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Crónicas e opinião

“Eu sou a Senhora do Rosário”

A palavra Rosário quer dizer “coroa de rosas” e cada Avé Maria rezada e a simbologia católica explica que é uma rosa oferecida à Virgem Maria.

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Segundo as memórias da Irmã Lúcia, terá sido na última aparição (13 de outubro de 1917) que a Virgem Maria se deu a “conhecer”, respondendo à pergunta insistente da vidente:
“Que é que Vocemecê me quer?”
“Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem a rezar o Terço todos os dias”.
Conforme está escrito nas memórias de Lúcia, na primeira aparição (13 de maio de 1917), Maria terá dito aos pastorinhos: “Rezem o Terço todos os dias para alcançar a paz no mundo e o fim da guerra”.

O que é o Rosário? Origem da devoção ao “Santo Rosário”

A palavra Rosário quer dizer “coroa de rosas” e cada Avé Maria rezada e a simbologia católica explica que é uma rosa oferecida à Virgem Maria. Portanto, com a oração do Rosário, Maria é “coroada” com 150 rosas, como a Rainha do Céu e a Terra.
A origem do termo “rosário” está ligada aos romanos e gregos, que tinham o hábito de coroar com rosas as imagens que representavam os seus deuses, como símbolo da oferta dos seus corações. Daí surgiu a palavra “rosário” (coroa de rosas). Com base nessa tradição, as mulheres cristãs que eram levadas ao Coliseu romano para serem martirizadas, utilizavam coroas de rosas nas suas cabeças, simbolizando a alegria e a entrega dos seus corações a Deus. À noite, os cristãos iam até ao Coliseu e recolhiam essas rosas, rezando os Salmos pelo descanso eterno dessas mártires.
Entretanto, aproximadamente no ano de 800 d.C. surge a oração do Santo Rosário à sombra dos mosteiros e conventos como “saltério” dos leigos – que na sua maioria não sabiam ler – rezavam 150 Pai Nossos. Com o passar dos tempos formaram-se outros três saltérios com 150 Avé Marias (150 louvores a Jesus Cristo e 150 louvores à Virgem Maria).

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Aparição da Virgem Maria a Domingos de Gusmão

Em 1214, Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores (ou Dominicanos), estava na cidade de Toulouse (França). Enquanto rezava e fazia penitência pelos pecados dos homens, tendo passado três dias e três noites a rezar e a “macerar o seu corpo” com o objectivo de aplacar a “cólera divina”, parecia estar já morto pelas suas disciplinas, quando a Virgem Maria lhe “apareceu” e lhe disse:
“Sabes tu, meu querido Domingos, de que arma se serviu a Ssma. Trindade para reformar o mundo?”
“Ó Senhora”, respondeu-lhe ele, “Vós sabeis melhor do que eu, porque depois de vosso Filho, Jesus Cristo, fostes o principal instrumento da nossa salvação”.
Respondeu-lhe a Virgem Maria:
“Sabeis que a peça principal da bateria foi a ‘saudação evangélica’, que é o fundamento do Novo Testamento e, portanto, se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza o meu saltério”.
Imediatamente, Domingos entrou na Catedral de Toulouse, para reunir e falar aos fiéis e os sinos começaram a tocar “sem intervenção humana”. São Domingos iniciou o seu sermão, de repente houve um grande terramoto, o sol encobriu, ouviram-se vários trovões e o céu ficou totalmente iluminado de relâmpagos, a imagem de Maria “levantou os braços por três vezes para pedir a justiça de Deus para aqueles que não se arrependessem e recorressem à Sua protecção”. Domingos voltou a rezar o “Santo Rosário” e a tempestade terminou. Domingos voltou a pregar e em pouco tempo “viu-se uma substancial conversão de vida das pessoas”.
O Rosário ficou conhecido como “Saltério da Bem-Aventurada Virgem Maria”.
A partir desta data, São Domingos começou a espalhar esta devoção, encontrando ecos nos fiéis católicos de todo o mundo (que não sabiam ler nem escrever) e queriam, de alguma maneira, imitar os monges que recitavam os 150 salmos da Bíblia. Já nos séculos XVII e XVIII, os seus seguidores (monges e frades) iniciam a erecção de numerosas Irmandades e Confrarias (em todo o mundo) dedicadas ao Santíssimo Rosário de Maria, cuja finalidade era “unir os fiéis, propagar e garantir a recitação assídua do Santo Rosário”.
Na nossa região, há várias confrarias em honra de Nossa Senhora do Rosário com destaque para Gondomar, Póvoa de Varzim e Santiago de Bougado.

António Costa

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