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Edição 571

Obra dos Parques já dura há três anos

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Quase seis meses após a sua inauguração, o Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro ainda não está concluído.

O  dia 24 de abril de 2013 marcou o início das obras de requalificação dos parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, que pretendia fazer “uma profunda requalificação da área central da cidade”. O Parque passou a dispor de um circuito de fitness, zona lounge, concha acústica e anfiteatro natural, dois coretos, parque infantil, áreas de mini basquete e de street basquete, sanitários, percursos pedonais, bar/restaurante, edifício Fórum Trofa XXI e um parque de estacionamento com 152 lugares.
A empreitada tinha a duração prevista de sete meses, mas a verdade é que passados três anos, as obras ainda não estão concluídas, faltando a conclusão da concha acústica e a rotunda do Catulo. Mesmo assim, o Parque foi inaugurado a 19 de novembro de 2015, com a zona do Dr. Lima Carneiro vedada ao público, por motivos de segurança por causa do fogo de artifício, segundo um aviso aí colocado. O lago e jogo de água, bem como a iluminação à entrada do Parque Nossa Senhora das Dores, que no dia da inauguração estavam a funcionar, mantem-se desligados desde então.
A concha acústica ia ser “inaugurada” por Mickael Carreira, o que acabou por não acontecer uma vez que não ficou concluída a tempo. A concha acústica parece ser o calcanhar de Aquiles desta empreitada, pois, quase seis meses depois da inauguração do Parque, ainda se encontra por terminar.
As salas do edifício Fórum Trofa XXI ainda não foram ocupadas, com exceção da Loja Interativa e o auditório, apesar de já existir informação oficial da Câmara com a indicação que o serviço da Brigada Pró-Família aí se encontra. Desde a inauguração do Parque, que os funcionários vêm ser sucessivamente adiadas as mudanças para o novo local. O NT adiantou, na edição da semana passada, que o empreiteiro estaria em condições para entregar o edifício à Câmara Municipal da Trofa a partir de 2 de maio, já que, alegadamente desde essa altura possui a certificação por parte da CERTIEL. O facto de este edifício não ter ainda todas as certificações exigidas por lei não impediu que a Câmara já o tenha inaugurado e utilizado várias vezes. Recorde-se que a Loja Interativa de Turismo da Trofa foi inaugurada em setembro de 2015.
Apesar de ter sido inaugurado há pouco tempo, verificam-se já alguns “defeitos” no Parque. Durante muito tempo, apenas existia um acesso ao parque subterrâneo, uma vez que os outros dois estavam interditos porque os vidros das portas estavam estilhaçadas. Uma situação que terá ficado resolvida a 29 de abril, com a colocação de novos vidros, com “uma determinada diferença relativamente àquilo que está”, segundo adiantou Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa, durante a Assembleia Municipal de 26 de abril, mencionando que tem “um projeto para mudar toda aquela estrutura, que já se percebeu que não vai funcionar”. Também o elevador de acesso ao parque de estacionamento não tem estado a funcionar. Apesar de o ecrã estar ligado, o elevador não sobe quando acionado, situação comprovada na tarde desta quinta-feira.
Com o bom tempo, muitos têm sido os que se deslocam até ao Parque. Uma das principais queixas apontadas pelos utilizadores do espaço é “a falta de sombra no parque infantil”, sendo que “nos dias de sol forte fica-se completamente exposto ao sol e calor intenso”, segundo adiantou uma mãe.
Quanto aos dois aluimentos na via da EN104, junto ao Parque, a autarquia trofense fez saber, através do infomail, que a par das “retificações necessárias junto à Rotunda do Catulo vão avançar até ao final do mês de maio, encontrando-se a decorrer o procedimento de contratação para realizar esta empreitada”. Mas quem caminha pelo Parque, junto ao bar/restaurante e à concha acústica, depara-se com pequenos aluimentos no pavimento.
Na Assembleia Municipal da Trofa, Pedro Ortiga (PS) referiu ainda que a “iluminação é claramente insuficiente”, questionando se “a requalificação dos parques está concluída ou se existem ainda obras pendentes”, se a “obra já foi integralmente entregue pelo empreiteiro”, quando “prevê a sua conclusão total” e qual “o modelo de exploração do espaço de salão de chá/cafetaria pensado para as instalações aí existentes”.
O autarca respondeu que “faltam terminar alguns apontamentos”. No caso da concha acústica houve “alguns defeitos com algumas placas que tiveram de voltar para trás”, além da “falta de liquidez por parte do consórcio, que já chegou a um entendimento com a empresa que está a colocar as placas de fibra na concha acústica para a concluir o mais rapidamente possível”. “Se o tempo ajudar mais três semanas de trabalho, de certeza absoluta. A questão da marmorite da parte debaixo está concluída. São pequenas questões de pichelaria e de carpintaria para estar concluída toda aquela parte da concha acústica”, completou.
Já o salão de chá/cafetaria vai ser “entregue ao Conselho Económico da Paróquia de S. Martinho de Bougado”, que vai fazer a sua “gestão”, tendo o autarca transmitido “a quem de direito” o desejo de “o ver aberto todo o ano” e não só “de maio a agosto”.

Autarquia perdeu
fundos do Parque?
O projeto é cofinanciado em 85 por cento por Fundos Comunitários do QREN, através do ON.2, tendo uma vertente imaterial e uma vertente infraestrutural, ou seja de obra, que foi adjudicada por 6 milhões e 473 mil euros. Muitas têm sido as questões colocadas ao executivo da Câmara Municipal da Trofa sobre a perda ou não destes fundos, uma vez que a obra deveria ter sido concluída até dezembro de 2014.
Na altura da inauguração, Emídio Gomes, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), afirmou que a Câmara Municipal da Trofa “perdeu algum dinheiro, mas não foi significativo”. “Não perdeu os 85 por cento. Não conseguiu foi utilizar a totalidade em tempo útil e perdeu algum dinheiro do que estaria disponível para fazer mais uma coisa ou outra. Mas o que fez foi pago a 85 por cento”, explicou.
Quanto ao que ainda falta fazer, Emídio Gomes contou que “isso ficou um bocado de fora” dos fundos comunitários, mas que a autarquia “não ficou prejudicada”.

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