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Edição 565

O problema de Portugal é mais económico que político

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Quando vivemos acima das nossas possibilidades e vivemos à base de empréstimos constantes é óbvio que mais dia, menos dia, vamos ter de «apertar o cinto» e dar novo rumo à nossa vida, pois os credores vão começar a bater-nos à porta e a exigir o dinheiro que nos emprestaram. É assim na nossa vida familiar; é assim na gestão de uma empresa; é assim na direção de uma autarquia; é assim na governação de um país.
O problema de Portugal é mais económico que político. O Orçamento do Estado para 2016, apresenta contas que não são sustentáveis, e as expectativas, são as piores. Há mais feriados, menos tempo de trabalho, mais distribuição de dinheiro, Tudo isto sustentado no pressuposto que o agravamento dos impostos sobre o tabaco e os combustíveis vão gerar mais dinheiro, perto de 150 milhões de euros.  
Os socialistas & companhia, não contam com aqueles portugueses que vão deixar de fumar e que vão ter de andar menos de automóvel ou vão abastecer a viatura a Espanha. E vão ser muitos! Isto é uma falácia, um disfarce para dizerem que não há austeridade.
Nos últimos anos, o crescimento da economia portuguesa tem sido miserável. A nossa economia está idêntica à economia de há 12 anos. Em «grosso modo» o problema do nosso país é o seguinte: temos 85 mil milhões de euros de despesas e apenas 75 mil milhões de euros de receitas. Em cada ano que passa temos um défice de 10 mil milhões de euros. As “gorduras” do Estado são exageradas. Todos os anos é esta desgraça!
A solução tem sido contrair empréstimos, uns atrás de outros e a pagar juros elevados desses empréstimos. Andamos a «esconder o sol com uma peneira»; andamo-nos a enganar uns aos outros. Mesmo que doa, esta é a verdade, nua e crua! Por isso a nossa dívida soberana, não para de aumentar.
A solução, para não contrair empréstimos é aumentar as receitas, não através do constante aumento de impostos, como os governos têm feito, mas fazer baixar as despesas do Estado e fazer crescer a economia em 5% a 7%, como está a acontecer em países europeus, como a Irlanda e a Islândia. A não ser assim terão de haver novos resgates. Constantemente!
Com as regras europeias não é fácil aliviar a austeridade. Que o digam os vários governos europeus, mesmo os governos de esquerda, como o da França e o da Grécia. Assim também Portugal não conseguirá sair da austeridade!
Para sairmos deste ciclo infernal é preciso que a economia cresça significativamente. E, para isso, temos de captar investimentos, nacionais e estrangeiros, para setores produtivos, que deixem os seus lucros em Portugal e não em qualquer «offshore» no estrangeiro.
Precisamos de produzir no nosso país, produtos que importamos e, se possível, também exportá-los. Precisamos de exportar mais e importar menos. Precisamos de consumir mais produtos nacionais; precisamos de gostar mais de nós; de gostar mais dos nossos produtos; de gostar mais de Portugal.
Também precisamos de ser mais exigentes connosco e com os outros. Precisamos de melhores políticos. Precisamos de verdadeiros estadistas! Precisamos de exigir mais dos políticos que elegemos. Não basta, de vez em quando ir colocar uma cruz, no boletim de voto. Precisamos de saber exigir. Precisamos de estar mais bem informados. Precisamos de escolher os melhores entre os melhores!
Mais do que ideologia «esclerosada» precisamos de pragmatismo «arejado»! O que as pessoas querem é soluções para os seus problemas. Hoje, que amanhã já é tarde!

moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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