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Crónicas e opinião

Capela de Nossa Senhora do Desterro, o mais antigo templo religioso bougadense

Realizar-se-ão nos dias 27 e 28 de abril as tradicionais festividades em honra de Nossa Senhora do Desterro, que se venera na sua capela situada no Souto de Bairros, freguesia de Santiago de Bougado.

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Realizar-se-ão nos dias 27 e 28 de abril as tradicionais festividades em honra de Nossa Senhora do Desterro, que se venera na sua capela situada no Souto de Bairros, freguesia de Santiago de Bougado.

A primitiva capela de N.ª Sr.ª do Desterro, que se ergue num dos maiores e mais frondosos espaços desta freguesia bougadense, local que outrora serviu de “acampamento” das tropas napoleónicas durante as Invasões Franceses (26.03.1809), foi edificada em 1647 (século XVII), construção, que segundo consta, foi custeada por quatro famílias, três de Bairros e uma da Maganha.

No ano de 1766 procedeu-se à remodelação da fachada principal em que foi construído o retábulo-mor, e no século XX foram realizados dois restauros/aumentos: um em 1940 em que foi realizada uma reforma da capela e mais tarde, nos anos 1986/87 este templo sofreu grandes obras de “Ampliação e Restauro” tanto no interior como no exterior, que ascenderam, na altura,a um total de 14.000.000 .

Essas obras ( de aumento e requalificação) foram de tal monta, que lhe foi alterada a sua arquitectura primitiva, ficando só praticamente intactos a capela e o altar-mor. É, também de salientar que, segundo Tiago José Areal Pereira, autor da obra “A Paróquia de Santiago de Bougado – A evolução dos centros de culto do século XX à actualidade”, aproveitando as obras de ampliação, a fachada principal da antiga capela “ foi retirada de modo sistemático e organizado e posteriormente foi reedificada, de modo a permitir o aumento da nave central da capela, Relativamente à estrutura, ela desenvolve-se de forma arredondada e em anfiteatro de dois níveis-nave e galeria, tendo capacidade para receber 400 pessoas…” A sagração da capela, após estas obras de restauro, ocorreu no dia 8 de maio de 1987, e foi feita por D. Júlio Tavares Rebimbas, arcebispo-bispo do Porto.

Presentemente, é um edifício de linhas modernas com espaço bastante amplo para receber aos domingos e dias de festa, os muitos fiéis que aí acorrem.

Visita guiada à Capela

Aproximando-nos da fachada principal, deparamo-nos logo com as três datas mais importantes que resumem a história daquele que é o centro de culto mais antigo da paróquia de Santiago de Bougado.

O nosso olhar, à entrada volta-se para o altar-mor (original), e todo o seu corpo, proveniente do antigo templo, manda-nos para a sua origem/fundação, cujas imagens que compõem o retábulo-mor são as de Nossa Senhora do Desterro, juntamente com os outros dois elementos que compõem a Sagrada Família, na Fuga para o Egipto ( São José e o Menino Jesus), tendo por cima a imagem de Cristo Crucificado, que Tiago José Areal chama “Senhor da Pobreza”.

Ainda, na capela-mor, à direita e à esquerda para quem entra, surgem-nos as imagens antigas de N.ª Sr.ª. da Lapa e de Santo António. Há também dois nichos, um de cada lado, também eles datados de 1647 (conforme está registado num deles), que, segundo alguns autores, referem ser às imagens de Santa Justa e de N.ª Sr.ª do Bom Despacho; não há certezas de que a primeira imagem seja a da invocação da Sr.ª do Bom Despacho (Será N.ª Srª da Graça ?); já quanto à segunda é de crer que se trate da rainha Santa Isabel. Há indicações históricas de que a esposa de D. Dinis teria, no lugar de Cedões três campos que lhe pertenciam, por dote de seu marido e que, após a morte deste, D. Isabel terá encetado duas viagens a Santiago de Compostela e terá visitado essas propriedades, daí presumir-se ter ficado uma ligação entre a Rainha Santa e Santiago de Bougado.

Há, igualmente, dois vitrais, um de cada lado, que representam as imagens de N.ª Sr.ª da Lapa e de Santo António.

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Logo após o Arco do Cruzeiro, foi construído um novo altar-mor no centro do templo para a celebração dos atos religiosos .

Na parte que foi aumentada nos anos oitenta do século XX, aparecem-nos duas imagens em duas peanhas: uma, do lado direito, cuja invocação é de Santa Bárbara,- uma devoção bastante arreigada em Bairros- que foi oferecida por José Maria Gonçalves da Costa no dia 23 de abril de 1987, e do lado esquerdo, a imagem de Nossa Senhora de Fátima, oferecida por D. Laurinda Castro, de Bairros.

As paredes da galeria, no interior da capela, apresentam oito painéis de azulejos, em tons de azul e branco, da autoria de Joaquim Oliveira. Nestes painéis estão representadas as sete dores da Virem Maria, culminando – o oitavo- com a Coroação da Virgem Maria como Rainha dos Céus.

Há, também a toda a largura da parede do coro, as palavras da anunciação do Anjo: “AVÉ Ó CHEIA DE GRAÇA”.

Já no exterior, no recinto e a escassos metros da capela, pode-se encontrar um dos cruzeiros mais antigos da freguesia, chamado de Cruzeiro de Santa Bárbara. Diz-se que debaixo deste cruzeiro estão enterradas várias alfaias agrícolas com” muito valor, algumas em ouro”.

António Costa

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