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Edição 663

A Máquina de Propaganda – Parte 4 – Toninho, onde estás tu?

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Quando foi criado, com o objectivo de servir como instrumento de propaganda da coligação PSD/CDS para a luta autárquica de 2013, o Correio da Trofa incluía uma espécie de editorial, assinado por uma personagem fictícia de seu nome Toninho. Se quem o escrevia era algum dos jornalistas do CT, um militante de um dos partidos que integravam e ainda integram a coligação ou um misto de ambos, que os havia, nunca saberemos. Sabemos apenas que o propósito do Toninho era atacar Joana Lima, o PS e qualquer um que se atravessasse no caminho da oleada e abastada máquina de propaganda humbertista.
Para quem não conhece este hino à cobardia, à canalhice e à total ausência de vergonha na cara, sugiro que revisitem as edições mais antigas do pasquim. Facilmente perceberão o nível rasteiro e desonesto que pautava ditos editoriais. Mais recentemente, na antecâmara das Autárquicas do ano passado, surgiu uma reedição do Toninho, igualmente cobarde, canalha e sem vergonha na cara. Mas ainda não chegou o momento de falar da ratazana com pele de cordeiro e do seu testa-de-ferro acéfalo, que esta procissão nem ao adro chegou.
Foquemo-nos, pois, na saudosa personagem do Toninho. Nesse ser fictício que outrora nos chamava a atenção para as práticas mais suspeitas e nebulosas do antigo regime. Nesse exemplo maior da ordinarice política, que nos falava sobre compadrios, favores e negócios insólitos que marcaram negativamente o exercício do poder do executivo Joana Lima. Nesse fantoche orquestrado por políticos sem escrúpulos ou espinha dorsal, a quem nada escapava. Nesse exemplo maior que reflecte, como poucos, quão baixo um político está disposto a ir pelo poder, e que desapareceu assim que o objectivo para o qual foi criado foi atingido. Onde estás tu, Toninho?
Tenho curiosidade de perceber o que seria se o Toninho existisse, se continuasse a sua cruzada e, imaginação fértil a minha, se fosse um tipo desprendido do poder, honesto e imparcial. Questiono-me sobre o que diria ele acerca dos mais de 20 mil euros que o executivo Sérgio Humberto entregou aos anteriores proprietários do jornal, para organizar uma treta de concurso de fotografia e para conceber uma revista em paradeiro incerto. Questiono-me sobre a opinião que teria sobre as dezenas de milhares de euros entregues a ex-funcionários do CT, sob a habitual forma de ajuste directo, alguns dos quais chegaram mesmo a ser contratados pela autarquia para outras funções. Questiono-me sobre que juízos formularia quanto ao facto da então esposa do proprietário da empresa de assessoria de comunicação contratada pela coligação, Zita Formoso, cuja ligação à Trofa era inexistente antes das eleições, ter sido contratada para chefe de gabinete do presidente da câmara, auferindo um salário muito acima daquilo a que um comum mortal pode aspirar.
Questiono-me também sobre a ferocidade dos ataques que decorreriam na sequência dos muitos ajustes directos nebulosos que marcam a era humbertista, da utilização de recursos públicos para fins pessoais pelo presidente da câmara, da censura d’O Notícias da Trofa e da Trofa TV, da perseguição ao Clube Slotcar da Trofa, do despesismo eleitoralista que caracterizou a campanha de 2017 e, entre tantos outros exemplos que poderiam aqui ser referidos, dos muitos empregos que soube dar “aos senhores do seu aparelho partidário”, para citar uma publicação da JSD Trofa de 2011, do tempo em que Joana Lima era presidente e os jotas laranjas se preocupavam com estas coisas. Nem de propósito, o mais recente elemento do aparelho partidário do senhor presidente, a quem Sérgio Humberto soube dar emprego, foi precisamente a presidente da JSD. E da JSD, como do saudoso Toninho, nem um pio, que primeiro está o partido e os chefes e só depois os trofenses. Irónico? Nada disso. Apenas o modus operandi habitual dos políticos profissionais, com os seus dois pesos, as suas duas medidas e a sua falta de respeito por todos nós.

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