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Edição 559

António Costa em formato “geringonça”

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A «poeira» que a formação deste governo originou ainda paira no ar, mas já dá uma vontade enorme e um apetite insaciável de analisar a sua governação, mesmo que para isso tenha de «cerrar» os dentes, para não «vociferar» asneiras contra um governo minoritário, que conseguiu através de uma «geringonça», de uma «engenhoca política», uma maioria parlamentar bastante artificial e temporária, que aprovou o seu governo, mas já não aprovou o orçamento retificativo! Se não fosse a direita, o atual governo já tinha sido «chumbado».
O atual governo socialista minoritário tem toda a legitimidade constitucional para governar, mas os parceiros do PS que assinaram o acordo de incidência parlamentar estão com um pé fora do governo e o outro dentro, e vão ser eles a ficar com os «louros» das vitórias e empurrar pelas goelas abaixo dos socialistas o «fel» das derrotas. São os riscos de quem quis ser governo a toda a força, pois o entendimento político do PS, com os comunistas, «verdistas» e bloquistas está «colado a cuspo» e Costa tingiu de vermelho vermelhão a rosa do PS.
O «arrufo» já começou! O verniz já se quebrou, com a «verdista» Heloísa Apolónia a apelidar de mentirosa a bloquista Mariana Mortágua. E ainda a «procissão vai no adro»! Também é verdade que o PS disse tantas vezes que era uma vergonha a ingerência e a austeridade imposta por organizações externas, mas em pouco tempo já demonstrou que não há soluções mágicas, como andou a vender aos portugueses. Também já cedeu à Comissão Europeia. O governo socialista congelou as carreiras na função pública e vai aumentar alguns impostos. Também vai baixar o IVA de alguns produtos da restauração, só para benefício dos restaurantes. Era preferível que o custo dessa medida, perto de 200 milhões de euros, se destinasse ao combate à pobreza.  
É desejável, para os portugueses, que o Governo faça uma boa legislatura, mas pelo «andar da carruagem», António Costa em formato «geringonça», não vai fazer «poucochinho»; vai fazer muita «asneira da grossa» e vai ter de continuar com a austeridade, embora o OE para 2016 tenha algumas medidas positivas, como o imposto sobre a banca e sobre algum tipo de consumo, mas engloba algumas medidas negativas como: o aumento do imposto sobre os combustíveis, que direta ou indiretamente vai «mexer» na bolsa dos portugueses; o corte em 30%, no subsídio da aquisição de veículos elétricos; o aumento do IMI para as empresas; o aumento da taxa do IVA, de 6% para 23% de alguns serviços que contribuem para a produção agrícola; entre outras mais.
António Costa escolheu uma solução híbrida, para contentar os seus parceiros e a Comissão Europeia. Logo ele, que tanto criticou o governo anterior na aceitação das ordens vindas de Bruxelas e está a fazer o mesmo. Pressionado pela CE, o governo abdicou de baixar a carga fiscal no OE; não vai haver descida da TSU e no caso da previsão dos socialistas, em campanha eleitoral prometiam uma taxa de crescimento de 2,4% da economia, depois de serem governo desceram essa previsão para 2,2%, já no esboço do orçamento desceram para 2,1%, depois tiveram de descer para 1,9%, para finalmente ficar em 1,8%. Os socialistas afinal também têm de acatar as ordens de Bruxelas!
Para além de ser obediente a Bruxelas, o atual governo também já deu vários sinais, que está obcecado em desfazer o que foi feito nos últimos anos. O novo ministro da educação, sem falar com os parceiros, sem falar com os diretores das escolas, sem falar com as sociedades científicas, sem falar com as associações de pais, mas ouvindo a Fenprof (a federação dos sindicatos), que é o verdadeiro ministro da educação, também já mudou o sistema de avaliação. No anterior governo, a avaliação das crianças era feita no 4.º, 6.º e 9.º anos e agora passou para o 2.º, 5.º e 8.º anos. É uma mudança simplesmente patética, pois é em pleno período de aulas e vai criar muitos problemas às escolas. É a “geringonça” a funcionar no seu estado natural.
O fim dos exames tem demonstrado, que agrava as desigualdades entre os alunos, em nome da igualdade. Sem querer ser saudosista lembro-me muito bem do dia de festa que foi o dia do meu exame da 4ª classe, agora 4º ano. Não fiquei traumatizado; pelo contrário: senti-me feliz. Ao longo da vida, a minha avaliação foi uma constante. O sucesso escolar promove-se com trabalho, esforço e treino e não com «facilitismos»!
É óbvio que António Costa vai dar muitas «benesses» e vai fazer tudo para provocar eleições legislativas antecipadas, quando estiver a «sentir» que as poderá vencer com maioria absoluta. Também é óbvio que, para isso acontecer, vai ter de satisfazer muita clientela, só que a sua estratégia tem tudo para correr mal. Infelizmente vai aumentar o despesismo, para depois os portugueses terem de o pagar mais tarde, como é habitual, após uma governação socialista. Tem sido sempre assim!
Mas não chega satisfazer a clientela, também é preciso satisfazer Bruxelas. Na história da democracia, não existem muitos casos como o português, mas não somos o único país a ter como Primeiro-ministro um político que tenha sido derrotado, tenha tido uma derrota inequívoca em eleições democráticas. Na situação de António Costa e do Partido Socialista, até são uns derrotados de uma dimensão assinalável. António Costa tem levado o PS de derrota eleitoral em derrota eleitoral até à derrota final. E já lá vão duas! E nas últimas eleições até foi duplamente derrotado!
moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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