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Ano 2010

Alberto Carneiro: Escultor mamedense é conhecido em todo o mundo

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Um dos maiores nomes da escultura mundial é natural de S. Mamede do Coronado. Alberto Carneiro é conhecido em todo o planeta, mas não esqueceu as suas origens e ainda hoje vive na freguesia mamedense, onde tem uma oficina e um espaço museológico.

Seguindo as indicações dadas por telefone aquando da marcação da entrevista, fui procurando a casa de um dos maiores vultos da escultura internacional. Quase perdida nas ruas de S. Mamede do Coronado, perguntei a um homem que passava na rua se me sabia dizer onde vive o “escultor muito conhecido” Alberto Carneiro. “Assim de repente não sei… acho que realmente existe para aqueles lados um escultor”, respondeu-me indicando o lado oposto do sítio onde nos encontrávamos. Agradeci e continuei à procura. Acabei por dar com a casa, apenas a alguns metros de distância. Este episódio relata bem que a grandiosidade que Alberto Carneiro tem no Mundo e no mundo da Arte ainda não ecoa na freguesia de S. Mamede do Coronado. O escultor pode ser um artista conhecido, com prémios internacionais e que até já foi condecorado como Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, mas em S. Mamede do Coronado ainda continua a ser um ilustre desconhecido.

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Uma vez encontrada a casa, superficialmente não descobri nada de novo. Do lado de fora é apenas mais uma moradia, com um enorme portão encarnado. No entanto, quando transpus a porta de entrada do atelier, entrei num mundo diferente. A música clássica, que faz companhia ao artista, ajuda a que o espírito artístico que lá mora nos invada e tudo é Arte, cultura, história…

E pó. Os troncos de madeira, os galhos, as canas e as ferramentas misturam-se com algumas peças já prontas e outras em “fase de criação”. A oficina está cheia de história e histórias. Uma pequena imagem de Nossa Senhora denuncia a origem do gosto pela cultura: aos 10 anos, Alberto Carneiro começou na arte santeira tão característica daquela freguesia. Foi professor mais de três décadas, mas assume que “vive para a escultura e para a arte”.

O génio de Alberto Carneiro está presente em todos os recantos e em todas as obras. O próprio jardim da casa é fruto de “processo de criação” do artista e tudo foi pensado com cuidado. Debaixo de um telheiro, mais troncos e galhos, que vão, com certeza, servir para criar uma nova obra de arte.

Próxima da casa do artista, existe uma quinta “de um amigo”, que o chama sempre que quer deitar uma árvore abaixo. Alberto Carneiro faz questão de acompanhar todo o processo de desenraizamento das árvores que utiliza para criar arte. A justificação que me dá mostra a genialidade do seu trabalho: “A obra começa logo no desenraizar e no cortar e, se a obra é minha, não posso dar a outros o privilégio de a fazer”. O escultor defende que a arte é uma forma de extravasar a energia existente na Natureza, uma vez que esta “se basta a si mesma”. Enquanto continuávamos a nossa conversa com visita guiada, Alberto Carneiro respondia às minhas perguntas, saciando a minha vontade de entender a sua obra. O artista mantém “uma espécie de namoro” com a matéria que usa para criar arte. É um diálogo com os materiais, que vão respondendo à vontade do mestre.

Quando me despedi de Alberto Carneiro, fui acompanhada até ao portão encarnado por Breto, outra companhia sempre presente na vida do escultor. Este gato cor-de-laranja gosta particularmente de dormitar entre obras de arte conhecidas internacionalmente e que contribuem para levar o nome de S. Mamede, da Trofa e de Portugal a todos os cantos do mundo, quais naus que viajaram “por mares nunca dantes navegados”.

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