quant
Fique ligado

Edição 609

“O futuro é complicado”

Avatar

Publicado

em

Os dias são difíceis para o Clube Desportivo Trofense. Depois de falhar a presença na fase de subida também fora das quatro linhas a matemática não joga a seu favor.

Apesar do momento frágil, apenas cerca de 60 sócios marcaram presença na Assembleia onde o Clube Desportivo Trofense apresentou o Plano de Recuperação do Clube, que vai ser entregue até 10 de fevereiro ao Tribunal Judicial de Santo Tirso e votado a 7 de março.
As contas não estão fáceis para o clube da Trofa. De acordo com os documentos disponibilizados pela direção, o Clube Desportivo Trofense conta com um divida total de cerca de sete milhões e 900 mil euros. Só ao Estado, através das Finanças e da Segurança Social, está em causa cerca de um milhão de euros. No Plano apresentado pela Comissão Administrativa, a proposta passa por dividir o pagamento em 150 meses, sendo que isso resulta no pagamento de cerca de sete mil euros por mês.
Estão ainda em causa cerca de 450 mil euros reivindicados por funcionários do Clube. Neste caso, o Trofense propõe-se a pagar em 96 meses, cerca de quatro mil e 600 euros por mês, com o período de carência do primeiro ano.
O ex-presidente Rui Silva já havia anunciado o perdão da dívida ao clube da terra, avaliada em mais de 5,5 milhões de euros. Este perdão é, para o presidente da Comissão Administrativa do Clube Desportivo Trofense, Luís Lima, “importante e bom para a viabilidade do Clube”. Com o perdão da dívida por parte do maior credor, Rui Silva, o presidente do clube diz que, segundo os advogados, a dívida dos outros credores “pode cair pela base”. Assim, só as Finanças, a Segurança Social e os funcionários do Clube podem exigir o pagamento em dívida.
Se o plano for aceite, a dívida do Trofense passa de oito para cerca de um milhão e meio de euros, valor que o clube pretende liquidar até 2029. Anos difíceis para o clube da Trofa que, entre 2018 e 2024, vai ver sair dos seus cofres cerca de 13 mil e 400 euros mensais. Mas as contas não ficam por aqui. É necessário somar a este valor os cerca de 2.600 euros por mês relativos ao Plano de Recuperação da SDUQ, a Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas, que já havia sido aprovado. “Cai agora em fevereiro o primeiro mês de pagamento”, relembrou Luís Lima.
No total falamos, então, de 16 mil euros por mês que o Clube Desportivo Trofense vai ter que desembolsar.
Um cenário mais negativo passa pela reprovação do Plano de Recuperação do Clube e aí não resta outra saída que não seja anunciar o fim do Clube Desportivo Trofense. “O futuro é complicado”, desabafou o presidente.
E, embora o presente não esteja fácil, Luís Lima já pensa no futuro. “Em maio ou junho, quando terminar o nosso mandato, tem que se arranjar uma direção para projetar e viabilizar o clube, porque se não vai tudo para liquidação”.
Neste caso, o presidente adianta que a Câmara Municipal já se mostrou disponível para ajudar. Luís Lima garante que Sérgio Humberto, presidente da autarquia, “está atento para colaborar naquilo que for preciso”.
“Já tive reuniões com o presidente da Câmara e se realmente for para liquidação a Câmara está atenta e, em princípio, vão segurar a academia para a formação e para o Trofense jogar lá futuramente”, adiantou Luís Lima. O desejo do presidente do clube é que a situação “vá pela via de cumprir os planos”. “Se se cumprir os planos o Trofense continua com estabilidade, se for para a liquidação é triste para a Trofa. Espero que os trofenses estejam atentos a esta situação e que ajudem o clube a salvar-se desta situação”, finalizou.
Dúvidas há enquanto se aguarda a decisão do Tribunal sobre a situação do Trofense, uma vez que o clube já havia visto aprovado um Plano de Recuperação em 2014, mas não conseguiu pagar nenhuma das prestações.

Continuar a ler...
Publicidade

Edição Papel

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Facebook

Farmácia de serviço

arquivo

Pode ler também...