Gatil da Trofa está (quase) concluído

A trabalhar em prol dos animais há mais de dois anos, a AUAUA (Associação Um Animal Um Amigo) está a construir um gatil, nas instalações do Canil Municipal. A obra só foi possível graças aos fundos conseguidos pelos alunos do 6º B, da EB 2/3 Professor Napoleão Sousa Marques.

No gatil improvisado em funcionamento no canil da Trofa, os olhos dos visitantes fogem sempre para o mesmo animal: uma gata branca, com pêlo espesso, que trata com esmero de três gatinhos bebés. Mas os gatinhos não são as suas crias. Essas já morreram e a gata branca, que a AUAUA tirou aos donos porque a mantinham presa com um cadeado dentro de casa, impedindo-a de cuidar da ninhada com pouco tempo de vida, adoptou os gatinhos e cuida deles como se fossem seus. Os pequenos felinos foram encontrados dentro de um saco de plástico, fechado, quando tinham apenas dois dias de vida.

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Esta é apenas uma das muitas histórias de abandono e maus tratos que é possível conhecer durante uma visita ao canil/gatil da Trofa É quase possível multiplicar esta história pelos 106 cães e pelos cinco gatos que estão, actualmente, no canil/gatil. “Mudam os pormenores, mas o sofrimento é sempre uma constante”, lamentou Sílvia Coutinho, responsável da AUAUA.

Para minorar o sofrimento dos animais, a AUAUA tem realizado algumas obras no Canil Municipal e a última foi a edificação de um gatil. O espaço nasceu com os fundos angariados pela turma B do 6º ano da EB 2/3 Professor Sousa Marques. Os alunos escolheram como tema de Área de Projecto “os animais abandonados” e promoveram várias actividades de sensibilização e recolha de fundos. “Foram incansáveis”, elogiou Sílvia Coutinho. “Pintaram diversos objectos, que depois venderam, e foram divulgando o problema dos animais abandonados junto dos colegas”, explicou. Para a responsável e fundadora da associação de protecção dos animais “com mais jovens com esta atitude, possivelmente, a situação actual seria melhor”.

Os alunos angariaram cerca de 700 euros, que foram investidos totalmente na construção do gatil. A associação tratou da compra dos materiais e Fernando Silva, responsável do canil, “está a construí-lo pouco a pouco”. “No gatil falta vedar o espaço com rede e colocar o telhado”. “Foi tudo construído de raiz: o chão, as paredes e a casa de madeira onde os gatos vão dormir”, enunciou. O gatil tem, para já, dez camas individuais e terá capacidade para albergar cerca de 30 animais.

Apesar do apoio da AUAUA, Fernando Silva gostaria de ver melhorados outros aspectos do canil/gatil. O responsável confessou ao NT que “gostava que as instalações fossem maiores, com melhores condições para os animais”. “É preciso acabar de construir o gatil e era, também, importante existir aqui (canil) uma clínica, onde se pudessem fazer esterilizações e outros tratamentos”.

A AUAUA atravessa um período de “grandes dificuldades financeiras”, pelo que Sílvia Coutinho faz um “apelo” a todos os sócios, para que “paguem as quotas e contribuam com o que puderem”. A próxima actividade da associação será a participação na ExpoTrofa, entre os dias 3 e 11 de Julho, no Parque Nossa Senhora das Dores.