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Ano 2010

Processo Casa Pia finalmente chegou ao fim

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jose moreira da silva

Obrigado “Mestre” Américo! Obrigado Mãe do “Joel”! Obrigado Felícia Cabrita!

O julgamento do Processo da Casa Pia, referente a abusos sexuais de menores envolvendo várias crianças acolhidas pela Casa Pia de Lisboa, uma instituição gerida pelo Estado para a educação e suporte de crianças pobres e órfãos menores, finalmente chegou ao fim com a leitura do acórdão final, quase seis anos depois de ter começado.

Embora alguns relatos de abusos tenham várias dezenas de anos, só em 1981 a Polícia Judiciária acusou um funcionário da Casa Pia de violar dezenas de crianças durante um período de 30 anos e de fornecer crianças para vários homens proeminentes da sociedade portuguesa. As acusações ligavam alguns políticos, diplomatas e celebridades do mundo do espectáculo e da comunicação social.

Américo Henriques, o “Mestre” Américo, como era carinhosamente tratado pelos alunos da Casa Pia, em virtude de ter ensinado relojoaria na Casa Pia, bateu-se sozinho ao longo de mais de vinte e cinco anos, contra os abusos sexuais na Casa Pia. O “Mestre” Américo, que chegou a ser condenado num processo disciplinar por difamação, lamentou a ingerência de “vários tipos de poder” no processo, que terá impedido que “muitos culpados” se tenham sentado no banco dos réus.

O “Escândalo da Casa Pia” veio a público a 23 de Setembro de 2002 quando Ana Paula Santos, se queixou de abuso sexual ao seu filho “Joel” praticado por um funcionário da Casa Pia. “Era um miúdo dócil”, recorda Ana Paula Santos, mãe de “Joel”, com as lágrimas nos olhos, na madrugada de 1 de Setembro de 2001, uma sexta-feira. “Quando me disse que tinha sido violado pelo… pelo… eu nem quero dizer o nome dele… passei a pior noite da minha vida. Só Deus sabe o que me custou ter de esperar pela manhã de segunda-feira para ir apresentar queixa”.

A 23 de Novembro de 2002, a “história de “Joel” é narrada num artigo de autoria de Felícia Cabrita, publicada no “Expresso”. Felícia Cabrita é autora de vários livros e jornalista de grande coragem e categoria, que exerce no semanário “Sol” e que já trabalhou em diversos órgãos de comunicação social, no jornal “Expresso”, na revista “Grande Reportagem” e na estação de televisão “SIC”. É conhecida por ter participado na denúncia de grandes casos polémicos na sociedade portuguesa, como o “Escândalo Casa Pia” e o caso “Ballet Rose”, tendo também mais recentemente sido responsável pelas notícias relacionadas com o caso “Face Oculta”.

Ao “Mestre” Américo, presto a minha solidariedade pelo sofrimento que o fizeram passar e o meu agradecimento pela coragem nas denúncias! Obrigado “Mestre” Américo.

À mãe de “Joel”, presto a minha singela homenagem pois foi uma verdadeira “Mãe” Coragem! Obrigado!

À Felícia Cabrita, uma mulher que assegurou que o jornalismo de investigação é uma profissão credível e não um piscar de olhos ao poder, a minha sincera homenagem. Parabéns e Obrigado!

A justiça portuguesa, que tem muitos “caminhos sinuosos”, vai permitir aos “caríssimos” advogados dos réus, recorrer com o intuito da prescrição do processo, para que os seus clientes não sejam presos, mas o trabalho de Felícia Cabrita permitiu que o silêncio sobre o que se passava na Casa Pia fosse finalmente reconhecido como crime contra crianças desprotegidas.

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E como afirmou um dos ex-alunos da Casa Pia “Eu já não tenho palavras para descrever todo este nojo, nojo de tanta gente que prolifera no nosso meio, e em que muitos dos portugueses admiram como pessoas de referência”.

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