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Edição 531

Alguém me esclarece o que é favorecimento!?

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Publicado

em

João Pedro Costa

A dúvida instala-se em mim e algumas palavras que julgava conhecer o seu significado, de repente, soa-me a estranho, motivo pelo qual não hesito em colocar esta questão ao leitor: Alguém me esclarece o que é favorecimento!?

De facto, na minha crónica, publicado no jornal “O Notícias da Trofa” de 29 de maio de 2015, “ipsis verbis”, referi-me a uma verba de 135.000€ atribuída pela Câmara Municipal da Trofa ao Clube Desportivo Trofense. Esta coletividade está com um PER em marcha aprovado pelos credores, em que foi perdoado 60% das dívidas, ficando ainda assim com uma divida de 2 milhões e 700 mil euros a que acresce sérias dificuldades de solvência, o que coloca a sua vida “por um fio”! Todo o formalismo legal, desta mais que duvidosa aposta estratégica da Câmara Municipal da Trofa, foi feita através de um Contrato-Programa (subsídio) datado de julho de 2014, para os seguintes fins:

a) 75.000€ para atividades regulares das camadas jovens. Ora, se dividirmos a verba por 300 jovens existentes nas camadas jovens, dá cerca de 250€ por atleta ao qual se junta mais outro tanto provenientes dos pais dos atletas, porque os atletas pagam e todos os trofenses sabem disso! b) 60.000€ para instalações de Paradela, umas e outras obritas, mas sobretudo o “aumento dos balneários e criação e apetrechamento de sala de estudos”. Quem lá vai sabe que a obra não está feita e a maquete que foi sendo exibida não passa de um sonho vendido às pessoas!”

Estranhei, pois, que com a gravidade do narrado publicamente, o assunto não fosse levado e abordado, na Assembleia Municipal de dia 26 de junho de 2015 (ver vídeo Trofa TV)! Seria, a meu ver, na Assembleia Municipal que os eleitos pelo povo, executivo da coligação “Unidos pela Trofa” e oposição, procurassem esclarecer o assunto, de forma a tranquilizar os trofenses que cada vez mais exigem transparência na gestão dos seus dinheiros (Impostos).

Bem sei que, a título individual, sempre poderia ter ido à referida Assembleia Municipal, e colocar estas questões… Mas, convínhamos, não tenho essa obrigação, para isso estão lá os eleitos com a obrigação de desempenharem esse papel. Ou será que, o facto de ser futebol, o melhor é não falar do assunto, porque lá se podem perdem uns votos!?

Presunções à parte, espera-se dos representantes do povo esclarecimentos cabais, sob pena de dar azo a raciocínios e dúvidas sustentadas em algumas evidências.

1º No ano de 2014, foram entregues a associações de cariz desportivo, recreativo e cultural de todo o concelho da Trofa, por parte da Câmara Municipal, cerca de 190.000€. Qual o critério de representatividade que foi utilizado para que um clube de futebol da terra (que não é o único) tivesse ficado com mais de 70% da verba? Por que razão às restantes associações, juvenis, desportivas, recreativas, etnográficas, ambientalistas, etc., fossem atribuídas verbas “humilhantes” de 500€ e 1.000€ e outras pouco mais? Critério de número de associados? Critério de número de atividades desenvolvidas? Critério de mérito por títulos alcançados? Pois, fica-me a dúvida!

2º Outra evidência prende-se com o tratamento às associações de cariz social e humanitário, onde nas de ação social lidera o “ranking das marginais” a Cruz Vermelha que recebeu em dois anos de mandato da coligação “Unidos pela Trofa” ZERO, sendo que o descontentamento é generalizado e transversal a outras associações cada vez mais assoladas pelas necessidades dos seus utentes, em tempos de dificuldade e crise social. Já a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa, que para além da sua intervenção “normal” ainda colabora com a Câmara Municipal da Trofa nas suas obrigações no âmbito da proteção civil, foi contemplada com 80.000€, mais 16.000€ para efeitos de seguro de saúde, o que ainda agudiza mais as minhas dúvidas quando comparado com a concessão dos 135.000€ ao Trofense!

3º Em termos de comparação e grandeza, 70.000€ é a verba de orçamento gerida durante um ano inteiro, pela mais pequena junta de freguesia do nosso concelho, a do Muro, com cerca de 1900 habitantes, que embora atribuída por outras vias legais a verdade é que representa cerca de metade dos 135.000€ atribuídos a um clube de futebol. Ainda a propósito de Juntas de Freguesia, a do Coronado, recebeu 75.000€ (e a troco de braço de ferro, de que falarei noutra oportunidade), para tapar os buracos das ruas do Coronado em substituição de antigas competências da Câmara Municipal da Trofa.

Apesar de achar que há imoralidade na atribuição do subsídio de 135.000€ ao Trofense (a que acresceu cedência de autocarros durante toda a época, com o estranho caso de ser sem motorista!), em total contraciclo com o esforço de pagamento de impostos e taxas que atualmente um trofense ou empresa sedeada na Trofa tem que suportar, não passa de mera especulação, dirão os decisores políticos que controlam os atuais destinos da Trofa, os eleitos pela coligação “Unidos pela Trofa”!

Neste contexto, enviarei toda a minha argumentação e documentos que me serviram de base para esta análise para as entidades competentes, a fim de lhes ser dado o tratamento que entendam adequado, enquanto me continuarei a esforçar por encontrar o significado da palavra favorecimento…

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