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Chuva atrapalhou, mas o importante foi “respeitar legado” da Feira Anual

Foi entre o burburinho excitante das crianças e o tradicional brinde de leite que começou mais uma edição da Feira Anual da Trofa. Num conceito sem alterações de raiz, a Junta de Freguesia de Bougado ergueu mais uma edição do certame com a certeza de estar a “respeitar o legado” dos antecessores.

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Entre 1 e 3 de março, o recinto da Feira e Mercado da Trofa acolheu a mostra agropecuária e o programa associado, que incluiu os concursos das raças bovinas Frísia, Arouquesa, Minhota e Barrosã e a animação cultural, com Quim Roscas e Zeca Estacionâncio e Sons do Minho como cabeças de cartaz e o Festival do Rancho Folclórico da Trofa, que assinalou mais um aniversário. No interior do mercado, a feira gastronómica ganha expressão, e no Centro Equestre as atividades relacionadas com os cavalos foram fortemente condicionadas pela chuva.

Foi entre o burburinho excitante das crianças e o tradicional brinde de leite que começou mais uma edição da Feira Anual da Trofa. Num conceito sem alterações de raiz, a Junta de Freguesia de Bougado ergueu mais uma edição do certame com a certeza de estar a “respeitar o legado” dos antecessores. Foi isso mesmo que Luís Paulo quis evidenciar no discurso de abertura do certame, cujo programa acabaria condicionado pelas condições meteorológicas, principalmente na vertente equestre, em que várias atividades e concursos acabaram anulados.

“Não há competição nenhuma. Eu, enquanto presidente da Junta, tenho muito orgulho de fazer esta feira, mas não sou diferente dos outros, porque, no fundo, todos fazemos o possível para melhorar”, evidenciou o autarca, que também não deixou de frisar a dificuldade, cada vez maior, de organizar esta iniciativa.

Por um lado, os custos da logística, que “aumentaram muito”, por outro a redução dos apoios, já que o subsídio da Câmara Municipal da Trofa, que chegou a superar os 90 mil euros, este ano não chegou aos 40 mil, segundo dados da Junta de Freguesia.

No discurso de abertura, Luís Paulo agradeceu aos elementos da Junta de Freguesia e a várias entidades ligadas ao setor primário, pelo apoio à organização do evento, mas também se referiu a “quem não ajudou”. Quando instado pelo Jornal do Ave a concretizar, o presidente da Junta manteve à tona das palavras: “Quem não ajudou? O S. Pedro e todos sabemos que os santos são sempre importantes na nossa vida”.

Crenças à parte, fica no ar a associação das palavras de Luís Paulo à ausência mais sentida na abertura do evento, o presidente da Câmara Municipal, que esteve representada pelo restante executivo.

Quem também não deixou de assinalar a falta de apoio foram os agricultores, que fazem da Feira Anual também montra das reivindicações às novas diretivas que vão surgindo para regular o setor. Jorge Oliveira, presidente da Cooperativa dos Agricultores dos Concelhos de Santo Tirso e Trofa, sublinhou que “não se pode ter uma agricultura que não produza”. “No fundo, se querem que produzamos menos, o preço terá de compensar essa perda de produção. As novas regras da Comunidade Europeia levam à diminuição da produção devido aos grandes constrangimentos que querem impor”, asseverou.

Por outro lado, num cenário que se repete há 76 edições, a Feira Anual serviu também para “reconhecer todo o trabalho feito no setor primário” e para “mostrar à população, principalmente àquela que está em núcleos urbanos, um pouco do que é o dia a dia dos agricultores e toda a tecnologia que, hoje em dia, se utiliza”.

De agricultor a empresário na área da restauração, Filipe Couto Reis fez questão de ter a Casa da Eira presente no evento. Razão: “Fazer alguma coisa pela nossa terra e valorizar o setor”.

“No meu restaurante, procuramos sempre os produtos locais, a um preço justo para os agricultores. Penso que quem estiver no comando deste País pense nos agricultores para que, no futuro, tenham sucessores, cenário que, hoje, é difícil de prever, porque já se vê filhos de agricultores a fugir do setor”, afiançou.

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Entre os negócios locais também estava o Fumeiro da Salgueirinha, que atraía atenções pelos produtos caseiros. “As nossas sandes de presunto e o restante menu que fazemos de propósito para esta feira têm surpreendido as pessoas, já para não falar das nossas sopas caseiras, dos nossos enchidos e do vinho da região. A adesão tem sido muito grande”, contava Pedro Salgueirinho.

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