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Edição 609

Projeto do metro à Trofa enterrado

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A Linha da Trofa não faz parte dos planos do Governo para a expansão da rede do Metro do Porto. Quem o disse foi Matos Fernandes, ministro do Ambiente, durante o anúncio das duas novas ligações no Porto e em Gaia, que serão construídas “até 2021”.

O ministro do Ambiente afirmou que “os estudos relativamente à linha da Trofa acabam por substantivar aquela que já era a sua profunda convicção”, que a ligação ISMAI-Trofa “não é rentável”. E reconhecendo “a injustiça cometida com o retirar do canal de comboio na Trofa”, Matos Fernandes adiantou que o Governo está “a trabalhar numa solução que garanta a integridade daquele canal como canal público para a mobilidade e um estudo de transporte que não inclua o modo ferroviário, ou metro, mas que garanta a solução, que será construída e desenhada com a Câmara da Trofa”.
Na conferência de imprensa de terça-feira, 7 de fevereiro, realizada no final da reunião do conselho de administração da Metro do Porto, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, anunciou que além das duas novas ligações no Porto e em Gaia, que serão construídas “até 2021”, no valor de 290 milhões de euros, serão efetuados estudos técnicos para expandir futuramente a rede da Metro do Porto a três novas linhas, designadamente em Gondomar, Maia e Gaia, sem existirem, contudo, garantias de financiamento, e que irão ter, do ponto de vista dos estudos, igual calendário”.
O ministro referiu que os estudos serão efetuados para uma nova ligação a Gondomar, que ligará o Estádio do Dragão (Porto), por Contumil, até ao centro daquele município, para uma ligação entre o polo universitário da Asprela, junto ao Hospital de S. João (Porto), e a Maia e uma terceira que ligará a Casa da Música (Porto) até às Devesas (em Gaia), “com uma ponte”.

Câmara Municipal quer “investigação aos fundos comunitários”
Entretanto, Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa, declarou, aos jornalistas, que “não se conforma” com a ideia de que a linha da Trofa “não é rentável e que não vai ser feito porque agora não há dinheiro”. Por isso, o autarca avançou que vai fazer “uma denúncia à União Europeia, quem gere os fundos comunitários”, para que faça “uma investigação aos fundos que fez chegar ao Governo e à Metro do Porto para serem investidos neste território”. “Se havia dinheiros de fundos comunitários para serem investidos no metro até à Trofa, onde é que eles estão? Onde é que foi aplicado esse dinheiro? Porque se a extensão da Linha C até à Trofa estava na primeira fase, já aconteceu uma segunda fase e está-se a falar de uma terceira fase, onde é que foram aplicados esses dinheiros? Porque soubemos que os dinheiros chegaram, foram compradas carruagens, catenárias, foi feito um conjunto de investimento para ser realizado neste local”, adiantou.
Também Bragança Fernandes, presidente da Câmara Municipal da Maia, insiste na concretização da Linha da Trofa. O maiato declarou que a linha “não é rentável”, mas que se trata de “uma questão de justiça”, uma vez que “as pessoas tinham serviço de comboio que foi retirado com a promessa de colocar o metro”. “Chegou a lançar-se um concurso público para realizar essa obra. Onde foi usada a verba alocada à Linha da Trofa?”, questiona.

Metro até à cidade da Trofa é “uma questão da justiça”
“Expandir o metro até ao centro da Trofa é justo e necessário”. As palavras são de Marco Ferreira, presidente da Comissão Politica Concelhia da Trofa do Partido Socialista, que, em nota de imprensa, afirmou “não se conformar” com o plano de expansão da rede do Metro do Porto que foi anunciado. O presidente socialista assegura que a Concelhia “continua a defender a expansão da linha de metro até ao centro da cidade da Trofa, por uma questão de justiça para com as populações, mas também por uma questão de posicionamento estratégico para a região”. “A decisão dos autarcas da região de fazer depender a expansão da rede de estudos de níveis de procura e de sustentabilidade financeira das linhas não nos convence nem nos leva a conformismos, pois fica por avaliar o potencial da linha da Trofa enquanto interface com os concelhos de Famalicão, Santo Tirso e até Guimarães”, salientou.
Marco Ferreira aponta ainda que o “presidente da Câmara Municipal da Trofa, pela sua teimosia, tem sérias responsabilidades nestas decisões”, pois a proposta da autarquia de “levar o metro só até ao Muro foi um enorme erro estratégico pois enfraqueceu a proposta global e os méritos regionais da expansão da linha”. “Além disso, o presidente Sérgio Humberto não respeitou as deliberações da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal que exigiam um estudo que avaliasse a valia do posicionamento regional desta obra. Onde está o estudo prometido e votado por deputados municipais e vereadores?”, questionou.
Também a Direção da Organização Regional do Porto do PCP fez saber, em nota de imprensa, que “é particularmente negativo que não se garanta imediatamente a ligação à Trofa, honrando compromissos de longa data com aquela população”.

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