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Edição 609

A queda de um muro

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Durante anos, muito antes de eu ter nascido, o coração da cidade da Trofa esteve dividido por um muro, cuja utilidade, estou certo, pouca gente percebia. Esse muro, contíguo à velha estação, funcionava como uma barreira que mantinha aquela zona parcialmente cercada, obrigando quem por exemplo saia da Igreja Matriz a deslocar-se até ao Largo Carioca para aceder à estação, apesar da mesma estar ali, bem ao lado da nossa “igreja velha”.
Com o tempo, já eu era nascido e crescido, e penso que com a estação já desactivada, alguém teve o bom senso de derrubar uma parte de muro e ali colocar umas escadas para encurtar distâncias. Solucionava-se assim uma parte do problema de circulação. Porém, o empecilho estético lá continuava, inútil e feio.
Hoje, mais velho e morador das imediações, ver aquele muro cair encheu-me de satisfação. Já era tempo de acabar com aquele mamarracho e ampliar uma zona histórica que tanto contribuiu para o crescimento do nosso concelho. A obra da Alameda da Estação, independentemente do seu calendário eleitoralista, é, a meu ver, a mais importante obra no que à qualidade de vida e lazer dos habitantes de Bougado diz respeito. O parque, bem ou mal, já existia, e aceito que para muitos até tivesse mais encanto nos seus antigos moldes. O Parque das Azenhas, coitado, vive em situação de embargo permanente, fruto de erros de cálculo e incompetência política. O que nos resta? Pouco mais.
A Alameda da Estação é de longe a mais revolucionária obra no que à reconfiguração do centro da cidade diz respeito. Um sonho antigo para muitos. Um sonho que partilhei e que pus no “papel”, fez Terça-feira precisamente 3 anos, no blogue …e a Trofa é minha:
“Do alto das minhas utopias perfeitamente realizáveis, via com grande entusiasmo o nascimento de uma pequena casa da cultura neste edifício [da estação], orientada para os mais jovens, que até poderia ser gerida em regime de voluntariado pelos mesmos. Teríamos um edifício de suporte, uma vasta área onde poderiam ser instalados equipamentos desportivos ou de lazer e até um pequeno anfiteatro onde o teatro ou a música pudessem florescer. A remoção do muro que separa a estação da rua que vai do Largo Carioca até à Igreja Matriz podia ampliar ainda mais esta zona, criando inclusive uma ligação, através do antigo ramal, ao centro da Trofa e ao renovado parque Dr. Lima Carneiro/Nossa Senhora das Dores. Uma ideia que deixo para quem sabe ou a queira desenvolver. E saliento que não estamos a falar das dezenas ou centenas de milhões necessários para uma variante ou para a construção dos Paços do Concelho. Estamos a falar da qualidade de vida e segurança dos trofenses. Até quando teremos o centro da cidade infectado?”
Tudo indica que será até ao Verão. E, tal como afirmei a 7 de Fevereiro de 2014, o custo, que até é suportado em grande parte por fundos europeus, não será nenhum balúrdio. A utilização dos edifícios não será como a sonhei, é certo, mas o muro foi abaixo, a zona será requalificada e tornar-se-á mais segura, a estação terá direito à dignidade que merece, pelo peso que tem na nossa história, e ficará agradavelmente ligada aos renovados parques. Teremos, finalmente, um imponente e bonito centro, que aliará história e modernidade, que não impede a cada vez menos provável obra do metro de cá chegar e que dignifica a cidade da Trofa. Motivo mais que legítimo para celebrar. Agora imaginem o que seria se houvesse eleições todos os anos.

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