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Crónicas e opinião

Linha do Equilíbrio: Socorro, estou a apaixonar-me!

“Constata-se que quem sofre de dependência emocional, muitas vezes, apresenta baixa autoestima, bem como dificuldades em tomar decisões. Sentem maior necessidade de controlar e vigiar o outro, porque acham-se incapazes de viver sem ele/ela, podendo levar ao ciúme excessivo e doentio.”

Sandra Maia

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Chegamos ao mês de fevereiro, mês dedicado ao Amor e, em especial, aos apaixonados! O dia 14 de fevereiro é mesmo o dia dos namorados…!

Por falar em Amor, quase todos nós crescemos a ler histórias de amor de príncipes e princesas e, naturalmente, formamos uma ideia idílica sobre este conceito. Nas histórias, o amor é descrito e baseado em sentimentos puros, onde duas pessoas se “transformam numa só”, criando laços e compromissos.

Tal como nas histórias, os seres humanos também precisam de se relacionar e de criarem laços afetivos nos vários contextos onde vivem, tendo como prioridade manter as pessoas que desejam perto de si, dando origem aos relacionamentos, sejam amorosos, familiares ou de amizade.

Quando há um relacionamento, geralmente, há algumas normas padronizadas e “ditadas pela sociedade”, que se alicerçam em pilares como a confiança, o compromisso, a aceitação, a confidência, a entreajuda, entre outros. Estas normas apresentam-se como regulador das relações, conferindo-lhe uma certa segurança, ajudando a prever acontecimentos, bem como a agir perante estes.

Em casos extremos, podemos assistir a situações em que as normas convencionadas sejam ultrapassadas e deem lugar a uma necessidade de controle. Um certo grau de controle/dependência poderá ser considerado normal e até saudável para organizar as dinâmicas de cada relacionamento, tais como saber a hora habitual de chegar a casa; quem faz cada uma das tarefas do quotidiano; conhecer a agenda do outro para conciliar horários, etc.

Porém, o problema é o excesso de controle sobre o outro que poderá originar sentimentos negativos, tais como insegurança, fragilidade, podendo chegar ao medo, conduzindo a um quadro de dependência emocional.

A dependência emocional é caraterizada pela excessiva dependência de uma pessoa relativamente à outra e pela necessidade da constante validação dos outros. Constata-se que quem sofre de dependência emocional, muitas vezes, apresenta baixa autoestima, bem como dificuldades em tomar decisões. Sentem maior necessidade de controlar e vigiar o outro, porque acham-se incapazes de viver sem ele/ela, podendo levar ao ciúme excessivo e doentio.

Para além destas caraterísticas, colocam-se sempre em segundo lugar, em prol da outra pessoa, “sacrificando-se” e como não querem dececionar o outro, tendem a evitar dizer que “não”.

Paralelamente, quando refletem sobre o seu ideal de relação criam expetativas irrealistas, contribuindo esta visão para o aumento da dependência, bem como da culpa no falhanço da mesma.

Numa relação de compromisso, são basilares o amor, a confiança, o respeito e a paixão, mas é fundamental aprender a dar liberdade ao outro, para evitarmos relações de dependência ou tóxicas. Aprender que numa relação o conceito “transformar num só” é em sentido abstrato, pois nunca ninguém deve perder a sua individualidade, autonomia e respeito por si.

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Podemos ser livres e, ao mesmo tempo, comprometidos numa relação, respeitando o espaço do outro, pois é tão bom quando gritamos de alegria “socorro, estou a apaixonar-me, é impossível resistir …!”

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