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Edição 547

Crónica: António Costa um político derrotado, fragilizado e desavergonhado

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As últimas eleições legislativas ditaram uma derrota inequívoca do Partido Socialista, que durante a campanha eleitoral tinha apelado ao eleitorado, através do seu líder, uma vitória clara, uma maioria absoluta para governar Portugal. É do conhecimento geral que António Costa quis liderar o seu partido, para ser o grande vencedor das eleições, mas os portugueses quiseram que fosse o grande derrotado. Assim aconteceu, por mais voltas que queiram dar!

Para justificar a sua candidatura a líder do PS, António Costa alegou que o anterior líder, António José Seguro tinha ganho duas eleições por poucochinho, mas agora conseguiu que o PS tivesse uma derrota por “muitochinho”. Mesmo assim, não teve a coragem de fazer o que qualquer líder partidário, em Portugal e não só, faria na noite das eleições, que era pedir a sua demissão. António Guterres pediu a sua demissão por muito menos!
António Costa, que faz da política a sua profissão, representa o pior do «socratismo» e é um político derrotado, fragilizado e desavergonhado, por diversos motivos. Senão vejamos:

É um político derrotado, pois em condições adversas para a Coligação, que teve de governar em grande austeridade, o PS tinha todas as condições para ganhar as eleições folgadamente, mas não só não obteve uma vitória esmagadora, como não ganhou, nem por maioria nem por poucochinho, mas perdeu por muitíssimos votos, por mais de trezentos mil votos, obtendo um dos piores resultados de sempre. Os portugueses ao darem a derrota ao PS e a vitória à Coligação PSD/CDS demonstraram saber que o caminho que foi percorrido nos últimos quatro anos foi de muito esforço e não querem de maneira nenhuma desperdiçá-lo;

É um político fragilizado, não só pelo péssimo resultado que obteve nas eleições, mas também pelo pseudoacordo, que apelidou de “posição política comum” e que assinou à pressa com os bloquistas e os comunistas. O pseudoacordo mostra fragilidades ao nível de compromissos, deixando o BE e o PCP com os dois pés de fora do governo e não salvaguardando a estabilidade política durante a legislatura. Os seus novos companheiros de viagem, não lhe passaram um cheque em branco, pois não se comprometem a rejeitar as moções de rejeição ou de censura ao Governo. As juras de amor, entre Costa, Catarina e Jerónimo são certamente telegénicas, mas não chegam. O «casamento» a três, que é uma coligação de derrotados é óbvio que não vai durar muito tempo, sendo fácil prever que pelo menos um vai pedir o «divórcio», quando houver uma pequena zanga. O PS ficou dependente das exigências dos seus «consortes», que farão as imposições que lhes sejam vantajosas. A estabilidade fica assim, às ordens da Mesa do Bloco e do Comité Central do PCP. A ganância do poder cega;

É um político desavergonhado, porque em diversas intervenções sempre se apresentou como candidato a Primeiro-ministro afirmando que para ganhar eleições em condições de governabilidade, ao PS não bastaria ganhar por um voto. Não ganhou por um voto, mas perdeu por muitos! Em março deste ano, no Teatro Rivoli no Porto, afirmou textualmente: «Quando o PS apela a uma maioria, não o faz pela vontade mesquinha de ter mais deputados que os outros. Fá-lo, porque quer que o governo seja formado por decisão política dos portugueses e não por jogos políticos na Assembleia da República». Em abril, disse: «Não podemos deixar nem aos jogos partidários nem à vontade do Presidente da República a escolha do novo governo. No país de abril, quem vota e quem escolhe os governos é o povo e vai ser o povo a escolher o próximo governo». Em setembro afirmou em Odivelas: «Para que haja estabilidade é necessário que não ganhemos por poucochinho. Porque como já disse uma vez, quem ganha por poucochinho só pode fazer poucochinho. Precisamos de uma vitória clara que seja inequívoca que nos dê uma maioria». Depois de saber o resultado das eleições, António Costa não aceitou a derrota. A vontade real do povo foi defraudada pela vontade dos diretórios partidários;

O direito à indignação «obrigou-me» a escrever sobre este político que já nos fez ver da estirpe de que é feito, quer na noite das eleições ao mostrar aquele sorriso sarcástico cheio de veneno, quer na Assembleia da República, quando mostrou falta de cultura democrática ao fugir à maior nobreza do debate democrático, que é o contraditório, a salutar confrontação de ideias. Manifestamente, António Costa é um político frio e venenoso, um político derrotado, fragilizado e desavergonhado, que não tem carácter para liderar um Governo estável, credível, coerente e duradouro, que Portugal livre, democrático e Europeu tanto necessita.

 

moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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