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Edição 519

Padre José Avelino em missão em Nampula

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“Não sei o que acontece com todos os padres que são párocos… Mas sei que comecei a entrar numa rotina que nunca quis para mim…era preciso dar um ‘safanão’ na minha vida e, graças a Deus, encontrei sensibilidade no meu Bispo que logo me disse que sim”. Depois de celebrar dez anos de atividade como pároco, José Avelino pediu ao então Bispo do Porto para ingressar numa experiência missionária no exterior. Na altura, a recetividade não foi a melhor. “Não encontrei disponibilidade e sensibilidade da parte do meu Bispo”, contou ao NT. O sonho permaneceu e aquele que era um dos desejos de José Avelino foi possível, graças à aceitação de D. António Francisco dos Santos, atual Bispo do Porto.
“Eu já conhecia vários padres missionários, em especial os da Trofa. Estou agora a lembrar-me do padre Alberto Vieira e do padre Xavier Dias e, por isso mesmo, sugeri ao meu Bispo fazer uma experiência com os Missionários Combonianos, em Moçambique”.
Em outubro fez as malas e partiu à descoberta de terras desconhecidas a norte de Moçambique – Ribaué e Lalaua – na Diocese de Nampula, para aí permanecer por dez meses. Lá, habituou-se a uma vida diferente do que a que tinha por cá.
Em terras calorosas, José Avelino faz um pouco de tudo. “O carro dos missionários até serve de ambulância”, conta.
Os dias são passados em visitas às “pequenas” comunidades espalhadas pela zona ou, como dizem, “pelo mato”. Anunciar o Evangelho é a principal missão do missionário, ao mesmo tempo que anima e organiza as comunidades, ao lado de uma equipa de missionários combonianos, um mexicano e outro costa-riquenho.
“Algumas delas (comunidades) têm a visita do missionário apenas uma vez por ano. E, claro, é sempre uma festa esta chegada. Os missionários trazem Jesus Cristo, é verdade, mas trazem sobretudo a esperança”, testemunha, acrescentando que “não é o que habitualmente se designa por missionário”, uma vez que é padre diocesano e “não pertence a nenhum instituto missionário”.
Questionado sobre a hipótese de continuar em missão, por Moçambique ou qualquer outra localidade, José Avelino é convicto nas suas palavras: “A verdade é que por mim continuava por cá…este é o meu desejo. Mas também sei que o meu Bispo e a minha Diocese pedem o meu regresso e dizem precisar de mim por aí”.

“Se já admirava os missionários, mais admiro agora que com eles partilho a experiência”

A nostalgia dos familiares e amigos são sentidas, mas o sorriso estampado no rosto, a alegria, a cor e o acolhimento das gentes de África falam mais alto ao coração de quem delas perto vive. Depois, conta o padre, “é o fascínio das paisagens, das cores, dos cheiros e sobretudo das pessoas de África que, apesar da sua pobreza, de uma cultura por vezes muito estranha, não deixam de nos inebriar”.
José Avelino está certo de que é mais necessário em Moçambique. “Aqui posso fazer alguma diferença que aí nem sempre acontece”, diz. No entanto, não deixa de recordar que “não é fácil suportar as saudades”, principalmente no Natal e na Páscoa, que por vezes “são um apelo para voltar”. José Avelino nunca tinha passado tanto tempo fora de Portugal. “Se já admirava os missionários mais admiro agora que com eles partilho a experiência. A maior parte deles vai ao seu país de três em três anos. E só quando é possível”, relata.

padre
Antes de fazer as malas e voar para terras de África, José Avelino passou por várias paróquias vizinhas às do concelho da Trofa. Se costumava seguir de perto a vida da igreja, certamente que se lembra da “Missa Nova” de José Avelino, na Igreja Paroquial de Santiago de Bougado, celebrada a 23 de julho de 2000.

Filho de uma família do lugar de Cidai, o mais velho de quatro irmãos, todos rapazes, foi ordenado a 8 de julho de 2000, na Sé Catedral do Porto. No seu estágio passou por paróquias em Santo Tirso – S. Mamede de Negrelos, S. Martinho do Campo e S. Salvador do Campo –, Paços de Ferreira – Carvalhosa, Codessos, Raimonda – e Lousada – Sousela, de janeiro de 2000 a fevereiro de 2001. Foi também pároco de S. Tiago de Carvalhosa (Paços de Ferreira) e S. Miguel de Vilarinho (Santo Tirso), S. João Evangelista de Eiriz e S. Pedro de Sanfins de Ferreira (Paços de Ferreira).
Em Moçambique, José Avelino integra duas paróquias que cobrem uma área superior à do antigo concelho de Santo Tirso. Ambas as paróquias ficam a cerca de 50 quilómetros da sua sede, correspondendo a uma distância de cerca de 90 quilómetros entre uma e outra.

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