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Edição 445

Caminhada Rota da Água – 119, olé!

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119, sim, cento e dezanove, eis o número oficial de participantes na caminhada Rota da Água, organizada pela Associação para a Protecção do Vale do Coronado – APVC, em São Romão e São Mamede do Coronado. Oportunidade para conhecer alguns dos sistemas de contenção e distribuição de água tradicionais, aqui e ali, com curtas intervenções do arqueólogo André Tomé Ribeiro, presidente da APVC: apresentou o projeto de identificação do Património da Água do Vale do Coronado, despertou para o potencial arqueológico e alertou para a urgente necessidade de valorizar e conservar o património agrícola e paisagístico da zona.

Dia 27 de Outubro, solarengo, a cheirar a Outono, pintado pelo “striptease” das árvores, à boleia de campos de azevém, cachos de uvas elegantemente gamados (!), coloridos dióspiros e, neste Vale, já com as roliças pencas a chamar pelo Natal. Cenário mais do que perfeito para caminhar e conviver!

Poças e tanques da Gondão e de Brêto, Poça Velha, Poça Nova e Poça do Barro foram alguns dos locais visitados. As águas correm, abundantes, para o Ribeiro da Mamoa – e, depois, Rio Leça…

A centenária Poça Nova [o contrato de exploração de águas data de 17 de fevereiro de 1882], recentemente, foi intervencionada, tarefa a cargo de 10 voluntários da APVC e, agora, ainda sem água, ganhou vida e tradição com uma inédita atuação do Grupo Danças e Cantares do Vale do Coronado, sim, lá dentro – quiçá, acontecimento único no Mundo, até porque, geralmente, os ranchos atuam em palcos ou eiras!

O folclore ainda espelha grupos limitados a trajes, danças e cantares com pouca/nenhuma autenticidade, agarrados ao básico modelo “voz esganiçada e pum-pum-catrapum e… virou”. Felizmente, em Portugal, estes tristes exemplos estão a desaparecer e, cada vez mais, existe o cuidado de pesquisar e recriar fielmente a tradição! Desde 11 de novembro de 2012, o Grupo Danças e Cantares do Vale do Coronado, assim, em tão pouco tempo (!), é um dos bons exemplos, um hino à etnografia, elevando bem alto os cantares, as danças e os trajes populares das antigas Terras da Maia; representam, através de pesquisas e recolhas efetuadas na região, em quintas e solares da Vila do Coronado, as danças de outrora e os trajes de Trabalho do Campo, Ofício de Santeiro, Feirar, Romaria, Domingar, Ver-a-Deus e Morgados.

Perante a curiosidade e interesse despertados pelos participantes da caminhada, estas coisas de outros tempos foram apresentadas e devidamente explicadas por Ricardo Oliveira. Por momentos, a dita poça virou “passerelle”, com alguns dos trajes, especialmente, das Senhoras e das Moças, a receberem grandes ovações – até algumas das belas das saias tradicionais foram ousadamente levantadas, mas o resto não podemos contar… Oportunidade para comprovar tudo isto, ao vivo, no aniversário e no magusto do grupo agendados para 16 de novembro, na Quinta de São Romão.

A caminhada Rota da Água foi uma jornada em prol do património, do ambiente, da etnografia e, ao mesmo tempo, serviu para mostrar que interessados cidadãos, grupos e associações locais, unidos e mesmo com poucos recursos, fazem boas colheitas…

A equipa de voluntários da APVC aproveita para agradecer a colaboração dos 119 animados participantes. Sai um valente “like” ao Grupo Danças e Cantares do Vale do Coronado, Grupo Jovens Unidos de São Mamede, Adapta, Clube de Campismo da Trofa, Hansa Natura, Colectivo Espanhol de Estudantes Erasmus da Universidade do Porto – olé!!! – e… todos aqueles que animaram e ajudaram a divulgar este evento.

Ainda no dia anterior, a APVC participou no Trofa Viva – Parques em Festa, a convite da AEBA, com exposição fotográfica e banca-promo. Até final do ano, a bulir: recolha de sementes e reflorestação com espécies autóctones, continuação do projeto de identificação do Património da Água (seguem-se identificações dos Patrimónios Edificado e Arbóreo).

As eco-crónicas APVC estão, quinzenalmente, no jornal O Notícias da Trofa!

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(fotografias da caminhada em facebook.com/valedocoronado)

 

Vítor Assunção e Sá – APVC

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