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Edição 603

Memórias e Histórias da Trofa: O Período Revolucionário na Trofa

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A Trofa, centro económico do país em crescimento, em 1974, que já tinha mais de 40 fábricas com mais de 4000 mil operários1, iria sentir com especial fervor as lutas políticas de um país que estava praticamente atordoado em termos políticos desde 1928.
O Centro Democrático Social (CDS) passou a ter representação oficial na Trofa a partir de janeiro de 1975, Sá Carneiro passou pela Trofa e Galvão de Melo seguiu também este exemplo, no denominado PREC.
Vivia-se intensamente a politica, nasceram fações e tentava-se convencer o eleitorado, voto a voto. A consciência política estava em plena ebulição.
A campanha eleitoral na Trofa para as primeiras eleições é vivida de forma violenta, uma sessão de esclarecimento do Partido Comunista nas vésperas das eleições para a assembleia constituinte (as primeiras no pós-25 de abril), no dia 22 de abril de 1975, com a presença de Avelino Gonçalves candidato à assembleia constituinte, na sala do Teatro Alves da Cunha repleta de público, foi boicotada.
Logo após do iniciar da prática política, numa sala repleta de público, começaram as provocações, seguidas de matracas e correntes pelo ar, confusão e pânico instalado.
O resultado dos confrontos, 5 feridos ligeiros e 2 feridos em estado grave. Um dos feridos era Agostinho Lopes (deputado de 1991 até 2015) com ferimentos na face, candidato à assembleia constituinte e natural de Guidões. A situação era crítica, a GNR de Santo Tirso apenas compareceu após as agressões terem iniciado e estarem barricados os militantes comunistas para sua defesa no interior do teatro, sendo retirados do teatro depois da meia noite.
As agressões a comunistas continuaram em junho de forma repetida em diferentes dias, sendo praticadas pelos mesmos indivíduos, agredindo inclusivamente uma senhora idosa. Bastava apanhar os comunistas a distribuir panfletos ou a colar cartazes que era a ignição para a violência.
Após um comício cancelado, múltiplas agressões, novo ataque com o assalto ao Centro de Trabalho comunista, duas portas foram arrombadas e o seu recheio é roubado, sobretudo livros que acabaram por serem destruídos. Os prejuízos foram superiores a 6 mil escudos2.
A situação política na foi crítica, viveu-se intensamente sem paralelismo nos anos seguintes com páginas da história política lusa a serem escritas no burgo.

1 Semana Tirsense, A Trofa e seus horizontes, Rancho Folclórico das Lavradeiras, 16.02.1974, pag.2
2 O Avante, Assaltado o CT da Trofa, 31.07.1975, pag.3

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por José Pedro Maia Reis

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