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Ano 2010

Um café e uma poesia

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De cor, com papel ou livro na mão foram muitos os que se juntaram no Café Rei, em Alvarelhos, na sexta-feira, para mais uma iniciativa do pelouro da Cultura da autarquia: “Hoje, vou ao café … ouvir poesia”.

O sino da Igreja marcava a hora certa a que a poesia haveria de invadir o café: 21.30. No interior do Café Rei, na freguesia de Alvarelhos, as mesas estrategicamente posicionadas, iam sendo ocupadas timidamente para a sessão de poesia que estava prestes a começar. Desliga-se a televisão, interrompem-se as conversas e faz-se silêncio para se ouvir os poetas. Miúdos e graúdos fitam os olhos em António Sousa, responsável pela animação cultural da Casa da Cultura. A sessão de poesia intitulada “Hoje, vou ao café … ouvir poesia” repetiu-se pela segunda vez e começou com “Um poema” de Miguel Torga.

Era mais uma noite de amor à língua portuguesa, promovida pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Trofa, com recurso às “palavras eternas dos poetas”. O aroma do café misturava-se com os versos de Miguel Torga, Luís de Camões, Eugénio de Andrade, Alexandre O’neil, Maria Cândida Mendonça ou Fernando Pessoa.

E porque a “poesia não é só para os poetas”, vieram de todos os lados aqueles que ao balcão ou sentados à mesa declamaram poemas no cair da noite. Uns voltaram, outros vêm de novo. Luís Elias vinha preparado com uma poesia mais interventiva e declamou Bocage. Já tinha marcado presença na iniciativa no café em Santiago de Bougado e desta vez, para além dos poemas, levou à letra o pedido da autarquia e trouxe um amigo, que também veio munido de papéis recheados de poemas encontrados em algumas navegações pelas páginas da Internet.

Mas estes não eram os únicos. Tânia, uma aluna do 9º ano de escolaridade, veio a pedido da professora de português e como o Café Rei estava perto de casa, trouxe o livro “101 Poetas” e pelo menos um poema de amor da sua autoria.

“A minha experiência tem-me dito que cada vez há mais gente a apreciar a poesia e todos, melhor ou pior, acabam por aproveitar as palavras dos poetas para dizer ao outro que gostam dele”, adiantou António Sousa.

E porque a hora já ia adiantada, uma criança adormece ao colo da mãe. Por entre um poema e outro, da máquina saía mais um café e a água molhava a palavra para dizer uns quantos versos. Poemas de amor, política, intervenção ou cómicos sucediam-se uns aos outros criando ritmo.

“Estes são os espaços onde as pessoas se reúnem para ir tomar um café. Pedem um café e ouvem um poema, ou uma água e um poema”, confessou António Sousa, confirmando o sucesso da iniciativa que pretendia “desenvolver o gosto pela cultura”.

“Hoje, vou ao café … ouvir poesia” repete-se na última sexta-feira de cada mês e as próximas sessões já estão marcadas para as freguesias de S. Martinho de Bougado (Outubro) e Muro (Novembro), ainda em local a confirmar.

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