PS e PSD de candeias às avessas

Assembleia de S.Martinho elegeu Adelino Almeida Martins para o executivo da Junta de S.Martinho. PS e PSD de S.Martinho de Bougado cada vez mais distantes.

Entendimento é palavra que parece não caber na Assembleia de Freguesia de S. Martinho de Bougado. PS e PSD protagonizaram na última sessão extraordinária daquele órgão autárquico uma discussão “acalorada”.

O primeiro ponto da Ordem de trabalhos a gerar polémica foi o da eleição de um elemento para o executivo, para substituir o vogal José Ribeiro, que deixou o cargo justificando a sua decisão por “motivos pessoais”. Adelino Almeida Martins foi eleito com sete votos a favor e abstenção dos membros sociais-democratas.

No entanto esta saída de José Ribeiro gerou alguma “estranheza” nos membros do PSD. “Não se percebe porque é que um mês depois se está a mudar o executivo”, frisou Jorge Campos. Para além de lamentarem o facto de só na Assembleia terem tido conhecimento de quem se tinha demitido, afirmaram ainda que apesar de o novo vogal ter tomado posse apenas na quarta-feira “já há 15 dias que desempenha funções”.

Em resposta Daniel Lourenço, membro socialista agradeceu “o trabalho e dedicação” de José Ribeiro e lamentou as afirmações dos membros da oposição, pois “só mesmo por motivos pessoais é que o Sr. Ribeiro se demitiria”. “Vamos respeitar e unidos fazer o melhor para a freguesia”, acrescentou. Quanto à entrada do novo membro para o executivo Daniel Lourenço disse acreditar no “bom trabalho” que irá fazer.

Exigindo o cumprimento de “leis e regras”, o social-democrata, Jorge Campos voltou a pedir a palavra, para frisar o objectivo dos elementos do seu partido: “Nós temos demonstrado desde o início do mandato que estamos aqui de forma participativa”.

No mesmo sentido interveio Isabel Cruz para questionar o executivo relativamente ao trabalho desenvolvido na Comissão Social da Freguesia. Depois de ter integrado a reunião da comissão, para a qual foi convidada por Natália Soares do PS, na anterior Assembleia, Isabel Cruz decidiu trazer os assuntos que questionou nessa reunião para o período dos assuntos de interesse para a freguesia. Ressalvando que “questionar não é um acto de desconfiança”, Isabel Cruz colocou ainda algumas questões relativamente às medidas tomadas pela Junta quanto à “casa devoluta junto da estação frequentada por traficantes e consumidores de droga que instigam ao consumo os jovens da Escola Básica Professor Napoleão da Sousa Marques” e à forma como está a decorrer o processo para diagnosticar “as famílias da freguesia que de facto necessitam de rendimento mínimo”.

José Sá, autarca de S. Martinho de Bougado garantiu quanto à situação da casa degradada estaria “já a ser tratada pela Câmara Municipal de forma devida e eficaz”, com “a máxima urgência”, passando em seguida a palavra a Natália Soares, membro do executivo.

Natália Soares acusou a social-democrata de “tentar ter protagonismos” na reunião da Comissão Social da Freguesia, para a qual foi convidada a assistir e que para além de ter “chegado atrasada”, “não ficou até ao fim”. Para contar a sua versão da história, Isabel Cruz pediu a palavra e explicou o atraso de “cinco minutos” para a reunião com o “trânsito na Rua Conde S. Bento” e que apesar de não ter sido “integrada” nos assuntos que estariam a ser discutidos colocou algumas questões, já referidas anteriormente quanto à situação da casa devoluta e do rendimento mínimo. “As respostas foram o problema está a ser tratado pela Câmara Municipal e Junta de Freguesia”, afirmou. Uma vez que “a resposta que obtinha era sempre a mesma”, Isabel Cruz afirma ter saído da reunião. “E se fosse hoje fazia o mesmo”, acrescentou.

Face ao “calor que se abriu com estas intervenções” Botelho da Costa também se pronunciou, “triste” com os “arruaços” criados durante a Assembleia. Acusando o PSD de se “encostar à sombra da legalidade”, aconselhou os membros da oposição a apresentar alguma “prática” para “resolução dos problemas da freguesia”.

Em defesa do PSD Jorge Campos acusou o PS de não apresentar “nenhum assunto de interesse para a freguesia”.

Nesta Assembleia de carácter extraordinário foi ainda votada por unanimidade a integração da Junta na Associação Nacional de Freguesias – ANAFRE.