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Edição 570

Pós 25 de Abril com ataque ao jornal

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E depois de evocar abril, Carlos Martins, presidente da Junta de Freguesia do Muro, referiu-se à notícia publicada no jornal O Notícias da Trofa sobre a Assembleia de Freguesia do Muro, quando disse que “a Trofa faz ao Muro, o que Lisboa faz ao Porto”. Carlos Martins mencionou que proferiu essas palavras “mas só que num contexto diferente”. “Que não tentem deturpar aquilo que eu digo. Se foi lapso, tudo bem, se foi premeditado penso que é grave. O que eu disse foi que há cerca de 11 anos, num contexto que não vou estar a explicar para não alongar muito mais, houve um vereador que me mandou uma fatura de um empreiteiro de 30 mil euros para a Junta para eu pagar e eu disse que não pagava, porque não pedi nada e disse que vocês fazem ao Muro, o que Lisboa faz ao Porto. Foi neste contexto. Quando tiver alguma coisa a dizer a este executivo ou a alguém eu digo, agora não deturpem aquilo que digo”, terminou.
O presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto, afirmou que o 25 de Abril “deve-se comemorar sempre, todos os dias”, e “não apenas no dia com uns foguetes, umas bombas e um concerto, se depois a gente não o pratica”. “Há jornais que a única verdade é a data e se calhar esses jornais das edições que fazem para eles é sempre o dia 1 de abril. O 25 de Abril não permite adulterar afirmações, pontos de vista, enganar e é preciso ter esse cuidado, porque maior liberdade, também é maior responsabilidade”, atacou.
Dirigindo-se aos presidentes das juntas de freguesia do Muro e de Bougado, o autarca afirmou “não ficar surpreendido com aquilo que sentiram”, pois tanto ele, como o vice-presidente da autarquia, António Azevedo, “já sentiram isso muitas vezes”. “O Sérgio Humberto enquanto presidente de Câmara e o António Azevedo enquanto vice-presidente de Câmara respondem pela entidade Câmara Municipal da Trofa, que não pode compactuar com interesses financeiros. Podem colocar as ações que quiserem em tribunal, porque estou de peito aberto na defesa do interesse da autarquia. A Câmara Municipal não está disponível para pagar as centenas e centenas de milhares de euros a um jornal local, porque isso permite fazer muita obra que está a ser feita e para poupar para as contas que vamos apresentar”, atestou, acrescentando que “apontar uma câmara não é apontar uma arma”.
Já no período de intervenção do público, quando questionado por Joaquim Azevedo “qual o vosso medo da imprensa”, o edil trofense disse “não ter medo da imprensa, que tem que existir”, mas considera que “tem que existir seriedade, isenção e contar aquilo que é factual”. “A imprensa não pode e não deve ser tratada por e simplesmente como uma empresa. Dá tem, não dá não tem… publicidade. Tem que passar para a população aquilo que realmente acontece e isso não é à custa de uma qualquer contribuição”, declarou.
Ou o presidente tem memória curta ou existe uma falha dentro dos serviços. É que desde agosto de 2014, a Câmara Municipal da Trofa deixou de enviar informação sobre as atividades por si organizadas e de responder às questões por nós colocadas. De recordar também o incidente de 12 de outubro de 2015, em que pediu à comunicação social, neste caso só estava presente o NT e TrofaTv, para sair da sala da apresentação pública do novo troço da extensão da linha do metro, entre o ISMAI e a freguesia do Muro. Na altura, o presidente da Câmara informou que “há coisas que são do foro público, mas isto não implica que seja da comunicação social”, que “a reunião é pública, aberta e transparente”, mas não é aberta à comunicação social. E lá insistiu ele: “Há coisas que são do foro público, mas isso não implica que seja a comunicação social a fazê-lo, como em muitas reuniões” e conseguiu dar mesmo o exemplo e comparar a reunião pública do Muro com o Conselho de Ministros.
Já para não falar das acusações que o executivo tem feito a este periódico, como o de ter recebido cerca de meio milhão – sim, cerca de 500 mil euros – de dinheiros públicos de 2009 a 2013, acusações que terá agora de provar em tribunal.

Jornalistas do NT escrevem o que as pessoas efetivamente dizem e não aquilo que elas acham que disseram

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Relativamente à questão levantada pelo presidente da Junta de Freguesia do Muro, Carlos Martins, que acusa O NT de “deturpar” as afirmações por si proferidas, na Assembleia de Freguesia do Muro, realizada a 11 de abril, esclarecemos: como Carlos Martins disse, e muito bem, a Assembleia está gravada e, para que não restem dúvidas de que escrevemos aquilo que, efetivamente, se passa nos locais, foi colocado no nosso Facebook um excerto da gravação para que possam confirmar que o profissionalismo com que os jornalistas trabalham está acima de todas as tentativas de denegrir o bom nome e a credibilidade do jornal O Notícias da Trofa e da TrofaTv.
Quem ouvir a gravação, pode constatar aquilo que o presidente da Junta de Freguesia do Muro disse, durante a Assembleia de Freguesia:
 
“Em relação a pouco dinheiro que esta Junta tem para executar as coisas e que vai muito dinheiro para festivais e para feiras de março e essas coisas. Desde o primeiro dia que entrei dentro destas portas foi sempre que achei e uma das coisas que me candidatei achei que a nossa freguesia merecia mais e melhor porque isto não pode ser um sítio que a gente venha para aqui para nos aproveitarmos para nós ou para tirar mais dinheiro, a nível de salário, ou para empregarmos os filhos ou familiares na Câmara. Eu criticava isso. Ou para fazer negócios com a Câmara. Isso, de facto, acontecia e, como acontecia, as pessoas que estavam aqui estavam satisfeitas em causa própria e, portanto, não precisavam de mais nada, e quem estava lá em baixo no poder também ‘se já satisfiz este aqui, ele agora não precisa de mais nada. O que eu quero é o voto nas eleições e as coisas estão a andar’. É evidente que as pessoas do Muro viram isso e estavam a sentir essa discriminação. Eu sempre disse, e uma vez disse na altura a um vereador da Câmara que ‘faziam à freguesia do Muro aquilo que Lisboa fazia ao Porto’ e ele começou ‘Ah não, para o Muro vai não sei quê, não sei que mais’ e eu disse: ‘Não. Aquilo que vocês se queixavam que Santo Tirso não fazia com o dinheiro da Trofa, que ia para Santo Tirso e quiseram autonomia. E foi concelho à custa das oito freguesias, não foi à custa só de S. Martinho. De facto criticavam Santo Tirso que não fazia nada, porque o dinheiro ia todo para lá e na altura eu criticava isso porque era só para S. Martinho e para aqui, para as freguesias, mas neste caso estou a falar principalmente de Muro, também não vinha nada e não se fazia nada ao contrário do que se dizia de que se fazia mais algumas coisas.
Há duas coisas que nós temos que ser realistas, o centro da cidade é na Trofa, que se faça algumas iniciativas culturais ou… concordo, como o S. João no Porto não é? Portanto é ali na cidade. Agora também há aqui uma coisa que é isto que nós vamos tentar fazer. Vamos tentar não. Vamos exigir que isso aconteça. Ainda há pouco eu li num jornal aqui do concelho que o cartaz que vai haver para o festival da juventude que ia ser alterado. Às vezes costuma ser ao contrário, que é alterado por falta de verbas. Aqui é ao contrário, é por excedente de verbas. Ou seja, um artista custava dez, não pode vir, tem-se que ir buscar o artista que custava 14 ou 15, porque tem-se de gastar o dinheiro ali naquilo. Eu olhei para aquilo e disse: ‘caramba, nós andamos aqui atrás dos nossos artistinhas, dos miúdos da escola, dos velhinhos da Muro de Abrigo para ir ali para o palco para ocupar alguma coisa. Não temos dinheiro, temos que andar a pedir microfones, ah não sei quê não sei que mais, o palco mais pequenino que é para não pagar isto’. E aqui de 50 mil passa acho que é para 80 mil euros. Eu não tenho nada contra o festival, mas parece que passa para aí.
E então o concelho da Trofa ou S. Martinho tem lá a Feira de Março que vem Quim Barreiros, que vem damas, que vem damas e cavalheiros, em que o propósito daquilo é tratores e umas vaquinhas e uns cavalos, mas vem mais essas coisas. A seguir temos a ExpoTrofa que abre sempre com chave de ouro ou com boas bandas e encerra. Depois a seguir temos o festival com Piçarras, com não sei o que, não sei que mais. Como esse levava pouco vão passar para o Zambujo e nós aqui, que queremos fazer uma festinha na nossa terra, uma festinha modesta que até movimenta pessoas, que é aqui à face da estrada, andamos nós ali a pôr umas ‘lampadazinhas’, aquelas coisas todas e ali é uma empresa que organiza aquilo, monta o palco, monta aquelas megas produções. Portanto e há dinheiro para isso, disseram que havia dinheiro para isso. Portanto se há dinheiro para isso, tem que haver aqui dinheiro para a festa de rua, aqui para um artista, que é isso que nós vamos fazer. Foi por isso que eu estava a dizer que ainda não tínhamos o programa feito, precisamente porque nós queremos ter aqui um artista. Pá, os nossos artistas são bons não há dúvida, mas os nossos artistas alguns até já pedem dinheiro. ‘Aqui para a freguesia não, vocês são daqui’, ah pois é mas ‘se vier fulano dali vós dais não sei quanto’. Mas é evidente, para nós realçarmos mais esta festinha…
 
(Margarida Pinto: Posso só interromper ? Isso era uma mentira do dia das mentiras da parte do dinheiro do festival não sei se sabe)
 
-Ah. Então ainda bem porque eu não sabia, mas independentemente disso, o festival custa cerca de 40 ou 50 mil euros correto? Ou mais prontos, mas o orçamento é esse, independentemente disso são fundos do QREN que é para o Parque da Nossa Senhora das Dores, para atividades imateriais para contratar artistas em que pagam, o QREN, 85%, portanto se vier aqui um artista que custe mil euros nós só pagamos 150€ portanto pagamos 15% que é irrelevante com dinheiro do banco, portanto pagar os 15% e é isso que nós vamos porque de facto o concelho da Trofa não é S.Martinho, são as oito freguesias e se há dinheiro para atividades culturais. Porque, reparem, onde é que a Junta de S. Martinho tem que atuar? No seu território. Onde é que atua a Junta do Muro? No seu território. A Câmara Municipal onde é que tem de atuar? Na de todas, mas não, em S. Martinho. Portanto, há aqui uma duplicação Junta e Câmara e sempre houve. Nós temos que tentar que haja essa desmultiplicação, ou seja, aqui também é concelho, em S. Mamede também é concelho, S. Romão é concelho, Guidões é concelho e Alvarelhos é concelho. Não digo que se façam aqui grandes festas, mas pelo menos uma vez por ano que nos apoie num artista, porque senão continuamos a ser comidos de cebolada por S. Martinho”.

 

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