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Ano 2010

Haiti: uma catástrofe humanitária

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jose moreira da silva

jose moreira da silva

O sismo do Haiti já foi considerado pela ONU, a pior catástrofe de sempre, desde a sua fundação em 1945. O sismo teve o seu epicentro a 25 quilómetros da capital haitiana, Port-au-Prince (Porto Príncipe), e foi registado às 16h 53m 10s do horário local, na terça-feira dia 12 de Janeiro de 2010. O abalo alcançou a magnitude 7,0 Mw e ocorreu a uma profundidade de 13 km.

O sismo foi 35 vezes mais forte do que a bomba atómica lançada sobre Hiroshima no final da II Grande Guerra Mundial e a energia libertada pelo sismo é equivalente à explosão de meio milhão de toneladas de TNT. O Comité Internacional da Cruz Vermelha calcula que aproximadamente três milhões de pessoas (mais de um terço da população do país) tenham sido afectadas pelo terramoto e estima que haja dezenas de milhares de mortos e centenas de milhares de feridos.

A parte ocidental da ilha, onde hoje fica o Haiti, foi cedida à França pela Espanha em 1697. No século XVII, foi considerado a mais próspera colónia francesa na América, graças à exportação de açúcar, cacau e café. Desde que Cristóvão Colombo chegou a esta ilha, a 5 de Dezembro de 1492, passando pela independência em 1804, até aos nossos dias, o Haiti tem passado por diversas vicissitudes, que o colocaram em situação de profunda miséria, ao ponto de hoje, ser considerado o país mais pobre do continente americano.

O sismo é apenas o último de uma série de desastres naturais que têm devastado o Haiti. O pequeno país das Caraíbas resistiu mal à passagem dos furacões, nos últimos anos. No Verão de 2008, os quatro furacões, que originaram enormes cheias, fizeram perto de 800 mortos e danos calculados em mil milhões de dólares. Meses depois, o balanço tornou-se mais negro quando uma escola de Port-au-Prince ruiu e esmagou 500 crianças e professores. A maioria dos que sobreviveram a estas catástrofes, ficou sem casa e tiveram de começar do zero.

O sismo que arrasou grande parte da capital do Haiti obrigou os sobreviventes às opções difíceis que o passado de horror e o futuro incerto lhes impõe: ficar e tentar reconstruir a vida num vasto cemitério acidental ou partir para reencontrar um rumo iludindo a memória daqueles que perderam na tragédia. Perante esta grave crise humanitária, as organizações internacionais, aderiram, de imediato, em grande quantidade e não se fizeram rogadas. As Nações Unidas prepararam uma operação maciça de auxílio internacional.

As operações de busca e resgate começaram menos de 48 horas após o sismo que devastou a capital do Haiti, podendo, assim, recuperar muitos soterrados com vida. Ao primeiro pedido, a ONU recebeu promessas de ajuda para o Haiti no total de 268,5 milhões de dólares. A União Europeia desbloqueou 200 milhões de euros para apoio comunitário ao Haiti, juntam-se pelo menos mais 92 milhões de euros de ofertas individuais de alguns Estados-membros da União Europeia.

Fazer a gestão dos deslocados, enterrar os mortos, cuidar dos sobreviventes, fazer a reconstrução das infra-estruturas como estradas, o abastecimento de água e energia, o restabelecimento das comunicações e a construção dos hospitais são alguns dos “grandes problemas” com que o Haiti se depara e que as Organizações Internacionais, mais uma vez, disseram “presente”.

Uma situação inédita, nas relações internacionais: Cuba autorizou, aos EUA, a utilização do seu espaço aéreo para a evacuação de vítimas do sismo no Haiti para Guantánamo, onde são tratados os feridos menos graves. Os mais graves são depois transportados para Miami. Esta autorização especial permitirá que os voos que sairão da base norte-americana em Cuba, com destino à Florida, possam demorar menos 90 minutos do que normalmente demoram.

É a ajuda humanitária na sua plenitude.

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José Maria Moreira da Silva

moreira.da.silva@sapo.pt         

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