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Ano 2010

Trofenses recordaram entes queridos

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Um pouco por todo o concelho, no dia 1 de Novembro, os cemitérios encheram para que os trofenses pudessem recordar os familiares, os amigos e os conhecidos que já faleceram.

Transposto o portão do cemitério, a primeira coisa que salta à vista são os arranjos florais. Flores de todas as cores contrastam com o verde das folhas e estão cuidadosamente colocadas em jarros ou floreiras. Em cima da pedra fria dos jazigos, pequenos ramos e muitas velas e lamparinas ocupam todo o espaço. Quase perdidas entre flores e cera, as lápides mantêm presentes os que já partiram e os olhos das pessoas estão voltados para o chão, em sinal de respeito e oração. Num ou noutro momento ouvem-se os sussurros trazidos pelo vento de conversas de circunstância, que servem para colocar os assuntos em dia, afinal muitas são as pessoas que apenas se encontram no dia 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos. No calendário religioso, o Dia de Todos os Santos e o Dia dos Fieis Defuntos (2 de Novembro) são datas diferentes e assinalam comemorações diferentes. No entanto, e aproveitando o facto de ser feriado nesse dia, as cerimónias do Dia dos Fiéis Defuntos foram realizadas na segunda-feira. Um pouco por todo o concelho, os trofenses rumaram aos cemitérios para relembrar os que de alguma forma fizeram parte das suas vidas e que já partiram.

Do lado de fora dos portões, o espaço era ocupado pelos vendedores de cera e pelas floristas, que tinham à venda todo o tipo de produtos. As conhecidas latas redondas usadas no peditório nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro não deixavam ninguém indiferente e, pouco a pouco, iam ficando cheias, graças à boa vontade de todos.

Em Guidões, o dia começou com a Eucaristia às 10 horas. Depois, centenas de pessoas foram em romagem até ao cemitério, onde participaram nas cerimónias presididas pelo pároco José Ramos.

Já ao início da tarde, o cenário repete-de, desta vez em Covelas, com o mesmo padre a percorrer os corredores de jazigos, benzendo o espaço. Finalmente, José Ramos rumou a Alvarelhos, onde pela terceira vez celebrou todos os santos católicos e, depois, os fiéis defuntos. Durante a celebração eucarística, a igreja e o cemitério de Alvarelhos estiveram sempre cheios. Nas três paróquias da responsabilidade do mesmo padre, o incenso invadiu os sentidos e esteve presente em alguns dos momentos mais importantes da missa.

Entre a azáfama de pastorear três paróquias, José Ramos explicou ao NT a importância deste dia: “Hoje (1 de Novembro) celebramos a Igreja Triunfante, mas compreendo que seja mais fácil para as pessoas conciliar as duas datas, no entanto é importante não esquecer que neste dia se celebra o apelo de Deus à santidade”. “Este dia serve também para recordar aqueles que nos precederam nos caminhos da fé e esta tradição é importante por dois motivos: primeiro, porque nós somos devedores de algo a tanta gente e é preciso, pelo menos uma vez no ano, parar para recordar aqueles que connosco trilharam os caminhos da História e aqueles a quem tanto devemos”, acrescentou, dando como exemplo “os pais, os amigos, os professores e tanta gente que fez bem”. “Em segundo lugar, paramos também para recordar a nossa própria finitude, pois estamos habituados a ver a morte passar na rua ao lado da nossa casa”, alertou. Citando Dalai Lama, o líder espiritual do povo tibetano, José Ramos constatou que “cada vez mais, o homem vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido”.

À semelhança destas freguesias, em Santiago de Bougado, milhares de pessoas foram ao cemitério depositar uma vela ou um ramo de flores. Armindo Gomes, pároco local, falou também da necessidade de honrar os falecidos.

Nas freguesias onde o padre Manuel Domingues é o responsável paroquial – Muro, S. Mamede e S. Romão do Coronado – o Dia dos Fiéis Defuntos é assinalado a 2 de Novembro, conforme o calendário religioso. Os fiéis participaram nas eucaristias e depois na romagem aos cemitérios. Nas três freguesias, os católicos dividiram-se entre os dois dias para assinalar as datas.

Independentemente do dia escolhido, da hora ou do tipo de cerimónia, os trofenses deslocaram-se aos diversos cemitérios do concelho para assinalar o Dia dos Fiéis Defuntos.

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