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Crónicas e opinião

O fim da era Sérgio Humberto?

“E não é de agora que o desejo de deixar o seu último mandato a meio se tornou evidente. Já há alguns meses que é mais frequente ver Sérgio Humberto ao lado de Luís Montenegro, ou em acções de campanha na qualidade presidente da distrital laranja, por outras paragens, do que pelas ruas da Trofa.”

João Mendes

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Entrevistado em Novembro pelo JN, Sérgio Humberto foi questionado sobre se pondera abandonar o cargo de presidente da câmara e “trocar a Trofa por Lisboa”.

A resposta do autarca, apesar de alguma ambiguidade, pareceu-me esclarecedora:
“Neste momento, não me passa pela cabeça absolutamente nada. Estou focado no meu trabalho e nas pessoas que reconheceram de forma inequívoca o trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos 10 anos. E estou focado, enquanto presidente da distrital do Porto, em conquistar o maior número de câmaras, juntas de freguesia e de membros nas assembleias municipais do distrito. Tenho ambições de trabalhar pela Trofa e pelos portugueses. Estou altamente focado, mas não deixo de dizer que, se for chamado para outro tipo de funções, tenho de avaliar. Se estou a pensar nisso antecipadamente? Não.”

Se o compromisso com a Trofa fosse férreo, a resposta teria sido categórica. Seria “não”. Ponto final. Sem mas nem meio mas. Mas Sérgio Humberto deixou claras as suas ambições nacionais, quando referiu a necessidade de “avaliar” a possibilidade de ser “chamado para outro tipo de funções”, e parece-me agora evidente que ocupará o seu lugar na lista do PSD pelo distrito do Porto.

Porque quem está de pedra e cal nas funções que ocupa, com convicção e entrega ao projecto, à Trofa e aos trofenses, não tem nada para avaliar. Cumpre o compromisso assumido até ao fim e depois logo se vê.

Mas o seu futuro, tudo indica, não passa por aqui.

E não é de agora que o desejo de deixar o seu último mandato a meio se tornou evidente. Já há alguns meses que é mais frequente ver Sérgio Humberto ao lado de Luís Montenegro, ou em acções de campanha na qualidade presidente da distrital laranja, por outras paragens, do que pelas ruas da Trofa. Aparece em algumas inaugurações, de forma fugaz e sempre apressado, mas a existência omnipresente dos primeiros mandatos há muito se perdeu.

Naturalmente, a decisão só ao próprio cabe. Sérgio Humberto é livre de trocar a Trofa por Lisboa e de suspirar por um cargo melhor remunerado na capital.

Se tal bate certo com as constantes afirmações de bairrismo e amor à Trofa, mais ainda vindo de alguém que tem o péssimo e demagógico hábito de acusar quem não concorda consigo de não gostar da Trofa?

Não, não bate.

Mas a coerência nunca foi o seu forte. Sérgio Humberto é um político de carreira e comporta-se como tal.

Não sei quanto a vós, mas ainda me recordo que, em tempos, Sérgio Humberto sugeriu aos críticos que se mudassem para Santo Tirso, caso não estivessem satisfeitos com a Trofa segundo os seus termos. Porém, descobrimos agora que quem não está satisfeito com a Trofa, ou com o cargo de presidente da câmara, é o próprio Sérgio Humberto. De outra forma, cumpriria o compromisso que assumiu perante os seus eleitores e o concelho, e levaria o seu mandato até ao fim. O apelo de Lisboa, e o cheiro a poder no ar, contudo, parecem falar mais alto.

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Terá sido a Trofa, afinal, um mero trampolim para outros voos?

É possível que sim.

A era Sérgio Humberto parece ter chegado ao fim.


Com o Natal à porta, quero aproveitar esta oportunidade para vos enviar um abraço e desejar-vos a todos um Feliz Natal, com fartura na mesa, alegria à volta dela, harmonia, saúde e amor para vocês e para os vossos.
Muito obrigado a todos os que seguem as minhas crónicas, que me confrontam com críticas e elogios e que encontram nelas razões para reflectir a Trofa e a nossa existência comum.

Bem-hajam!

Boas Festas e sejam felizes.

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