-te (José), toma o Menino e Sua mãe e foge para o Egipto”.
3.ª Dor: Perda do Menino Jesus no Templo: “Filho, por que procedeste assim connosco? Eis que teu pai e eu te procurávamos, cheios de aflição”.
4.ª Dor: Maria encontra Jesus a caminho do Calvário.
5.ª Dor: Jesus morre na Cruz – Junto da Cruz de Jesus estavam de pé Maria, Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
6.ª Dor: Maria recebe o corpo de Jesus em seus braços: José de Arimateia tirou o corpo de Jesus da Cruz e envolveu-O num lençol de linho e entrega-O a Maria.
7.ª Dor: O corpo de Jesus é sepultado no túmulo. Maria fica sem seu Filho, nem vivo nem morto. É a imagem principal da Capela no centro do altar-mor. (Jesus está morto no sepulcro).

No altar-mor veem-se também as imagens de S. Joaquim à esquerda e S. José à direita. Nos altares laterais as imagens de S. Bento, do lado esquerdo, e S. Brás, do lado direito. Completam-se os altares com imagens mais pequenas de Santa Margarida e Santo António, no altar de S. Bento, e S. Luís de França e Nossa Senhora de Conceição, no altar de S. Brás.
Ao centro da Capela está bem visível, do lado esquerdo, o púlpito onde, outrora, nas missas solenes, era proferida a homilia pelo celebrante ou pregador (antigamente designado por sermão).
Também se veem quatro vitrais representando outros tantos quadros da vida de Maria, como sejam: a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora, Visitação de Maria a sua prima Santa Isabel, Nascimento de Jesus e Adoração dos Reis Magos. A estes foram acrescentados outros dois quadros bíblicos em azulejo, referentes à Assunção e Coroação da Virgem Maria.
Estes seis quadros, que foram ao longo dos anos acrescentados a este espaço religioso por várias entidades e comissões de festas, denotam que o culto a Maria não se circunscreve só às Dores que a Virgem sofreu, mas também às Alegrias que sentiu por ser a Mãe de Jesus, abarcando, estes, no conjunto das Sete Alegrias da Virgem, cuja devoção aparece na Igreja Católica ao longo de vários séculos.

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Existem também na Capela-mor dois painéis de azulejos, um do lado direito e outro do lado esquerdo, que contêm os cânticos mais conhecidos dos devotos de Nossa Senhora das Dores e que se podem ouvir, diariamente, pelos sinos do relógio:

(Refrão)
“Bendita sejais
Senhora das Dores
Ouvi nossos rogos
Mãe dos pecadores”

(Estrofe)
“Virgem Dolorosa
Que aflita chorais
Cheia de mil dores
Bendita sejais”

Finalmente, e já no exterior da Capela, vemos a imagem de S. Manuel, um santo dos inícios do Cristianismo, que terá sido provavelmente o santo de devoção do grande benfeitor da Capela, Conde S. Bento. Vemos ainda a imagem de S. João Baptista, santo popular de todos os tempos.
Em cima, e ao centro, existe uma varanda que foi concebida para celebração de missas campais e para outras celebrações litúrgicas e religiosas, tais como bênção do Santíssimo Sacramento ou do Santo Lenho aos romeiros e devotos que acorriam em grande número.

Nota importante – Voltando ao interior da Capela – na Capela-mor, na posição de costas para a imagem, surge ao visitante o resumo da história da Capela, que lhe é revelada no arco que divide a Capela-mor do corpo da mesma: 1766 e 1879 as duas datas mais importantes da existência deste Santuário. Em jeito de sugestão, seria justo e digno de homenagem que se acrescentasse, para memória futura, as datas de 1966 (bicentenário da Capela) e de 2016 (jubileu 250 anos da fundação).

Esta comemoração encerraria com chave de ouro se, justamente, fosse prestado devido reconhecimento ao primeiro grande impulsionador da fundação deste santuário, o reverendo Abade Inácio Pimentel, que naquele tempo terá dedicado toda a sua vida à paróquia de S. Martinho de Bougado. Homenagem precisa-se!

António Costa

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