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Senhora das Dores: “É cada vez mais difícil pôr de pé uma festa como esta”

Muitos foram os internautas que se mostraram desalentados com a fraca adesão dos comerciantes e operadores de divertimentos, assim como com o contido programa profano.

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Manuel Veloso

Agosto é mês de celebração na Trofa, com as festas em honra de Nossa Senhora das Dores. Como é tradição, a grandiosa procissão com os andores foi um dos momentos altos do programa preparado pela comissão de festas, este ano a cargo da aldeia de Mosteirô.

Em vez dos habituais dez andores, saíram à rua apenas nove, um sintoma das dificuldades sentidas para a romaria deste ano, cuja dimensão esteve abaixo do que habituou ao longo de décadas.

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E foi exatamente esse o aspeto que gerou mais debate, na rua e nas redes sociais, onde o descontentamento da população se fez sentir.

Muitos foram os internautas que se mostraram desalentados com a fraca adesão dos comerciantes e operadores de divertimentos, assim como com o contido programa profano, que teve como cabeça de cartaz a fadista Cuca Roseta.

Isilda Couto, presidente da comissão de festas, reconheceu a “difícil tarefa” de “arranjar dinheiro”, que limitou as escolhas e impossibilitou a repetição de programas vistosos de outrora. “Houve um esforço muito grande da nossa parte”, garantiu, depois da nega dada pela autarquia de se responsabilizar pela organização das atividades profanas da festa. Ainda que sem o brilho de outros tempos, o orçamento necessário bateu os “150 mil” euros, referiu Isilda Couto, que “nunca” foi “mal recebida” durante o peditório, pese embora a notória maior indisponibilidade financeira. “Depois da pandemia, as pessoas desabituaram-se e também há muitas que tinham poucas possibilidades para ajudar a festa”, concluiu.

São “sinais dos tempos”, admite o pároco de S. Martinho de Bougado, Luciano Lagoa, que os estende às celebrações religiosas. Pela primeira vez como líder da paróquia, não viu a procissão completa com os dez andores, face à ausência do que representa Ervosa, mas prefere encarar a exceção “com uma certa naturalidade”. “Nas tradições temos de ter capacidade de sermos resilientes e não darmos como certas determinadas circunstâncias menos boas. De certeza que a aldeia que este ano não conseguiu montar o andor, vai voltar a fazê-lo no próximo ano e, talvez, com mais imponência”, vaticinou.

Já com muitos anos de experiência, Luciano Lagoa reitera a dificuldade, “cada vez maior”, de “pôr de pé uma festa como esta”. Compensa a “manifestação muito grande de fé” testemunhada nas celebrações, que têm como expoente a procissão.

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