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Edição 500

O estranho caso de Paula Cristina Teixeira Moreira

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O tema que hoje trago colocou-me perante uma série de dúvidas para as quais não tenho ainda respostas. Antes de mais, quero deixar claro que nada tenho contra a gestora aqui citada, tão pouco sei quem a senhora é. Mas acontece que, na sequência de pesquisas recentes para um trabalho que publiquei no blogue E a Trofa é Minha sobre o primeiro ano de mandato do atual executivo, a senhora em questão apareceu em cena de uma forma no mínimo peculiar. Vamos ao início.
A plataforma base.gov é uma ferramenta online que permite a qualquer cidadão monitorizar, entre outras coisas, informações sobre contratos públicos celebrados entre autarquias e entidades públicas ou privadas. Permite-nos aceder às condições contratuais e aos contratos propriamente ditos. Foi aqui que me cruzei com a gestora Paula Cristina Teixeira Moreira.
Factos: no passado dia 1 de setembro, a Câmara Municipal da Trofa (CMT) celebrou um contrato por ajuste direto – modalidade contratual que não implica a abertura de um concurso público – com a empresa OPERSTRONG Lda., no valor de 37.369,92€ + IVA, para a “Aquisição de serviços para a divulgação e a promoção da ação DNA Trofa”. Representante da empresa? Paula Cristina Teixeira Moreira. Três dias depois, a 4 de setembro, a CMT celebrou outro contrato por ajuste directo com a empresa EXPANDING WORLD, Lda., no valor de 56.250,00€ + IVA, para a “Aquisição de serviços para a organização e implementação da ação DNA Trofa”. Representante da empresa? Paula Cristina Teixeira Moreira. Quase dois meses depois, a 11 de novembro, um novo contrato por ajuste direto é celebrado, desta feita com a empresa UNIVERSO PARTICULAR – Consultoria, Lda., no valor de 52,474,50€ + IVA, para a “Aquisição de serviços de conceção e publicação de campanha publicitária de anúncios nos meios de comunicação social e produção de vídeo de acompanhamento do projeto de requalificação dos parques”. Representante da empresa? Isso mesmo: Paula Cristina Teixeira Moreira. Três contratos, três empresas, a mesma gestora.
Eu não sei quanto ao caro leitor mas perante mim levanta-se uma série de dúvidas. Em primeiro lugar, como é que esta gestora conseguiu todos estes ajustes diretos num tão curto espaço de tempo? Em segundo, porque é que os dois primeiros contratos, separados no tempo por apenas três dias e ambos relacionados com o DNA Trofa, foram feitos a empresas diferentes representadas pela mesma pessoa? Terceiro: quem é esta gestora que, qual obra do acaso, conseguiu junto do executivo camarário da Trofa três ajustes directos para três empresas diferentes nas quais exerce funções de gestão, num total que, assumindo que o IVA aplicável é de 23%, ascende a 179.696,13€? Assim de repente ocorrem-me três hipóteses: ou estamos perante um prodígio financeiramente acessível da área do marketing e publicidade, ou estamos perante uma invulgar coincidência ou a senhora Paula Cristina Teixeira Moreira tem uma excelente e suspeita relação com o executivo camarário.
No rescaldo do primeiro ano de governação da coligação Unidos pela Trofa, uma das bandeiras do executivo liderado por Sérgio Humberto foi, como se pode ler no folheto que nos foi colocado nas caixas de correio, a “Redução substancial com gastos de publicidade”. Ora só aqui estamos a falar de 180 mil euros em gastos com publicidade em pouco mais de dois meses. Serei eu o único a achar que algo aqui não bate certo?


 

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