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Para quando a iluminação de Natal?

“Em anos anteriores, o executivo foi criticado por ser pouco ambicioso na preparação do Natal, logo surgiram os suspeitos do costume a acusar os críticos das habituais parvoíces: “vocês não gostam da Trofa”, “vocês são do contra” e “ide para Santo Tirso”.
O grau zero do debate democrático. A desonestidade em todo o seu esplendor.”

João Mendes

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Tem sido tradição, julgo até que anterior ao executivo Sérgio Humberto, acender as luzes de Natal no dia do aniversário do concelho.

Contudo, na celebração dos 25 anos do concelho, a tradição foi quebrada. Aliás, à data em que escrevo estas palavras, 28 de Novembro de 2023, ainda não se vislumbra qualquer iluminação nas ruas da Trofa.

Tal decorre, julgo eu, do estranho caso do concurso público para o efeito, sobre o qual escrevi no último artigo que publiquei neste jornal.

O concurso foi lançado no final do dia 4 de Outubro, véspera de feriado, a acabou manchado pela polémica mal explicada de ter uma empresa no terreno a dia 6, já com todo o material conforme o caderno de encargos, quando o concurso não estava ainda fechado.

Agora, graças a este episódio caricato e a tresandar a esturro, corremos o risco de não ter iluminação do Natal.

E não, não sou eu que o digo. Foi o próprio Sérgio Humberto que admitiu essa possibilidade e a dificuldade que está a sentir para encontrar um novo fornecedor que consiga prestar esse serviço, em declarações ao Porto Canal, na sequência do IluminaçãoGate.

Se assim é, e se, como garantiu o presidente da câmara, a empresa Castros fez a instalação sem autorização da CM da Trofa, situação que conduziu a este desfecho, não deveria a autarquia processar a empresa e responsabilizá-la pela desagradável situação com que agora nos confrontamos?

Eu acho que devia.

Se os trofenses vão pagar as consequências das alegadas acções da empresa, não apenas no comércio tradicional, mas no tanto de espírito natalício que se perde, faz sentido que a empresa seja chamada a pagar as suas.

A ver vamos, como este caso vai terminar.

Entretanto, no centro da capital do concelho, ergue-se uma cidade de Natal.

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Para quem, como eu, vive nas imediações da Alameda da Estação, a ausência de iluminação de Natal acabará por ser compensada pelas estruturas que estão a ganhar forma.

Tanto quanto pude apurar, está novamente prevista uma feira do livro, bem como uma pista de gelo e outras estruturas, entre as quais a tão ansiada casa do Pai Natal, que fará as delícias dos mais novos.

A sensação que tenho é que, de ano para ano, a cidade de Natal no centro da Trofa vai crescendo e tornando-se cada vez mais bonita e convidativa. E isso é uma boa notícia para todos.

Mas existe um lado irónico em tudo isto.

É que, quando em anos anteriores, o executivo foi criticado por ser pouco ambicioso na preparação do Natal, logo surgiram os suspeitos do costume a acusar os críticos das habituais parvoíces: “vocês não gostam da Trofa”, “vocês são do contra” e “ide para Santo Tirso”.

O grau zero do debate democrático. A desonestidade em todo o seu esplendor.

Claro que tal não surpreende, ou não fosse o próprio Sérgio Humberto um dos grandes instigadores desse discurso demagogo e populista. Lidar com a crítica nunca foi uma das suas virtudes. O autarca trofense é mais dado a vinganças.

Acontece que, pelos vistos, os críticos tinham alguma razão. Caso contrário, o executivo não iria ao encontro dos seus pontos de vista nas alterações que vem fazendo, ano após ano.

Enfim, é o que temos.

Mas adiante, que o que importa é que as coisas melhorem, desde que tal não implique ajustes directos suspeitos ou concursos públicos pouco ou nada transparentes, com as características que todos conhecemos. E a cidade de Natal, parece-me, será um excelente mobilizador para os trofenses. Todos ganharemos com isso, sobretudo o comércio local do centro da Trofa.

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E venha daí essa iluminação de Natal, que se faz tarde.

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