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Memórias e Histórias da Trofa: O executivo da Junta de Freguesia de Guidões em 1923

Numa das eleições que decorreu na baliza cronológica da 1.ª República, nomeadamente em 1923, em abril, iria tomar posse o novo executivo

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O poder autárquico na 1.ª República ia-se mantendo mais ou menos estável, pese embora certas mudanças imprevistas quando ocorriam as tentativas de golpe e contragolpe, algumas delas com o cunho monárquico.
Se analisarmos a documentação das juntas que chegou até à atualidade, uma toada era clara de preocupação com a outra vida, nomeadamente após a hora da morte, em que se tentava que o executivo em exercício cedesse uns metros para ser possível ter uma campa perpétua no cemitério.
Numa das eleições que decorreu na baliza cronológica da 1.ª República, nomeadamente em 1923, em abril, iria tomar posse o novo executivo, estando a presidente da sessão José Francisco Areal e os vogais Delfim Joaquim Ferreira, Augusto da Silva Maia, Joaquim Gonçalves da Silva e Ângelo Ferreira dos Santos.
Podemos afirmar que, de facto, mulher na política republicana era “coisa” que não entrava e todos os lugares de decisão ou de destaque estavam entregues ao homem.
A referida sessão acontecia às 09h00 da manhã e o presidente recebia num primeiro momento a documentação e os livros que eram entregues pelo executivo cessante, sendo referido que era necessário realizar-se um inventário em virtude de alguns objetos de culto se acharem inutilizados.
Novamente o poder político próximo da Igreja, ou então, tendo uma visão mais factual dos acontecimentos e não hiperbolizada, podemos referir que estava subjugada ao poder político.
O novo executivo da junta seria formado e tinha sido eleito, no dia 25 de março, para os três anos seguintes e não quatro, como na atualidade.
A presidência era entregue a Delfim Joaquim Ferreira, porque se argumentava ser o membro mais velho e na eleição de presidente e vice-presidente verificando-se que entrando quatro ficando eleitos José Francisco Areal, com quatro votos, e Delfim Joaquim Ferreira a vice-presidente, com três votos, o secretário Augusto da Sila Maia e Joaquim Gonçalves da Silva a ocupar-se do lugar de tesoureiro, que foi aprovado por unanimidade.
Assistimos nesta ata à forma como eram eleitos os executivos de junta, nomeadamente através da eleição por votação de um círculo bastante fechado, até porque, como é de conhecimento geral, para ser eleitor tinha de cumprir uma série de requisitos.
A votação não sabemos se era de braço no ar, mas deviam ser eleições disputadas, sobretudo, nos núcleos urbanos mais pequenos em que os eleitores estavam em menor número e seriam acérrimas as disputas, acabando muitas vezes em violência física, com a intervenção da GNR a dispersar e a “acalmar” ânimos mais calorosos.
A diferença para a atualidade é evidente, um mandato de apenas três anos, quando na atualidade são de quatro, sendo que a votação era executada por um número reduzido de cidadãos, sendo que, na atualidade todos podem votar desde que tenham 18 ou mais anos.
Para a história fica mais um executivo de Guidões que era presidido por José Francisco Areal, assinando como vogais Delfim Joaquim Ferreira, Augusto da Sila Maia, Joaquim Gonçalves da Silva e Ângelo Ferreira dos Santos.

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