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Festival Vodafone Paredes de Coura 3º Dia Foto-Reportagem

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Widowspeak (Molly Hamilton e Robert Thomas) abriram as hostilidades no palco secundário, ao final da tarde, quando em frente ao palco se via a presença de um número bem interessante de festivaleiros que terá conseguido resitir à tentação de ficar a descansar nas margens to Taboão – afinal o cenário e o bom tempo serão talvez os maiores inimigos dos concertos de fim de tarde. A presença de Molly, com o seu singelo e cativante vestido branco, e a sua voz angelical e melodiosa terá conquistado muitos dos que paravam em frente ao palco Vodafone FM. Momento delicioso do concerto foi a versão íntima e espessa de Wicked Games (Chris Isaak). Fica a certeza de que esta é uma banda a acompanhar.

Depois da actuação no Warm-up Vodafone Paredes de Coura a 12 de Abril no Porto, os ingleses de Everything Everything reencontraram-se com o público do Paredes de Coura, inaugurando as actuações no palco principal. Formados em 2007, a banda residente em Manchester trouxe até Paredes de Coura o seu indie pop com rasgos rock, e o mais recente álbum Arc. A banda de Cough Cough tem tido um percurso muito promissor, com uma entrada auspiciosa no Top 40 do Reino Unido, com o convite dos Muse para serem a banda de suporte da digressão e com espectáculos que esgotam num piscar de olhos. O quinteto (voz/guitarra, segunda guitarra, baixo, bateria e teclados) faz música apelativa e entreteve o público que já se espalhava no anfiteatro natural de Paredes de Coura. A voz de Jonathan Higgs, e a confiança da banda no trabalho em palco garantem um tempo bem passado. O single Hide it fechou o concerto como cereja no topo do bolo.

O quarteto londrino Veronica Falls, banda-revelação do Warm-up Vodafobe Paredes de Coura, e considerados uma das mais importantes formações indie da actualidade não terão encontrado nas margens do Taboão a empatia da última actuação no Porto, Roxanne Clifford, James Hoare, Marion Herbain e Patrick Doyle fazem música apelativa, mas nem Bad Feelings, Beachy Head, Teenager Found Love in the Graveyard terão sido suficientes para contagiar o público, à excepção de algusn adolescentes nas primeiras filas.   

Os Jagwar Ma vieram de Sydney com o seu indie rock e aterraram no palco Vodafone com a luz do dia ainda presente no recinto. Gabriel Winterfield, Jono Ma e Jack Freeman trouxeram o seu álbum de estreia Howlin até ao norte de Portugal e serviram de banda sonora ao público que esperava tranquilamente pelas bandas que actuariam mais tarde.

Com a noite já a cair em Paredes de Coura, subiram ao palco secundário os londrinos  Toy, classificados pelo jornal inglês Guardian de “excelentes”. Senhores de um som muito psicadélico, Tom Dougall, Dominic O’Dair, Maxim Barron, Charlie Salvidge e Alejandra Diez trouxeram o seu indie rock a Paredes de Coura, debruçados sobre si próprios a maior parte do tempo, com os cabelos a cobrir os rostos. A banda de Motoring e My Heart Skips a Beat dedica-se em palco a longas e ruidosas exposições instrumentais com ênfase dado à distorção das cordas. Exploradores e experimentalistas qb, deram um concerto que cativou muita gente e que abre o apetite para mais. 

Mais uma banda Londrina a actuar na terceira noite desta edição do festival, os The Vaccines, traziam em carteira os seus dois álbuns What Did You Expect from the Vaccines? e Come of Age. Frequentemente comparados aos The Ramones, The Strokes, Interpol e The Jesus and the Mary Chain, a banda tem assumido que as suas influências variam entre o rock dos anos 50 e a música hardcore americana da década de 80, passando por muita outra música de qualidade. A banda inglesa tem andado muito atarefada em estrada fazendo as primeiras partes de inúmeras bandas. Ontem à noite, Justin Hayward-Young, Freddie Cowan, Árni Árnason e Pete Robertson subiram ao Palco Vodafone com as suas guitarras, baixos e bateria, tocando temas como Post Break-Up Sex, Nørgaard e No Hope. Aos primeiros acordes de Wetsuit o público iniciou um bater de palmas em uníssono que durou o tempo suficiente para ser o reflexo de todo o concerto: morno.

Victoria Christina Hesketh a.k.a. Little Boots, compositora, multi-instrumentista e produtora pertence a uma nova geração de artistas femininas como La Roux, Ladyhawke ou Florence and The Machine que têm vindo a reinventar a década de 80. A inglesa de Lancashire, que até já teve uma banda (Dead Disco), foca-se agora na carreira a solo, tendo já dois trabalhos editados, Hands e Nocturnes. Muito energética em palco, com uma entrega intensa ao público, a sua música electro pop entreteve muito bem aqueles que escolheram a sua actuação quando actuavam no palco principal os The Vaccines.

E eis que com Hot Chip o anfiteatro natural de Paredes de Coura se transformou numa enorme pista de dança e numa autêntica celebração. Muito bem preparados, os Hot Chip apresentam um espectáculo sem falhas e quase sem paragens. Formados em Londres em 2000, a banda de Alexis Taylor, Joe Goddard, Owen Clarke, Al Doyle e Felix Martin, distribui-se em palco por entre sintetizadores, guitarras, baixos, baterias e percussões. As etiquetas dadas ao tentar definir o seu género musical serão certamente limitadoras, mas eletrónica, indie-electrónica, synthpop ou dança alternativa certamente captam um público diverso para a música para eles produzida.  Com já cinco álbuns editados (Coming on Strong, The Warning, Made in the Dark, One Life Stand and In Our Heads), os Hot Chip re-inventam as suas composições de estúdio nas actuações ao vivo. A Glide magazine definiu as suas actuações como sendo criadoras de “uma atmosfera de excitação, energia e inesperado”.  And I Was a Boy From School, One Life Stand, Night and Day, Flutes, Over and Over (momento alto da noite para muitos), Ready For The Floor e I Feel Better foram escutadas ao vivo ontem à noite. Um excelente concerto de uma banda de trejeitos, mas cuja aparente estranheza é de fácil adoração.

Os The Knife são o alter-ego dos irmãos suecos Olof e Karin Dreijer (do projecto Fever Ray) que compõem, gravam e produzem a sua música a partir de Estocolmo, mantendo um controlo absoluto da utilização e comercialização da sua arte. Raras aparições ao vivo, muito poucas entrevistas concedidas, e uma escassez de imagens da banda são-lhes associados. Aliás, no activo desde 1999, só em 2006 é que a banda iniciou as actuações ao vivo. Situados na onda synthpop e experimental, com passagens pelo trance, techno e trip hop, a banda conta já com 4 álbuns de estúdio. Estava-se de pré-aviso para a actuação dos The Knife. Seria alternativo, não convencional, algo estranho até. Mas não estavamos preparados para isto. A actuação foi antecedida por uma longa introdução de quase meia hora ao cargo de um entertainer que durante longos minutos incitou o público a imitá-lo numa imensa aula de aeróbica. Uma longa introdução que certamente aborreceu quase todos que assistiam ao espectáculo. Mas vinham aí os The Knife e com a saída do entertainer do palco todo o recinto aplaudia com força, pedindo a entrada da banda. A expectativa era grande e o apetite para dançar ainda maior. Mas o que assitimos foi a uma peformance, e a um desafio aos limites da noção de espectáculo. Aceitar a actuação como concerto será um pouco mais forçado, até porque uma parte significativa dos sons era pré-gravada e o fecho da noite no palco principal não terá sido o esperado pela grande maioria do público do festival .

John Talabot e 2Bears, de Joe Goddard (Hot Chip) e Raf Rundell fecharam a noite no palco secundário. 

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Texto: Joana Teixeira
Fotos: Miguel Pereira

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