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Edição 583

Literária mente

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A morte faz parte da vida. Ninguém, até ver, é imune a ela. E praticamente todos, infelizmente, já a sentimos, próxima ou não. Embora haja quem a encare com naturalidade, enquanto que outros a vejam como algo assustador, de tirar o sono, ela aparece, mais cedo ou mais tarde.
Pessoalmente acho a morte o maior fator motivacional para vivermos a vida ao máximo. Sabemos que termina um dia, como uma viagem de montanha-russa (e como são semelhantes estas duas viagens), então temos duas opções: chorar, esmorecer, porque sabemos que a viagem acaba, ou levantar as mãos no ar, ser feliz e desfrutar do momento. A morte é, para mim, fascinante. Pelo menos a um certo nível.
No plano literário, a morte é a prova de que os livros conseguem mexer connosco, com os leitores. Considero a morte uma das mais fortes armas quando escrevemos. Porque atingimos diretamente o âmago da pessoa, o seu coração.
É normal criarmos uma afeição especial por esta ou por aquela personagem, fruto das suas características, que podem ou não ser como as nossas, fruto daquilo que vive na história e da forma como vive ou, simplesmente, gostamos da personagem porque sim. Há coisas que não se explicam.
A morte dessa personagem consegue, muitas vezes, tornar-se pior do que o próprio final da história. Porque não existe mais nada. A nossa personagem morre, como se morresse um familiar, um amigo, um amante. Deixa de respirar. Tudo o que imaginamos sobre ela, após o choque, são situações imaginárias. Como na vida real. Com um personagem literário. O livro é mágico, não é?
A literatura tem um papel importantíssimo nas nossas vidas. Quem já perdeu alguém sabe o sofrimento que isso nos traz. Será que o livro não nos pode ajudar a lidar com isso? As histórias que lemos não servem só para nos fazer viajar por universos distantes, criativos e surreais. Servem também para nos ajudar a suportar situações difíceis, situações novas que não compreendemos ou, simplesmente, a avançar, cada dia, cada passo. Com uma companhia. A melhor delas.
Não quero com isto comparar, sequer, a perda de alguém com a perda de uma personagem, note-se. Mas sim dizer que podemos sempre encontrar na literatura, nos livros, uma ajuda, uma compreensão, não só para tentar ultrapassar a morte, como tantas outras coisas que nos magoam. Nunca duvidem do poder do livro.
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