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Ano 2010

Poesia entre bolos

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A poesia voltou ao café, desta vez em S. Martinho de Bougado, na Confeitaria Miranda.

Servir um café acompanhado de um poema era o propósito da actividade agendada para a noite de 29 de Outubro, na Confeitaria Miranda, em S. Martinho de Bougado. No entanto, neste espaço simbólico da freguesia, as primeiras emoções da noite foram proporcionadas pelo ecoar do relato do jogo entre o Benfica e o Paços de Ferreira. A vontade de ouvir poesia era muita, mas não superava o (des)amor pelo glorioso.

Findo o jogo com a vitória das águias, todos os sentidos se voltaram para a poesia. Com a casa cheia, António Sousa, responsável da Casa da Cultura da Trofa, aproveitou a deixa do jogo e abriu a noite com um hino ao futebol. Por entre textos de Pessoa, Camões ou Saramago, alguns iam mais longe e declamavam poemas de sua autoria. E nestas coisas da poesia, tudo pode ser mote para um bom texto. Luís Reis e Luís Elias aproveitaram para deixar um alerta sobre o novo adiamento da obra do Metro para a Trofa, obra que em tempos, a presidente da Câmara Municipal terá dado como assegurada.

Desengane-se quem julga que apenas os mais velhos vibram com a arte de rimar. Tânia Quintas tem 14 anos e declamou dois poemas nessa noite, o primeiro de Florbela Espanca e o segundo um inédito. Natural de Santiago de Bougado, Tânia estuda na EB 2/3 de Alvarelhos e foi lá que teve conhecimento da iniciativa “Um Café e um Poema”. “Gosto muito de poesia e como também escrevo, acho que esta é uma boa iniciativa. Já tinha participado quando decorreu no Café Rei (Alvarelhos) e desta vez superou as expectativas, porque estava mesmo muita gente a assistir”, explicou antes de voltar para casa com a família.

Aquela noite ficou marcada por uma novidade. Joana Oliveira tem 13 anos e também estudo na EB 2/3 de Alvarelhos, mas frente a frente com o micro não declamou um poema qualquer, mas cantou à capella para todos os presentes. António Sousa descobriu o seu talento no dia anterior e convidou-a para assistir à iniciativa. O que não lhe contou foi que a convidaria para cantar: “Eu não sabia que ia cantar, fui apanhada de surpresa”. O público não se apercebeu de que tudo foi improvisado e aplaudiu a jovem do Muro. Depois de “Loucos de Lisboa”, dos Ala dos Namorados, Joana interpretou a canção “Todas as ruas do amor”, dos Flor-de-Lis, com a ajuda da irmã Mariana, de quatro anos, que se juntou a ela a medo, mas que no momento de cantar se entregou à música. Já perto da porta, a mãe das meninas despediu-se, não sem antes referir orgulhosa que a filha mais velha já tinha participado no I Festival da Canção da Trofa.

Quem também estava satisfeito com o sucesso de mais “Um Café e Um Poema” era Assis Serra Neves, vereador da Cultura da Câmara Municipal da Trofa, que já considera esta actividade “uma aposta ganha”. “O objectivo foi conseguido e vamos continuar a levar a poesia aos cafés do concelho. É agradável ver que as pessoas aderem à iniciativa e que a cada mês o número de participações aumenta”, garantiu. A presença dos jovens não passou despercebida ao vereador, que louvou a sua participação numa noite de sexta-feira.

Para João Maciel, responsável pela emblemática Confeitaria, esta é “uma boa e importante iniciativa”, que para além de levar a poesia a todos, contribui para “dinamizar e divulgar” os cafés e confeitarias onde decorre.

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