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Edição 556

Teatro Múltiplo sobe ao palco para apresentar “Restos” (c/video)

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A impotência, física e psicológica, é um dos aspetos mais frisados na peça “Restos”, de Bernardo Santareno, que o Grupo de Teatro Múltiplo vai levar à cena na Associação Recreativa de Canidelo, em Vila Nova de Gaia, no sábado, dia 23 de janeiro, pelas 21.30 horas.
A peça, encenada por Fausto Silva, é uma das relíquias deixadas por Bernardo Santareno e dá ao público uma visão clara e sem filtros dos efeitos da toxicodependência como caminho para a desgraça humana.
Tomané é um jovem de 20 anos, estudante universitário e oriundo de uma família pobre, que está aprisionado ao vício da droga. No seu percurso tortuoso de vida, encontra “Misu”, Maria de Lurdes Ataíde, da mesma idade, mas com uma condição social diferente que, tendo dinheiro fácil, refugia-se na droga porque se cansou da hipocrisia humana. Ambos se envolvem numa relação onde o amor e o ódio se confundem, mas que acabam por se resumir a degradação.
Emanuel Teixeira e Ana Costa são os dois protagonistas do drama, que, à altura, foi um “grito” de aviso para os perigos da toxicodependência e para os podres da política e da frágil condição humana. O “trabalho de casa” foi intenso, uma vez que foi preciso perceber e encenar os efeitos do consumo de estupefacientes. “Enriqueci muito. Esta peça é muito instrutiva e os próprios textos ajudam muito, uma vez que Bernardo Santareno era psiquiatra e conhecia bem os meandros daquele mundo”, afirmou Ana Costa.
Por sua vez, o ator Fernando Duarte vai personificar o autor da peça, numa adaptação feita pelo encenador, Fausto Silva.
Esta é a segunda peça que o Grupo de Teatro Múltiplo, que nasceu no Coronado, leva à cena. A primeira foi “Confissão”, também escrita por Bernardo Santareno, e que foi apresentada no Festival de Teatro Amador da Trofa em 2015. Até à estreia de “Restos”, o elenco terá cerca de dois meses de ensaios.
O grupo lamenta que a estreia da peça não aconteça na Trofa. “Nunca ninguém nos recebeu de braços abertos. Não há apoio por parte da Câmara nem das Juntas de Freguesia e a maior parte destas nem sequer querem que façamos os espetáculos nos seus auditórios. Só tivemos a abertura de Covelas. Em S. Mamede, convidaram-nos para apresentar uma peça numa iniciativa de angariação de fundos para o salão paroquial. Apareceram 400 pessoas”, contou Fausto Silva.
O Grupo de Teatro Múltiplo é composto por nove pessoas, que mesmo sem as condições ideais para ensaiar – a preparação foi feita em casa do encenador -, persistem em alimentar a paixão pelo teatro.

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