Edição 560
Através da leitura, alerta-se os jovens para a violência (c/video)
A história da Carochinha e do João Ratão ganhou uma nova versão pela escritora Adélia Carvalho. O João Ratão não caiu no caldeirão, mas virou um autoritário, que batia na Carochinha, que apenas o escolheu para casar apenas e só pelos seus atributos físicos. Cansada da violência que sofria, Carochinha decidiu viajar com a moeda de ouro que encontrou.
A versão da história da Carochinha e do João Ratão, que faz parte do livro “A Inocência das Facas” – da autoria da delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e da editora Tcharan – inspirou os alunos de uma turma do 5.º ano da Escola Básica e Secundária do Coronado e Covelas, que, com a ajuda da sua professora de Educação para a Cidadania, Lucinda Ferreira, transformaram-na numa peça de teatro, que apresentaram no encontro com a autora Adélia Carvalho. Inês Ferreira e Gonçalo Marques, alunos que encarnaram as personagens da Carochinha e do João Ratão, acharam que a história foi “importante para reconhecer a violência doméstica” e aconselham a vítima “a denunciar e a não guardar segredo”.
Já Lucinda Ferreira explicou que esta representação resultou de “um trabalho” que tem sido desenvolvido “em parceria” com a Delegação da Trofa da CVP, “desde janeiro”, sobre a temática da violência no âmbito do CLDS Trofa 3G. “É uma forma muito importante de abordarmos o tema. Através da leitura e da análise dos textos (do livro A Inocência das Facas), levamos os alunos a aperceberem que essas atitudes são totalmente incorretas”, referiu.
Para Adélia Carvalho é “assustador” saber que “os jovens encaram a violência com naturalidade”, acreditando que “só o facto de falarem no tema e de perceberem que há alternativas” à violência, deixa “uma sementinha que os façam escolher outros caminhos”.
Já Renato Carneiro, diretor do Agrupamento de Escolas Coronado e Castro, afirmou que esta sessão tem “efeitos muito positivos nos alunos”, uma vez que a história de Adélia Carvalho mostrou aos alunos que “há outra forma de ver as coisas”. “Penso que se aliou a semana da leitura e a luta contra a violência, que foi um aspeto muito interessante”, referiu. Quanto à Semana da Leitura, Renato Carneiro afirmou que têm sido desenvolvidas “várias iniciativas como exposições, encontro com escritores, contadores de histórias, dramatizações e decoração da escola, para que se desperte os alunos o interesse pela leitura”.
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