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Crónicas e opinião

Para quando políticos com rigor e sem truques?

“Saber comunicar é importante. Este Governo para já não governa, comunica mal, gera desconfiança!”

Luis Filipe Moreira

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DR - Facebook Luís Montenegro

Nenhuma herança é tão rica quanto a honestidade!
William Shakespeare

Facto 1: 11 de abril – Luís Montenegro na Assembleia da República, afirmou: “aprovaremos na próxima semana uma proposta de lei que altera o artigo 68º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, introduzindo uma descida das taxas de IRS sobre os rendimentos até ao oitavo escalão. Esta medida vai perfazer uma diminuição global de cerca de 1500 milhões de euros nos impostos do trabalho dos portugueses face ao ano passado, com especial enfoque nos rendimentos da classe média”.

Facto 2: 12 de abril – Ministro das Finanças, Miranda Sarmento, afirmou que a redução no imposto sobre os rendimentos singulares seria “um desagravamento fiscal significativo”, mas de 200 milhões de euros.

Conclusão: descobrimos que os 1500 milhões de euros de alívio no IRS, referidos pelo primeiro-ministro no debate do programa do Governo no Parlamento, não vão somar-se aos cerca de 1300 milhões de euros de redução inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor do Governo Costa. Bem, a medida rondará os brutais 200 milhões de euros, perfazendo assim os 1500 milhões de euros. Faz sentido anunciar um choque fiscal de 1500 milhões, sem explicar que se trata apenas de um corte de 200 milhões adicionais ao Orçamento do Estado Costa em vigor? Bem: 1300 + 200 = 1500 milhões!

Honestidade precisa-se! Andamos a brincar aos impostos! Afinal, a enorme, tão grande, carga de impostos do Governo PS, que empobrecia Portugal, merecia apenas um mero ajuste de 200 milhões de euros deste novo Governo.

De um choque para um retoque fiscal. Não se mentiu, omitiu. Afinal o choque fiscal já estava em curso com o Governo Costa.

É tudo uma questão de palavras e de perceção!

Os partidos que formaram a Aliança Democrática (AD) não mentiram no programa eleitoral quando prometeram uma descida do IRS em 2024, sim estava escrito, claramente, que a descida seria em relação a 2023. Contudo, em todos os momentos, reproduzindo e reproduzindo o número mágico de 1500 milhões de euros, e sabendo não corresponder à verdade, deixou que os portugueses acreditassem que iriam sentir uma enorme descida do IRS este ano. Mesmo sabendo que essa descida seria apenas imaginária!

Caro leitor, lembra-se quando Luís Montenegro, então líder da oposição, garantiu que não iria cortar pensões, que as iria aumentar e anunciou que iria, de forma gradual e até ao final da legislatura, “colocar a referência do Complemento Solidário para Idosos (CSI) nos 820 euros”.

Afirmou que esse aumento do CSI significava que, “até 2028, o rendimento mínimo garantido dos pensionistas portugueses seria de 820 euros”. É mentira? Não. Mas, mais uma vez, sabia ou tinha a obrigação de saber que estava a criar a dúvida razoável de que em 2028 todas as pensões seriam, no mínimo, de 820 euros. Informou? Não. Desinformou. Iludiu, gerou confusão e desinformação.

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Eu digo, não! Chega, basta! Pensamento crítico é necessário, seriedade precisa-se, rigor é obrigatório quando falamos aos portugueses!

Não pode haver ambiguidade, mas sim clareza. Não podem registar-se equívocos de comunicação, mas sim rigor. Porque não ficou isto claro na campanha eleitoral?

Caro leitor, porque se repetiu esta ideia que, afinal, era uma não verdade?

Questiono: a quem interessava não desmentir? A quem interessava omitir?

Saber comunicar é importante. Este Governo para já não governa, comunica mal, gera desconfiança!

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