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Edição 596

Memórias e Histórias da Trofa: A história do caminho de ferro no concelho da Trofa

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O lugar que se tornou a cidade da Trofa até à chegada do comboio em 1875 que ligava a atual estação de Campanhã até Braga, resumia-se apenas a meia dúzia de ruas e habitações. A Trofa seria apenas um mero lugar localizado entre Porto e Braga.
O comboio circulava pela primeira vez na Trofa a 21 de maio de 1875 entre Campanhã e Nine, entravamos nos trilhos do progresso para crescermos a pulso até sermos uma referência no progresso nacional.
Não pode ser ignorado o papel de Fontes Pereira de Melo com a sua chegada ao poder procurando ligar e desenvolver as várias regiões do país através do transporte ferroviário para substituir os meios de deslocação de tração animal.
É impossível negar a ligação entre três vetores: caminho de ferro, Trofa e desenvolvimento, potenciando a importância da estação da Trofa que durante muitos anos foi a estação terminal do serviço ferroviário para Guimarães, uma cidade que começava a dar os primeiros passos na industrialização e recebia o comboio pela primeira vez em 6 de março de 1884, um mês antes de ter concluída a sua ligação de forma oficial. Primeiramente a ligação entre a Trofa e Vizela entrou em funcionamento em 31 de dezembro de 1883.
O primeiro comboio a circular em Portugal em bitola estreita, popularmente conhecido por “via estreita”, o comboio que ligava a Trofa a Vizela, marcando mais uma pagina da história do caminho de ferro com ligações à Trofa1.
Durante praticamente 50 anos a Trofa foi a estação terminal do serviço ferroviário de Guimarães, que apenas iria ficar ligada a Senhora da Hora em 1932, inauguração essa que contou com a presença do Presidente da República, Óscar Carmona. O último parafuso dos carris desta ligação foi colocado no antigo apeadeiro de Bougado. Posteriormente em 1938 construiu-se uma ligação direta entre Guimarães e o centro do Porto com a chegada do comboio à Trindade.
Uma situação privilegiada que se estendeu até mais duas freguesias, Muro e Santiago de Bougado que, com a sua estação e apeadeiro da autoria de Amoroso Lopes2 nos anos 30, finalmente tiveram a sua alavanca para o desenvolvimento, podendo acompanhar S. Martinho e S. Romão no trilho do progresso tornando o Muro numa das freguesias com maior crescimento dos subúrbios do Porto.

1SILVA, Casimiro; SILVA, Samuel; Memórias do comboio de Guimarães, A história, o Património e a Linha, pag.103, edições Ideal
2ANTUNES, J. A. Aranha, 1910 – 2010 Caminho de Ferro em Portugal, pag.40 Lisboa, 2010

Por José Pedro Maia Reis

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