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Crónicas e opinião

Memórias e Histórias da Trofa: Construção de cemitérios

O primeiro cemitério a ser construído foi o de Alvarelhos em terrenos municipais, em 1865.

José Pedro Reis

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A preocupação em dar um final digno aos nossos antecessores sempre foi uma preocupação dos elementos da sociedade, permitir que todos tenham um enterro digno, respeitando as diretrizes culturais da sociedade, não podemos olvidar obviamente a preocupação em respeitar crenças bastante enraizadas num assunto tão sensível para a maioria dos elementos da comunidade.

Nos meados do século XIX, havia a perfeita noção de realizar os funerários em terrenos próprios e preparados para esse efeito e não no interior das igrejas, surgindo a campanha e a pressão política para que os vários enterros acontecessem no exterior das igrejas contrariando a prática da época que provocaria combates violentos com a “Revolta da Maria da Fonte”.

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A ordem para a construção dos cemitérios estava dada e era necessário cumprir com maior ou menos resistência e o território do antigo concelho de Santo Tiros foi exemplo dessa resistência.

No território municipal tirsense foi preciso esperar várias décadas para a realização e conclusão deste tipo de investimentos na sua freguesia, iniciando-se em 1865 e prolongando-se até 1910, praticamente meio século para ver este tipo de equipamentos a surgirem.

Numa investigação recente foi possível perceber a documentação existente sobre esta problemática na posse do desaparecido Governo Civil do Porto, com a informação importante que o primeiro cemitério a ser construído foi o de Alvarelhos em terrenos municipais, em 1865, e somente seis anos depois seria uma certeza o segundo equipamento municipal deste género em Santa Cristina do Couto, em terrenos paroquiais.

As restantes freguesias da Trofa tiveram inúmeras dificuldades em concretizar esse tipo de investimento e apenas veriam o segundo cemitério a ser construído em 1895, em S. Mamede do Coronado, em terrenos particulares.

Estavam duas freguesias servidas deste tipo de equipamentos, mas, na lista à guarda pelo Governo Civil, não consta a totalidade das freguesias, por exemplo, Covelas é um nome que não surge, abrindo o campo da possibilidade de ser posterior a 1910 essa construção.

Apenas temos dados para Alvarelhos, S. Mamede do Coronado, S. Martinho de Bougado e, por último, S. Romão do Coronado, em 1905 e 1909 respetivamente, todos em territórios particulares.

Uma das marcas da nossa história, local de religiosidade e de memória daquilo que fomos e de quem fomos no passado, que evoluiu progressivamente um pouco por todo o território, concretizado de forma bastante morosa, com mais de um século de extensão, sendo que em 1910, já em plena República, nem todos as freguesias constavam dessa listagem.

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